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segunda-feira, 4 de abril de 2011

BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA (1977)


Alguns fãs de cinema - principalmente aqueles que já viram filmes demais - costumam defender a teoria de que todas as boas ideias (e as ruins também) já foram filmadas, e tudo o que está sendo lançado nas últimas décadas não passa de um reaproveitamento (às vezes inconsciente) de produções do passado.

Não concordo muito com essa afirmação. Por outro lado, às vezes me surpreendo ao descobrir em um filme antigo vários elementos que aparecem posteriormente em obras que eu julgava originais!

É o caso desse BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA, uma relíquia do mercado de VHS no Brasil que eu nunca tive a sorte de encontrar nas locadoras (nem nos sebos), e que só consegui conferir agora, via download. Pior: o filme é raro no mundo inteiro e nunca foi relançado em DVD. Tive que me contentar com uma péssima cópia VHSripada e sem legendas (e aparentemente cortada nas cenas de violência).


Para a minha surpresa, essa produção obscura de 1977 já traz elementos marcantes de dois filmes que eu gosto muito e que foram lançados 20 anos depois: "Cubo" (1997), de Vincenzo Natali, e "Matrix" (1999), dos Irmãos Wachowski.

O roteiro de Stephen Schneck e Michael Winder (sem outros créditos expressivos; Winder também escreveu "A Fera Deve Morrer") trabalha um conceito enigmático: numa época indeterminada, oito pessoas acordam na margem de um rio, num local desconhecido, sem saber como foram parar ali.

Vestem uniformes idênticos na cor cinza e coturnos, mas aparentam ter perdido a memória, pois não sabem quem são ou o que faziam antes de despertar naquele local. Dentro de seus bolsos, cada um deles encontra uma ficha com seu nome (ou o que acreditam que deve ser seu nome) e um crime que supostamente cometeram (mas é claro que não lembram de nada disso).


De cara, já temos o argumento central de "Cubo": os desconhecidos que acordam - também com uniformes padronizados e coturnos, também sem lembrar como foram parar ali - no interior de uma gigantesca estrutura em formato de cubo.

Sem saber o que fazer, o grupo resolve seguir o rio na esperança de encontrar algum lugar habitado, mas têm um encontro nada agradável com dois homens vestidos como pistoleiros do Velho Oeste. A dupla mata um dos homens, estupra a única garota do grupo (Hollis McLaren) e foge levando todos os calçados do pessoal.


Parece que a coisa não pode ficar pior, mas fica: os sete sobreviventes logo chegam a uma misteriosa cidadezinha chamada Blood City, que também lembra uma pequena vila do Velho Oeste, com cowboys e pistoleiros andando a cavalo pelas ruas principais e trocando tiros com forasteiros.

A única diferença é que, misteriosamente, todos os cowboys se vestem de preto, e com uma enorme estrela vermelha bordada no peito, onde está impresso um código alfa-numérico!


Eis que surge Frendlander (Jack Palance!!!), o xerife de Blood City, e prende os poucos desmemoriados que sobreviveram ao confronto com os pistoleiros da cidade. Ao que parece, os homens de uniforme são escravos e devem trabalhar como tal, até conquistarem o direito de ser cidadãos de Blood City. E a única forma de fazer isso é matando algum pistoleiro em duelo!

Tudo parece muito estranho, mas já aos 20 minutos de filme a trama começa a se explicar, quando a câmera deixa Blood City e vai para dentro de um laboratório repleto de cientistas e computadores, onde as imagens dos prisioneiros e dos pistoleiros são acompanhadas atentamente através de monitores.


Na verdade não estamos no Velho Oeste, mas sim num futuro distante. Os desmemoriados prisioneiros que foram parar em Blood City são cidadãos do futuro que estão presos naquele laboratório, e, através de implantes cerebrais, foram "transportados" para um ambiente de realidade virtual - sim, o argumento de "Matrix" num filme feito quando os Irmãos Wachowski estavam começando a tirar as fraldas!

O objetivo do "experimento", segundo explica a dra. Katherine (Samantha Eggar), é identificar e preparar futuros líderes, que demonstrem capacidade de enfrentar situações adversas e tomar decisões difíceis no ambiente de realidade virtual de Blood City, para que depois possam fazer o mesmo no caótico "mundo real".


A trama de BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA começa a esquentar quando a dra. Katherine se interessa por um dos prisioneiros, o inteligente e determinado Lewis (Keir Dullea, que interpretou um dos astronautas de "2001 - Uma Odisséia no Espaço").

A cientista começa a manipular a programação do experimento para ajudar seu queridinho, pois, através de simples comandos de computador, pode influenciar em praticamente tudo o que acontece em Blood City, como se fosse o "Deus" daquele universo - inclusive fazer aparecer armas magicamente para salvar Lewis no meio de um duelo, como veríamos depois em "Matrix".

Assim, Lewis mata um pistoleiro e adquire o direito de ser um "cidadão" do lugar. Mas pode colocar tudo a perder quando resolve salvar a sua companheira, que será vendida como escrava a um dos mais terríveis pistoleiros da cidade, Gellor (Chris Wiggins).


É possível assistir BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA como uma espécie de embrião ou rascunho de "Matrix". Várias ideias e conceitos vistos nas aventuras de Neo, Trinity e Morpheus já aparecem nesse filme de 1977, não só no tocante ao "mundo falso" criado por computador, mas também à manipulação do universo virtual por fora dele.

Uma cena que lembra muito um "retro-Matrix" mostra o personagem de Jack Palance perseguindo Lewis; graças aos comandos de computador digitados pela dra. Katherine, Frendlander aparece magicamente sempre um passo à frente do herói, como se fosse o avô do Agente Smith de "Matrix", numa cena muito bem-bolada que você pode ver no vídeo abaixo:

Jack Palance, o avô do Agente Smith



Ação, entretanto, não é o forte de BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA, ainda mais em comparação aos posteriores "Cubo" e "Matrix". O clima é de mistério, com Lewis tentando descobrir quem é e o que faz em Blood City, e o espectador descobrindo, aos poucos, para que serve aquele bizarro experimento.

No final, frio e pessimista, Lewis e o espectador finalmente têm as respostas - inclusive sobre o que acontece às pessoas que "morrem" no mundo virtual. Longe de uma conclusão heróica, como a de Neo e sua trupe, a história termina deixando poucas esperanças de um "futuro melhor".


Infelizmente, BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA não é o filmaço que parece e que poderia ser, nem consegue desenvolver satisfatoriamente a belíssima situação que apresenta.

Depois dos primeiros 30 minutos, o ritmo torna-se arrastado, como se não houvesse mais história para contar, com Keir Dullea perambulando pela cidadezinha de Velho Oeste (que resume-se a meia dúzia de casas) e discutindo com Jack Palance. A coisa só volta a esquentar no final, mas é difícil não pensar que o mesmo roteiro ficaria muito melhor em mãos mais habilidosas.


Do jeito que está, parece mais uma inocente produção para a TV, talvez um episódio de "Além da Imaginação" esticado. Não por acaso, o diretor Peter Sasdy é mais conhecido justamente por seu trabalho na TV, onde dirigiu alguns episódios da célebre série "Hammer House of Horror", embora também tenha assinado alguns filmes de terror (entre eles, "Nas Mãos do Estripador", de 1971).

Pois o trabalho de Sasdy aqui é burocrático e inexpressivo, salvando-se apenas a ótima idéia do mundo de Velho Oeste de mentirinha. Por alguns momentos, eu até achei que o filme seria uma cópia de "Westworld - Onde Ninguém Tem Alma", e que os pistoleiros com cruz vermelha eram todos robôs!


BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA vale, entretanto, por ser uma produção obscura e difícil de encontrar, e principalmente por já antecipar esses elementos de dois filmaços da década de 90.

Mas bem que alguma distribuidora gringa poderia fazer um relançamento correto em DVD, pois na versão ripada de VHS que se encontra na internet o formato original em widescreen foi transformado em tela cheia, com horrendos cortes nas laterais da imagem (às vezes os personagens ficam totalmente fora do quadro!). Talvez com uma cópia melhor o fime pareça melhor também.


Ou então alguém poderia financiar um remake, dessa vez com um diretor mais habilidoso no comando e, principalmente, um ritmo mais apropriado.

Epa, peraí, isso já existe: é só ver "Cubo" e "Matrix" em seqüência que a sensação é a mesma de se ver uma refilmagem melhorada de BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA!

PS: É bom lembrar que essa não é a primeira obra a trazer elementos parecidos com "Matrix". Quatro anos antes, em 1973, a minissérie de TV da Alemanha "Welt am Draht/World on a Wire", de Rainer Werner Fassbinder, já trazia o conceito de um super-computador que gera um mundo virtual para aprisionar os humanos. Será que realmente todas as boas ideias já foram filmadas?

Cena de BEM-VINDOS À CIDADE MALIGNA



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Bem-vindos à Cidade Maligna (Welcome to
Blood City, 1977, Inglaterra/Canadá)

Direção: Peter Sasdy
Elenco: Keir Dullea, Jack Palance, Samantha Eggar,
Barry Morse, Hollis McLaren, Chris Wiggins, Les
Barker e Larry Benedict.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

O EXTERMINADOR (1980)


Não foram poucos os "filmes de vigilante" surgidos com o sucesso de "Desejo de Matar" em 1974. O clássico estrelado por Charles Bronson originou imitações e cópias xerox em praticamente todo o mundo, da Itália (onde Enzo G. Castellari dirigiu o ótimo "O Vingador Anônimo", com Franco Nero no papel principal) à Turquia (país responsável por "Cellat", de Memduh Ün, que tem no elenco o Bronson turco Serdar Gökhan), e passando inclusive pelo Brasil (com "Horas Fatais - Cabeças Trocadas", dirigido e estrelado por Francisco Cavalcanti).

Nos Estados Unidos também apareceram vários justiceiros e vigilantes urbanos, e, entre todos eles, é digno de destaque o violento personagem de um filme de 1980, escrito e dirigido por James Glickenhaus. Trata-se de O EXTERMINADOR.

Se "Desejo de Matar" levava um tempão mostrando as motivações do personagem de Bronson e sua lenta transformação de homem pacato em justiceiro solitário, O EXTERMINADOR é enxuto e não gasta nem 10 minutos para mostrar seu herói (ou seria anti-herói?) saindo às ruas para encher bandidos de pipocos - afinal, o título do filme não faria sentido se o personagem principal não fosse mostrado como uma violenta máquina de matar, correto?


Mas o melhor desta produção assumidamente B ainda é o início, numa das representações mais explosivas e brutais da Guerra do Vietnã que já vi em película (e olha que também estou considerando os grandes clássicos, tipo "Apocalypse Now" e "O Franco-Atirador").

É ali, em meio a tiros, explosões, sujeira e torturas, que conhecemos nossos dois personagens centrais: John Eastland (o canastrão Robert Ginty, astro de vários filmes B de ação dos anos 80) e seu amigo Michael Jefferson (Steve James, que fez a série "American Ninja" e morreu em 1993, vítima de câncer no pâncreas). Eles são uma dupla de soldados americanos aprisionados pelos sanguinários vietcongues.

O Vietnã nunca foi tão violento


Os vilões realizam uma realista cena de decapitação (para torná-la tão real, técnicos da equipe do mestre Stan Winston construíram um boneco todo articulado, anos antes de tornar-se convencional o uso de CGI). É a gota d'água: Michael consegue se soltar e acaba com os algozes.

Ao libertar o amigo John, percebe-se pela primeira vez que a extrema violência do conflito deixou o sujeito meio fora da casinha: para vingar-se dos abusos sofridos, ele atira na cabeça de um vietcongue ferido e desarmado!

Um salto no tempo e o filme nos transporta diretamente para a Nova York dos anos 80, que não parece muito diferente do violento Vietnã mostrado momentos antes - somente tem menos explosões. Veteranos de guerra, John e Michael agora trabalham como estivadores num depósito que fica no bairro pobre do Bronx, um lugar bem pouco interessante para se morar, diga-se de passagem.


Certo dia, Michael flagra uns folgados saqueando cerveja de um dos depósitos onde trabalha e dá uma lição neles, salvando, mais uma vez, a vida do parceiro John, que tinha se tornado refém dos marginais.

Poucas horas depois, entretanto, Michael, que tem esposa e filhos, é brutalmente atacado pelos mesmos marginais, sendo apunhalado e surrado. Resultado: acaba no hospital, paralítico e sem chances de caminhar novamente.

John, que descontando a violenta reação no Vietnã ainda era mostrado como um sujeito pacato, fica completamente transtornado com o episódio.


E o filme mostra sua reação sem muito lero-lero: num momento, ele está encontrando a esposa de Michael e lhe contando sobre o que aconteceu ao marido; um corte brusco depois e, já na cena seguinte, John aparece transformado num justiceiro sedento de sangue e morte, com um bandido pé-de-chinelo amarrado à sua frente.

Ele assusta o sujeito usando um lança-chamas (!!!) até descobrir onde estão os bandidos que agrediram seu amigo. Então, armado com um fuzil M-16 (!!!), John ataca o covil dos bastardos, exterminando-os brutalmente como se estivesse nas selvas do Vietnã.

Para arrematar o serviço, deixa o chefe do bando, ainda meio vivo, para ser devorado pelos ratos no porão de um velho armazém!


No dia seguinte, John volta ao hospital e conta ao amigo o que fez, dizendo que, na hora, não conseguia distinguir o "certo do errado". Também diz ao inválido Michael que descobriu uma forma de cuidar da esposa e filhos do amigo, para que não fiquem financeiramente desamparados.

A solução do problema financeiro envolve roubar o dinheiro sujo de um gângster do mercado dos açougues, chamado Gino Pontivini.

Numa cena que é um verdadeiro clássico do mau gosto, depois de saquear o cofre do mafioso, o exterminador dá cabo do bandidão atirando-o dentro de um moedor de carne, e a câmera cruel de Glickenhaus não poupa o espectador nem mesmo da carne moída e ensangüentada saindo da máquina!!!


O "Exterminador" podia até parar a matança de bandidos por aí, mas acaba pegando gosto pela coisa e se transforma num anti-herói tão sanguinário quanto os bandidos que combate e mata.

Para justificar seus atos, John deixa cartas à polícia dizendo que está fazendo o que a lei deveria fazer. E sai pelas ruas da cidade, à noite, combatendo os mais sacanas e bastardos vilões do cinema classe B.

Lá pelas tantas, por exemplo, nosso herói vai parar na chamada "Casa de Frangos", que nada mais é do que um local onde ricaços pervertidos vão para fazer sexo com crianças (!!!). Ali, John chega a enfrentar um rico senador (!!!) cuja tara é torturar meninos de nove anos com um ferro de solda!!!


O EXTERMINADOR acerta ao compor um personagem principal tão doentio e pouco heróico quanto o Paul Kersey do "Desejo de Matar" original: tanto o Exterminador quanto o Vigilante interpretado por Bronson parecem mais desequilibrados com sede de sangue do que heróis.

Sem dó nem piedade, o "Exterminador" atira em pessoas desarmadas, imobiliza um cafetão para poder queimá-lo vivo e chega a fabricar balas "dundum" (recheadas com mercúrio) para provocar ainda mais estrago nos seus desafetos.

Talvez por isso, para atenuar a crueldade e frieza do protagonista, o roteiro crie um outro "personagem principal" que rivaliza com John pelo papel de "herói" da trama, um policial pé-de-chinelo chamado James Dalton (interpretado por Christopher George, outro canastrão, sempre lembrado por sua participação em "Pavor na Cidade dos Zumbis", de Lucio Fulci), e que caça o justiceiro pelas ruas da metrópole para tentar encerrar sua carreira de crimes.


Ironicamente, o duelo final do "Exterminador" não será com bandidos, como nos filmes de Bronson, mas com Dalton e um grupo de agentes da CIA, enviados pela alta cúpula do governo para eliminar o vigilante e impedir uma grande polêmica política - afinal, o governo que pretende se reeleger havia prometido acabar com a alta criminalidade da cidade!

Analisando por um lado mais crítico, O EXTERMINADOR está cheio de falhas: o roteiro é muito fragmentado, a caracterização dos personagens é nula, a edição não raras vezes é sofrível, e algumas interpretações são constrangedoras. Diversos desses defeitos são característicos da obra do diretor Glickenhaus, que prefere fazer ação violenta sem muito compromisso com a lógica.

Além disso, tirando o fantástico início no Vietnã, a direção das cenas de ação em geral é canhestra, principalmente uma rápida perseguição automobilística onde John persegue, numa veloz motocicleta, o carro de um grupo de assaltantes que roubou uma pobre velhinha - perseguição chinfrim e mal-editada, que destoa completamente do resto do filme.


Por outro lado, O EXTERMINADOR acerta justamente na coragem de enfocar seu herói como um sujeito frio, que devolve aos vilões na mesma moeda e sem medir a truculência.

Se compararmos John Eastland com a recente adaptação do Justiceiro dos quadrinhos (aquela com Thomas Jane e John Travolta), o anti-herói parece um coelhinho assustado.

E o melhor: ao contrário dos filmes politicamente corretos de hoje, John não poupa os criminosos que encontra pela frente, nem mesmo aqueles que o ajudam de uma forma ou de outra dando-lhe informações; todos vão para o saco, sem exceção! E ainda tem diálogos antológicos, como este:

- That guy, he was just a nigger!
- That nigger was my best friend, you motherfucker!



O EXTERMINADOR conta ainda com uma pequena (e dispensável) participação de Samantha Eggar como uma médica apaixonada pelo policial Dalton. As cenas "românticas" entre ambos não servem para nada e ainda esfriam a ação.

Dalton, por sinal, protagoniza um momento que é o extremo da bagaceirice, quando tenta assar uma salsicha no seu escritório usando a eletricidade da tomada!

Já o final é bem fora do convencional, mesmo que deixe as portas escancaradas para a inevitável seqüência, realizada em 1984 e dirigida pelo produtor do original, Mark Buntzman. Ao contrário do clima mais realista do primeiro filme, Buntzman transformou o herói numa máquina de matar em "Exterminador 2", que já tem aquela cara de exagero da década de 80 e uma contagem de cadáveres próxima à do clássico "Desejo de Matar 3".


No Brasil, O EXTERMINADOR foi lançado há muitos anos, e apenas em VHS, pela FJ Lucas. A cópia é muito ruim, bastante escura e com legendas atrasadas em relação aos diálogos. Nos EUA, já existe até uma "director´s cut" em DVD, com três minutos de cenas a mais. Em alguns países, a cena que mostra, didaticamente, o herói produzindo as "balas dundum" foi cortada, justamente para não ficar ensinando a técnica.

Para quem mora em grandes cidades, mais violentas, e convive diariamente com o medo de crimes e assaltos, O EXTERMINADOR é uma daquelas fábulas sobre como um homem sozinho pode fazer a diferença e enfrentar a bandidagem sem depender dos sistemas policial e judiciário - numa assustadora apologia à violência e à resposta armada que voltou à moda em tempos de "Tropa de Elite", "Chamas da Vingança", "Busca Implacável" e outros filmes contemporâneos de justiça com as próprias mãos.

Pelo menos no cinema isso funciona com eficiência...


Trailer de O EXTERMINADOR



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The Exterminator (1980, EUA)
Direção: James Glickenhaus
Elenco: Robert Ginty, Christopher George,
Samantha Eggar, Steve James, David Lipman,
George Cheung e Irwin Keyes.