WebsiteVoice

quinta-feira, 24 de março de 2011

Opiniões resumidas para cinéfilos apressados

BRUNA SURFISTINHA (2011, Brasil. Dir: Marcus Baldini)
Eis que não é tão pretensioso ou pedante quanto eu esperava esse filme baseado em um das muitas pseudo-celebridades que infestam nosso Brasilzão; pelo contrário, quem diria, o filme é até bem divertido, e confesso que tem mais sacanagem e mulher pelada do que eu pensava. O problema é que "Bruna Surfistinha" tem grandes acertos geralmente anulados por grandes erros. Por exemplo, o diretor de primeira viagem e os três (!!!) roteiristas usam e abusam de todos os clichês (inclusive narrativos) para contar a história de ascensão e queda da "prostituta mais famosa do Brasil": da amiga interesseira que só destrói sua vida, levando-a às drogas, ao cliente príncipe encantado que quer salvá-la da vida de quenga. Não falta nem a cena em que a protagonista e suas amigas prostitutas são expulsas de um salão de beleza por preconceito das demais clientes (os realizadores devem ter adorado "Uma Linda Mulher"...). Também é no mínimo curioso como o filme representa todas as prostitutas como mulheres simpáticas, divertidas e boazinhas (na vida real não é bem assim); já o personagem de Cássio Gabus Mendes (o tal cliente bom samaritano) é tão generoso e apaixonado por Bruna que soa absurdamente patético, até porque as motivações do cara nunca são justificadas e/ou explicadas. Entre os pontos positivos, Deborah Secco pelada e em várias cenas de sexo simulado; aliás, o filme acerta ao colocá-la para transar com homens horríveis de todos os pesos e medidas, pois na vida real as prostitutas não têm apenas clientes bonitinhos, como se vê no cinema. Claro que ajuda ter Deborah no papel – ela é muito mais bonita que a verdadeira Surfistinha, uma garota normal, feinha até, que só ficou famosa pelo blog e por dar "atenção especial" aos seus clientes. Pena que o filme prefira uma narrativa clichê e seja bastante superficial, nunca explicando porquê, afinal, uma jovem de classe média resolveu se prostituir. Na média, um bom passatempo que tem o mérito de não glamurizar a vida de puta, mas que não acrescenta absolutamente nada a todos os filmes já feitos com esse mesmo tema. Só uma curiosidade: este é o terceiro filme de Fabiula Nascimento e seu terceiro papel de puta (!!!). Talvez esteja na hora de ela trocar de agente...



A MENTE QUE MENTE (The Great Buck Howard, 2008, EUA. Dir: Sean McGinly)
Tem um quê de Alexander Payne nesta comédia dramática, que infelizmente passou em branco no Brasil - talvez até pelo título estúpido em português, que força um trocadilho engraçadinho sem nenhuma relação com a trama. Na verdade é uma bela surpresa essa obra escrita e dirigida por Sean McGinly, um sujeito sem créditos expressivos anteriores. John Malkovich está ótimo como Buck Howard, um "mentalista" (espécie de mágico que faz truques com a mente) bem distante do sucesso que fazia nos anos 60, ultrapassado nesses tempos de grandes espetáculos de mágica estilo Sigfried e Roy. Colin Hanks, um rapaz sem muita certeza sobre o que quer fazer da vida, resolve assumir o emprego de assistente de Buck e acompanhá-lo em viagens por teatros e salões comunitários de pequenas cidades norte-americanas, numa viagem de auto-descoberta para ambos. É impossível não se sensibilizar com os personagens, especialmente o ora divertido, ora insuportavelmente egocêntrico artista interpretado por Malkovich. "The Great Buck Howard" também tem participações de Emily Blunt, Tom Hanks, Griffin Dunne e do mala do Steve Zahn, que pelo menos aparece pouco e não incomoda tanto. O resultado é emocionante e muito divertido, e no final você se pega com um sorrisão no rosto, torcendo pelos personagens. Um filme que merecia ser mais conhecido.



O FILHO DE RAMBOW (Son of Ranbow, 2007, França/Inglaterra/Alemanha. Dir: Garth Jennings)
Desde "Ed Wood" que eu não via uma obra tão emocionante e divertida sobre o mundo do cinema, com o diferencial de que a trama aqui usa a sétima arte apenas como pano de fundo para uma bem-amarrada história sobre amizade, família e nostalgia. Num verão dos anos 80, na Inglaterra, dois garotos se conhecem e acabam ligados pela paixão em comum pelo filme "Rambo - Programado para Matar": um é um menino tímido cuja família pertence a uma seita religiosa que proíbe até TV em casa; o outro é o encrenqueiro da escola, que usa a câmera VHS do irmão para fazer filminhos caseiros. Juntos, resolvem gravar sua própria versão caseira de "Rambo", com muita imaginação e criatividade. Pessoalmente, me identifiquei com a trama porque quando criança eu sempre sonhei em fazer meus próprios filmes caseiros - mas não tinha câmera. Os momentos em que os garotos usam de muita inventividade (e grandes doses de inocência) para recriar as cenas do filme de Stallone "à sua maneira" são hilários, mas a trama ainda tem toques de drama e sentimento, no que tange à relação dos dois amigos e deles com seus (problemáticos) familiares. O resultado é uma obra fantástica e singular, que até faz esquecer bobagens como "Rebobine Por Favor". E duvido que algum cinéfilo não fique emocionado e com lágrimas nos olhos quando a versão editada do filminho dos garotos é exibida num cinema na conclusão. Mais do que recomendado, obrigatório!



LEGIÃO DO MAL (La Horde, 2009, França. Dir: Yannick Dahan e Benjamin Rocher)
90% da humanidade sentou o pau nesse pequeno filme de zumbis vindo da França, mas eu achei divertidíssimo. Começa como uma história policial qualquer: buscando vingança contra os bandidões que assassinaram um dos seus parceiros, um grupo de tiras forma um grupo de extermínio e segue a quadrilha até um prédio abandonado, onde acontece sangrento tiroteio. Lá pelas tantas, saídos literalmente do nada e mudando completamente o tom da história, zumbis invadem o edifício e obrigam os dois lados inimigos a juntarem forças. A reviravolta lembra uma espécie de "Um Drink no Inferno" com zumbis no lugar dos vampiros, mas no final "Legião do Mal" parece mesmo é uma versão ensandecida (e muito mais sangrenta) de "Madrugada dos Mortos". Na comparação entre os dois, fico com esse aqui - que ainda rende umas boas gargalhadas para quem já viu dezenas de filmes de mortos-vivos e sabe que não há mais muitas surpresas no subgênero. Impagável, por exemplo, a cena do sujeito que enfrenta centenas de zumbis sobre um carro, armado apenas com um facão. O personagem do velhote folgado que mora no prédio e entra na trama somente na metade também é impagável, e a resolução da trama foge do clichê. Enfim, diversão garantida, desde que não se espere muito. E depois da overdose de filmes de zumbis feitos de "Terra dos Mortos" para cá, confesso que não espero mais nada do gênero, ainda mais quando até veteranos como George A. Romero pisam na bola.



RASTROS DE VINGANÇA (Red, 2008, EUA. Dir: Lucky McKee e Trygve Allister Diesen)
Tem ecos de "Gran Torino" e "Harry Brown" esse surpreendente filme que ficará para sempre marcado como a melhor atuação de Brian Cox, um ótimo ator geralmente desperdiçado em bombas tipo "Voo Noturno", do Wes Craven. Ele interpreta um velho solitário, traumatizado e amargurado pela perda da família, que tem como única diversão as longas pescarias ao lado do seu cachorro Red. Até que três jovens delinquentes tentam assaltar o velhote e, insatisfeitos com a pequena soma de dinheiro que ele tem, reagem matando o cachorro. O restante do filme acompanha a busca de justiça do protagonista, primeiro procurando as vias "legais" (advogado, polícia, imprensa, os pais dos jovens), e depois finalmente tomando a justiça nas próprias mãos, dedicando o que resta da sua existência a transformar a vida do trio de garotos num verdadeiro inferno. "Rastros de Vingança" começou a ser dirigido pelo cineasta cult McKee, mas ele foi despedido pelos produtores e substituído pelo europeu Diesen. É difícil saber quem dirigiu o quê, mas a história é narrada de maneira contida e com várias surpresas, deixando o soco no estômago para o impactante final, e acentuando o talento de Cox, que praticamente leva o filme nas costas. Destaque ainda para pequenas mas significativas participações de Tom Sizemore, Amanda Plummer e Robert Englund. Um filme que, como "A Mente que Mente", passou praticamente em branco no Brasil, mas merece ser descoberto ou redescoberto.



O RITUAL (The Rite, 2011, EUA. Dir: Mikael Håfström)
Cinco "O Exorcista". "O Anticristo". "Espírito Maligno". "Exorcismo Negro". "O Exorcismo de Emily Rose". "O Último Exorcismo". Isso sem contar todos os filmes bagaceiros que nem valem citação. Pensa comigo: depois de tantas produções sobre possuídos pelo demônio e exorcismos, será que ainda existe alguma maneira minimamente criativa de contar histórias do gênero? Se depender desse "O Ritual", não: do começo ao fim, essa bomba atômica não passa de um reaproveitamento de todos os clichês do gênero vistos desde "O Exorcista": padre jovem que está perdendo a fé e é escalado para ajudar velho e experiente exorcista; demônio possuindo corpos e aprontando poucas e boas, inclusive contorcionismos absurdos; e aquele ritual de exorcismo barulhento e exagerado na conclusão. Sem nenhuma novidade na trama ou na forma de contá-la, não consigo entender o porquê de uma filme assim durar quase duas horas (insuportáveis). Até porque não há a menor história para contar, e boa parte da narrativa é, mesmo, pura enrolação. Dá pena de ver um ator como Anthony Hopkins perdido numa porcaria como essa, mas já faz anos que ele virou uma espécie de "Lima Duarte de luxo", repetindo sempre o mesmo papel com as mesmas caras e bocas; a brasileira Alice Braga está perdidaça, e Rutger Hauer, como sempre, é desperdiçado em papel de coadjuvante sem nenhum brilho. De tão maçante e sacal que é a narrativa (que ainda tenta posar de "séria" e "inteligente"), confesso que cochilei três vezes antes que a agonia finalmente terminasse. Para não perder o trocadilho: um filme ruim como o Diabo gosta!



SOLDADO UNIVERSAL 3: REGENERAÇÃO (Universal Soldier: Regeneration, 2009, EUA. Dir: John Hyams)
Antes de tudo, tenham em mente que esse filme é uma enganação: como se fossem dois ex-craques do futebol, Jean-Claude Van Damme e Dolph Lundgren só entram em campo aos 35 do segundo tempo (ou, no caso do filme, depois de 65 dos 97 minutos) para tentar tirar a partida do empate, reprisando seus papéis do "Soldado Universal" original, de 1992. Antes, quem comanda o espetáculo é o apagado Mike Pyle como herói e também o brucutu Andrei Arlovski, que está fantástico como o grande vilão da história. Apesar da alta contagem de cadáveres e dos montões de tiros e explosões até então, o filme não fede e nem cheira antes que Van Damme e Lundgren finalmente entrem em ação. E aí justiça seja feita: "Soldado Universal 3" parece um "Os Mercenários" melhorado, incluindo um fantástico plano-sequência em que Van Damme sai atirando em inimigos dentro de um prédio em ruínas (lembrando "Filhos da Esperança") e as duas violentas "lutas finais" contra Lundgren e Arlovksi, respectivamente. E mesmo que a enganação continue (percebe-se claramente que são dublês na maior parte da pancadaria), o duelo Van Damme x Lundgren é muito, mas muito melhor (filmado e editado inclusive) do que o troca-socos Lundgren x Jet Li em "Os Mercenários". Resumindo: é um filme bem convencional, fraquinho até, mas que vira um filmaço quando os ex-craques entram em campo no finalzinho do segundo tempo (e, quem diria, conseguem reverter o placar!). Uma promissora estreia para o diretor John Hyams - filho de Peter Hyams, que dirigiu Van Damme em "Timecop" e "Morte Súbita" mais de 10 anos antes.



RELÍQUIA NEGRA (Dark Relic, 2010. EUA. Dir: Lorenzo Sena)
OK, OK, esta é uma produção barata realizada pelo canal de TV a cabo SyFy. Dito isso, você já sabe o que esperar: orçamento paupérrimo e efeitos em CGI que parecem ter sido animados num velho computador 386. Fechando um olho para estes óbvios defeitos, até que a história é razoavelmente interessante. Acompanha um grupo de cavaleiros durante as Cruzadas (não espere uma maravilhosa reconstituição de época, muito pelo contrário), liderados por um nobre que questiona a validade do confronto. Até que eles encontram uma relíquia para levar até o Vaticano: um pedaço da cruz em que Jesus Cristo foi crucificado. O problema é que o artefato está amaldiçoado, e os cavaleiros serão assombrados por todo tipo de tragédia, do naufrágio do seu navio (bad CGI alert!!!) ao ataque de lobos, insetos, monges possuídos (!!!) e até um diabão terrível (no mau sentido) feito por computação gráfica. Tudo bem, é preciso muita paciência para acompanhar até o final, justamente devido à pobreza risível da película. Mas quem suportar vai perceber que o filme é até divertido, na linha daqueles trashões italianos dos anos 80, com boas ideias (a relíquia amaldiçoada, o fato de os cruzados cristãos terem que somar forças com seus inimigos muçulmanos) e até uma mensagem anti-intolerância religiosa. Podia ser um filmaço com um orçamento decente, um diretor de verdade e uma boa recauchutagem no roteiro, mas Hollywood anda muito ocupada refilmando tudo que um dia já foi filmado para se preocupar com tramas originais...



ANO 2003 - OPERAÇÃO TERRA (Futureworld, 1976, EUA. Dir: Richard T. Heffron)
"Westworld - Onde Ninguém Tem Alma" (1973) é simplesmente um dos meus filmes preferidos. Esse aqui pretende ser uma continuação. Desde que fiquei sabendo disso, procurei loucamente pelo filme, sem nunca encontrar. Então fui ver só agora, 15 anos de procura depois. E o resultado foi uma decepção incomensurável. "Futureworld" é simplesmente uma continuação pífia e sem nenhuma razão de existir. Se o original era uma aula de tensão, nesse aqui não acontece absolutamente nada em momento algum. Na trama, uma megacorporação reabre os parques de diversões com robôs imitando humanos após o massacre do filme original, e convida autoridades e jornalistas para conferir as instalações. O protagonista é Peter Fonda com cara de sono, eternamente zanzando pelo cenário e tentando descobrir algo sobre os bastidores do local. Aí você vê os visitantes se divertindo nos parques com os robôs. Vê os técnicos montando e desmontando robôs. OK, já vi tudo isso no original. E aí, quando é que os robôs vão se rebelar de novo e começar a matar os humanos? Epa, peraí... Isso nunca acontece! É isso mesmo: o filme se resume a Peter Fonda eternamente zanzando pelo cenário com cara de sono!!! Mas o pior é a desculpa que os realizadores encontraram para trazer de volta o sinistro pistoleiro interpretado por Yul Brynner no original, por meros cinco minutinhos, numa absurda cena de pesadelo de uma personagem, sem qualquer relação com a trama! Apesar da tentativa de fazer um final "inteligente", pouco ou nada se salva em "Futureworld", uma obra que pode entrar, com louvor, em qualquer lista de piores (e mais desnecessárias) sequências já produzidas.



PASSE LIVRE (Hall Pass, 2011, EUA. Dir: Bobby Farrelly e Peter Farrelly)
Já virou clichê e redundância dizer que os Irmãos Farrelly perderam o jeito para a comédia escrachada que demonstraram em "Debi & Lóide", "Kingpin" e "Quem Vai Ficar com Mary?" (seus primeiros filmes). Mas eles continuam dando mais e mais argumentos para que se use esta frase clichê e redundante. É o caso desse "Passe Livre", comédia "adultescente" que parece seguir a linha "Se Beber Não Case", mas anos-luz distante do humor deste. Owen Wilson e Jason Sudeikis interpretam dois sujeitos casados que ganham das esposas um passe livre de uma semana para curtir a vida como se estivessem solteiros. A premissa podia render uma comédia fantástica com muita sacanagem, mas os Irmãos Farrelly preferem mostrar os bundas-moles aprontando todo tipo de besteira - como comer brownies com maconha e ficar terrivelmente chapados -, MENOS situações envolvendo sexo. Estas se concentram na parte final, e, mesmo com algumas piadas mais fortes (como o espirro que provoca evacuação involuntária numa mulher), ficam devendo. Até porque o roteiro prefere seguir por um viés romântico e estupidamente moralista. Fala sério: quem engole que um homem casado há 20 anos e feio que nem o Owen Wilson resista a uma gata seminua e doidinha para transar com ele (Nicky Whelan)? Clique aqui, dê uma boa olhada na moça e me diga sinceramente se VOCÊ resistiria! Mais tarde, a esposa de um dos caras pula a cerca e, claro, é "punida" com um acidente de carro. Enfim, aquele tipo de mensagem moralista que eu não consigo mais suportar em filmes do gênero, pois eu quero ver comédias para rir e me divertir, e não para receber lições de vida. O que parece no final é que os personagens do "Se Beber Não Case" aprontaram muito mais numa única madrugada do que os dois manés daqui em uma semana, e que os mesmos caras que fizeram Jim Carrey vender um pássaro morto para um cego (em "Debi & Lóide") perderam totalmente o jeito. Ah: alguém também precisa avisar o Jason Sudeikis que ele não é NADA engraçado, e vetar sua participação em futuras produções do gênero.

21 comentários:

Tavares disse...

Não achou o Bruna meio cretino em ser praticamente um diário filmado o filme inteiro, para perto do final tentar ironizar a situação dela colocando aquela música manjadissima do Radiohead?

E O Filho de Rambow é um tapa na cara de quem elogia o filme daquele picareta do michel gondry, filmaço mesmo.

dimitrik disse...

Boas dicas, Felipe!

Por sua culpa, ja mandei aqui pra minha lista: "The Great Buck Howard", "Son of Ranbow", "La Horde", "Red" e de quebra vai o "Westworld" que ainda nao assisti. :-)

abs

Alana Phibes disse...

ah não, só de saber que o cachorro vai morrer já não vou ver RED mais...ODEIO quando cães morrem em filmes.

Mas vou conferir esse de zumbis, e o dos meninos...não sei porque, nada a ver, lembrei de um filme chamado Twelve and Holding, que gostei demais, você já viu?

bjinhus!

Kuklinski disse...

Eu também odeio quando cães e gatos morrem em filmes, mas esbarrei com esse RED numa loja por acaso, me empolguei quando vi o nome do diretor e o elenco, li a contracapa e comprei o filme totalmente às escuras, sem qualquer tipo de referência. Fui pra casa e pensava comigo mesmo: "Uau, Brian Cox buscando vingança contra uns filhos da puta que matam o cachorro dele... Deve ser um filme foda!" Fui ver o filme, esperando um DESEJO DE MATAR ou um HARRY BROWN e quando acabou o filme, fiquei com cara de pastel e me sentindo como se tivesse sido sugado por um buraco negro de amargura!



SPOILERS SPOILERS SPOILERS


Porra, os moleques mataram o cachorro de forma filhadaputamente cruel na frente do velho, o humilham e saem rindo (e parece que escolheram a dedo um loirinho dos mais nojentos que já vi para encabeçar o trio), e o que Cox faz? O que ele faz? Hein? Vai na casa do loirinho sarnento pra exigir que os pais o forcem a pedir desculpas! E isso não ocorre, é óbvio. Aí pensei, já meio bolado: "Cacete, agora o velho vai pegar um fuzil e lavar sua honra e a memória do cachorro com o sangue derramado dos bastardinhos! Tem que ser isso, porra!" Aí, o que se vê é uma enrolação cavalar até quase o final do filme e nada do coxsucker fazer a sangrenta justiça à sua própria maneira, assim como está propagandeada na capa e eu, como um bocó de carteirinha acreditei... Tudo o que eu vi foi uma "vingança" pífia e das mais sem-graças, e pensei logo no que teria sido o filme nas mãos de um Michael Winner. Putz, e os moleques ainda explodiram a loja do velho cagão! Inacreditável!
Não deu mesmo. Achei que o ritmo do filme estava até indo mais ou menos e achei que depois que todos os seus meios legais falharam, ele partiria para torturar os merdinhas de formas inenarráveis. Tá, talvez isso fugisse um pouco do realismo proposto pelo filme, mas quem se importa com isso? Naquele momento, eu queria é uma revanche de proporções bíblicas, uma catarse de ódio acumulado, e eu até me imaginei no lugar do Brian Cox arregaçando com aquele loirinho e arrebentando todos os seus dentes a golpes de martelo!



FIM DOS SPOILERS

Bom, daria um 5 pro filme pelo elenco (foi bom rever a gostosa Ashley Laurence numa ponta) e, pessoalmente, daria a ele o título "Red - Aposentado e Melindroso". Brian Cox é um ator fodão, mas se saiu melhor no outro RED mesmo...

Bonatti disse...

Muito bom, tava sentindo falta dessa sessão mais rapida, haha.

RED é um filme q me falam e quero ver a muito tempo, tinha até esquecido dele, vou ir atras. Problema é q agora vc sóa cha aquele outro RED, do Bruce Willis.

A Mente que Mente eu não manjava como era e, assim como Son of Rambow (que esperava uma bomba) vou tentar conferir!

E Passe Livre era um que estava achando q poderia ser bom, vou dar uma conferida mesmo assim pq gosto de tirar minhas conclusões, mas me desanimou falando do moralismo, hahaha.

Artur disse...

vou assistir o Filho de Rambow, justamente pra lembrar de como eu brincava de Rambo, o filme da Bruna, tanto faz como tanto fez.

Anônimo disse...

Por que será que o Van Damme e o Lundgren só aparecem no finalzinho?

Vitor disse...

Felipe, assistiu Future World na Mgm HD?

Amósis Calazans disse...

"Só uma curiosidade: este é o terceiro filme de Fabiula Nascimento e seu terceiro papel de puta (!!!). Talvez esteja na hora de ela trocar de agente..."


... Ou de profissão...

Leonardo Cruz disse...

Soldado Universal 3 é deprimente, Van Damme mais mecânico do que nunca,o filme é frio e totalmente clichê não consegue divertir como os anteriores principalmente o primeiro, destaque pra participação vergonhosa do Lundgren questionando-se sobre a ''complexidade da vida''.

Larissa disse...

olha, além desse blog ter uma descrição muito instigante (quem não quer análise de alguém que não tenha preconceito contra o cinema pipoca??), as críticas são muito boas. Conheci há pouco, mas já se tornou uma leitura obigatória!!
E já estou baixando The great Buck Howard, adoro o trabalho de John Malkovich e sou fãzona de Sideways..brigada pela dica

spektro72 disse...

este FUTURE WORLD ( a continuacao de WESTWORLD ?) Passou na rede globo na SESSAO DE GALA ha 20 anos ate hoje lembro deste fraca continuacao de WEST WORLD, este filme nunca foi lancado em vhs pelo o que me lembro, nao sei o nosso mestre conhece este filme passou na globo ha 20 ou 25 anos na sessao de gala seu nome eu acho se nao me falhe a memoria é : TERRA 2 um filme de ficcao cientica sobre pessoas vivendo numa estacao espacial do mesmo nome do titulo do filme em questao, e ai ,mestre lembra deste ?

Pedro disse...

é a primeira vez que comento aqui.descobri seu blog por acaso,e numa tacada só,li TODOS os post,de tao legal que achei. Agora...fui ver o tal do westworld...e que merda! Achei o filme ridiculo e muito chato...

P.S só tem uma coisa legal:ver o Bigode correndo...nunca vi alguem correr tao ridículo e engraçado como o Benjamin heheheh

Felipe M. Guerra disse...

Muito agradecido pelos elogios dos novos visitantes, LARISSA e PEDRO. Mas, para este último: tem que encarar "Westworld" como um produto da sua época, quando os filmes tinham um ritmo bem diferente dos atuais. E além do mais, o pistoleiro negro interpretado por Yul Brynner é um vilão robótico de muito respeito que inspirou o Terminator e o Michael Myers (John Carpenter confessou que criou o vilão de "Halloween" por causa de "Westworld"!).

Alana Phibes disse...

Não gostei do La Horde não...não é ruiiiim ou "inassistível", mas é aquela coisa, faço parte do grupo que já está saturado pelos clichês do gênero e fiquei tão entediada que as coisinhas legais aqui e ali, nem fizeram muita diferença.

O melhor filme recente de zumbis ainda é Siege Of The Dead!

Arcade Fire disse...

Cara, você devia fazer essas críticas rápidas toda semana. Toda vez que faz isso, sei quais filmes posso assistir tranquilo nos próximos dias! Impecável, como sempre! Valeu!

sacolé disse...

Pretendo ver esse "Bruna Surfistinha", parece ser bem divertido.

Juro que um dia vi a capa do DVD de "Fihlo de Rambow" na locadora e pensei que era uma típica paródia besteirol americana. Grande erro.

Anônimo disse...

Esse filme "O filho de Raimbow" assisti por acaso no Telecine da NET e foi uma grata surpresa.

Fernando

Unknown disse...

Assino embaixo sobre tudo que disse de "Son of Rambow". Um verdadeiro filmaço! Deixa "Rebobine, por favor" comendo poeira.

E gostei de Red também.

Fahreinheit32 disse...

Apenas um adendo em relação a le Horde. (spoiler) O sujeito que se torna zumbi e é pego pelo nigeriano tendo sua cabeça estourada na pilastra era o mesmo que violentou La Bellucci e que merecia ter o mesmo fim em Irreversível (apesar de um outro bucha ter levado a pior no filme de Noé).

Silvino de Almeida Abraão disse...

Caris mo e meu querido irmão, que Alinne Moraes e Brooke Shields(anos 70 e 80) tem beleza é verdade, mas dizer que Deborah Secco e Camilla Uckers são “bonitas”é ser muito cavalheiro.
Você é um homem gentil e muito educado!