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terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A MORTE DO CHEFÃO (1973)


Parece uma espécie de "vendetta": enquanto os produtores italianos realizavam ótimos filmes a partir de temas tipicamente norte-americanos, como o western e a Guerra do Vietnã, os produtores norte-americanos ironicamente responderam fazendo alguns clássicos a partir de um tema tradicionalmente italiano, a Máfia.

A MORTE DO CHEFÃO, de Richard Fleischer, é um belo exemplo: foi produzido em 1973, entre "O Poderoso Chefão" (1972) e "O Poderoso Chefão 2" (1974). Mas se a obra de Coppola ganhou status de clássico, a de Fleischer ficou famosa apenas como cópia barata de "O Poderoso Chefão", o que é injusto - mesmo que seja óbvia a intenção de copiar a fórmula de sucesso dos filmes de Máfia para faturar uns trocados.

Mesmo assim, A MORTE DO CHEFÃO é um filmaço policial repleto de personagens e reviravoltas, aquele tipo de roteiro que, hoje, Guy Ritchie e Joe Carnahan adorariam dirigir, porém puxando mais para o lado da comédia, enquanto Fleischer leva o material bastante a sério.


O título original ("The Don is Dead") e mesmo a adaptação para o português são auto-explicativos, mas a narração do trailer original de cinema já resume perfeitamente a trama do filme: "Em 1971, Don Angelo DiMorra começou um inocente romance com uma bela garota. Isso deu início à mais sangrenta série de crimes da história da América".

E a história é simples assim: se passa numa cidade dominada por três famílias mafiosas que convivem com respeito e harmonia, cada uma no seu cantinho, realizando suas atividades criminosas sem interferir nos negócios da outra - enfim, mantendo um equilíbrio estável construído a partir de anos de diálogos e boas relações entre seus chefões. Isso até que o "don" de uma das famílias morre de causas naturais. O que acontecerá com o "território" desta família, agora desguarnecida do seu líder?

Para resolver o impasse, os líderes de todas as famílias mafiosas do pedaço se reúnem em Las Vegas (que é território neutro!!!) para deliberar. O filho do falecido Don, Frank Regalbuto (um jovem Robert Forster), quer assumir o comando das atividades da família. Isso vai contra os interesses das outras duas famílias que comandam a cidade, os DiMorra e os Bernardo, que acham que Frank é muito jovem (além de marginalzinho traficante de drogas) para assumir um pequeno império. Assim, para evitar um banho de sangue, os "dons" sugerem que os homens e o território dos Regalbuto sejam divididos entre as duas famílias restantes. E o chefe do clã DiMorra, Don Angelo (Anthony Quinn), resolve adotar Frank como filho, já que não tem um descendente legítimo.

A desavença parece solucionada. Mas Orlando (Charles Cioffi), o "consiglieri" da família Bernardo (já que o chefão Don Bernardo está na prisão), arquiteta um plano maquiavélico para ficar com o controle sobre toda a cidade, fazendo com que as duas outras famílias se matem entre si.


O pivô da discórdia é a cantora Ruby (Angel Tompkins), namorada de Frank. Aproveitando uma viagem do rapaz para a Itália a "negócios", Orlando consegue fazer com que o chefão Don Angelo se aproxime da garota e se apaixone por ela. Quando Frank volta para a cidade, descobre que foi trocado, mas nem imagina por quem. E responde destruindo o rosto da ex-namorada a pancadas.

Furioso pela atitude do "filho adotivo", e pela agressão covarde à sua amada, sem nem imaginar que tudo faz parte de um plano maligno, Don Angelo responde mandando executar Frank. Só que o jovem escapa do atentado, onde morre seu "consiglieri", Vito (George Skaff).

Agora é a vez de Frank ficar furioso com a dupla traição de seu protetor: aliado a uma quadrilha de criminosos comuns da cidade, os irmãos Tony (Frederic Forrest) e Vince (Al Lettieri), ele declara guerra à família DiMorra. E Orlando comemora enquanto as duas famílias se matam violentamente, tingindo de sangue as ruas da cidade.

Como toda boa história de Máfia, esta também está repleta de traições (chega um ponto em que nem o espectador sabe mais em quem confiar), retaliações, emboscadas e sangrentas execuções a tiros. Mas o melhor do filme é como o ótimo roteiro de Christopher Trumbo, Michael Butler e Marvin H. Albert (baseado no livro deste último) narra de maneira brilhante o festival de tragédias que começa com um simples e ardiloso bilhete anônimo escrito por Orlando.


A partir de então, a seqüência de crimes sangrentos se desenrola de forma imbecil e desenfreada, apenas pela total incapacidade dos dois lados do conflito de sentarem juntos para conversar e chegar a um acordo - parece até aquelas briguinhas de casal, onde nem marido e nem mulher querem assumir que estão errados.

A MORTE DO CHEFÃO não tem "mocinhos": todos os personagens são bandidos sujos com quem o espectador dificilmente consegue simpatizar; implacáveis, eles não pensam duas vezes em matar friamente alguém com quem conversaram tranqüilamente horas antes.

A principal semelhança com o clássico "O Poderoso Chefão" é o personagem de Tony (interpretado por Forrest, de "Apocalypse Now"). Como uma espécie de Michael Corleone dos pobres, Tony é o único na trama que tem certo juízo: ele não quer saber de viver (ou morrer) como criminoso, e pretende deixar o irmão Vince no comando da quadrilha para arrumar um trabalho mais "normal"; porém, quando explode a guerra entre as duas famílias, o jovem se vê arrastado para o meio dela e precisa assumir o comando dos "negócios" quando o irmão é executado.

Já Frank, que inicialmente parece ser o personagem principal, acaba relegado a um segundo plano como o pivô da sangrenta guerra. Burro e com sede de poder, ele impede que o conflito seja resolvido ainda no princípio e cai como um pato no plano de Orlando, declarando guerra à poderosa família DiMorra. Ainda a exemplo de "O Poderoso Chefão", o filme de Fleischer também tem, no clímax, uma série de assassinatos em seqüência, quando Tony e seus homens deflagram um festival de execuções dos homens-chave da família DiMorra.


Visto hoje, A MORTE DO CHEFÃO também serve como uma coletânea de todos os principais clichês dos filmes de Máfia, já que muito do que aparece aqui (bandido morto a navalhadas quando está no barbeiro; mafioso assassinado a golpes de taco de beisebol no deserto...) foi mostrado diversas vezes, antes ou depois, em outros filmes do gênero.

Mas a direção segura de Fleischer consegue contornar estes clichês; apesar de ser excessivamente dialogado (mas com diálogos necessários para o andamento da trama, bem diferente do que fez Tarantino em "À Prova de Morte", por exemplo), o filme nunca fica chato, justamente pelo talento do injustiçado Fleischer, capaz de fazer o máximo mesmo a partir de uma produção visivelmente pobre.

Fleischer nunca recebeu os devidos méritos por uma carreira repleta de sucessos e ótimos filmes, dos clássicos da Sessão da Tarde "20 Mil Léguas Submarinas" e "Viagem Fantástica" a pérolas como "Tora! Tora! Tora!" e "Mr. Majestyk". Longe de ser um cineasta autoral, ele era o homem contratado pelos estúdios quando precisavam de alguém para tocar produções simples e rápidas como esta. E acabou na obscuridade graças a um festival de porcarias que filmou já no final da vida (entre eles, "Amityville 3-D" e "Guerreiros de Fogo").

A MORTE DO CHEFÃO é um dos meus filmes de Máfia preferidos, e certamente um dos melhores da filmografia de Fleischer: amoral até a medula (ou "politicamente incorreto", se preferirem um termo mais atual), repleto de assassinatos praticados por pura estupidez, trata-se de um pequeno clássico sobre o mundo do crime, que merece ser descoberto nestes tempos de Tarantino e Guy Ritchie.

PS: Olho vivo para descobrir um já careca Sid Haig em aparição-relâmpago como um dos capangas de um traficante no tiroteio que abre o filme.

Trailer de A MORTE DO CHEFÃO


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The Don is Dead (1973, EUA)
Direção: Richard Fleischer
Elenco: Anthony Quinn, Robert Forster,
Frederic Forrest, Al Lettieri, Angel Tompkins,
Abe Vigoda, Victor Argo e Charles Cioffi.

domingo, 16 de novembro de 2008

MR. MAJESTYK (1974)


(Depois de vários posts em seqüência sobre tralhas italianas, achei que era hora de publicar algo sobre um filme mais "normalzinho", só para variar um pouco. E também estava na hora de escrever sobre Charles Bronson neste blog. Então, divirtam-se!)

"Você fala como se fosse um grande machão, mas não me convenceu! Continue falando assim comigo e eu arranco sua cabeça fora!", diz Charles Bronson, com sua tradicional voz calma e rosto sem expressão, para um oponente mal-encarado em certo momento de MR. MAJESTYK, um dos melhores filmes do astro, lançado no Brasil com o ridículo título "Desafiando o Assassino" (tão ridículo que eu não vou mais utilizá-lo a partir de agora, por isso pode esquecer que ele existe). MR. MAJESTYK foi rodado em 1974, mesmo ano em que Bronson estrelaria um de seus maiores sucessos de público e crítica: o primeiro "Desejo de Matar", que acabou ofuscando a existência deste pequeno clássico.

Charles Bronson, ou Charles Buchinksy (seu nome de batismo), faleceu em 2003, deixando um legado de quase 100 filmes, além de muitos, mas muitos personagens marcantes e inesquecíveis. Entre eles, o mais óbvio talvez seja Paul Kersey, de "Desejo de Matar", que deixou uma franquia de 5 filmes. Mas ele também encarnou o Pistoleiro da Harmônica ("Era uma Vez no Oeste"), um dos "dirty dozen", Wladislaw (em "Os Doze Condenados"), o cowboy Bernardo ("Sete Homens e um Destino"), o assassino Arthur Bishop ("Assassino a Preço Fixo") e uma longa galeria de policiais durões, com destaque para Leo Kessler ("Dez Minutos para Morrer").


Bronson era tão foda que encarnou até o lendário Wild Bill Hickox (em "O Grande Búfalo Branco). Mas se eu tivesse que escolher meu personagem preferido do velho bigodudo, muito provavelmente a decisão seria pelo "super-cool" Vincent Majestyk, que é o "herói" (assim mesmo, entre aspas) de MR. MAJESTYK.

Vince Majestyk é um cara durão que não arrega na hora do aperto, enfrentando a bandidada na cara e na coragem. A diferença para a maioria dos outros personagens de Bronson é que Majestyk não está procurando encrenca, quer apenas ficar quietinho no seu canto. Mas os problemas vão até ele. E aí, meu amigo, Majestyk se obriga a arregaçar as mangas e dar um jeito naqueles que não querem deixá-lo em paz. Tanto que a frase no cartaz de cinema era: "Ele não queria ser um herói... Até o dia em que ele foi pressionado demais!".

Vince Majestyk não é um pistoleiro, nem um vingador urbano, muito menos um assassino profissional: é apenas, acredite se quiser, um fazendeiro do tipo matuto, um plantador de melancias do interior dos Estados Unidos, que usa sempre uma inseparável boina na cabeça. Claro que também é um veterano de guerra, que lutou na Coréia e no Vietnã, além de ter sido preso por causa de uma briga de bar. Mas nos dias atuais (anos 70, no caso do filme), o que ele fez no passado não interessa: tudo que Majestyk quer é colher seus vários hectares de melancias madurinhas para vender e faturar uma boa grana, sem precisar matar nem arrebentar a fuça de ninguém.


Entretanto, embora o pobre homem do campo não esteja procurando encrenca, os problemas logo chegam até ele, no momento em que recruta um grupo de trabalhadores para ajudar na colheita - inclusive uma família de imigrantes mexicanos ilegais encabeçada pela bela Nancy (interpretada pela argentina Linda Cristal).

Quando o ônibus com os trabalhadores chega na fazenda, Majestyk descobre, surpreso, que já há um bando de homens colhendo suas melancias. Eles são contratados por um mau caráter chamado Bobby Kopas (Paul Koslo), que tenta convencer o herói a contratar seus serviços por um preço menor que o do mercado.

O fazendeiro até tenta argumentar que não precisa disso, que já contratou uma equipe, e pede com toda educação que Kopas e seus homens deixem imediatamente a propriedade. Claro que o vilão não quer nem saber e tenta pressionar nosso herói na violência, obrigando-o a contratar sua equipe de qualquer jeito. Resultado: quando Kopas puxa uma espingarda para ameaçar Majestyk, este se apossa da arma e expulsa o bandido da sua propriedade sem dificuldade.


Só que o vagabundo não deixa o incidente passar em branco: Kopas vai dar queixa na polícia (!!!) dizendo que Majestyk o agrediu covardemente. E como a justiça nos filmes normalmente é um reflexo da vida real, horas depois a polícia está batendo na fazenda e algemando o fazendeiro como se fosse ele o bandido!

Majestyk é fichado e nem tem chance de se defender. Isso apesar de seus apelos desesperados: "Por favor, tenente. Preciso colher aquelas melancias em quatro dias, ou perco toda a colheita. Quatro dias e depois eu venho até aqui por conta própria". A resposta do homem da lei é cínica: "Você devia ter pensado nisso antes!". E assim nosso "herói" vai parar atrás das grades com um bando de marginais, mas não perde a pose.

Na hora do almoço, Majestyk percebe que um dos prisioneiros come isolado dos outros e tenta contato. Mas o homem é Frank Renda (Al Lettieri, de "O Poderoso Chefão", que morreu no ano seguinte). Renda é um dos mais implacáveis e perigosos pistoleiros da Máfia, preso após dezenas de crimes, e não precisa muito para que ele marque alguém de morte. No dia seguinte, os prisioneiros são transferidos de ônibus para a penitenciária. Mas homens da quadrilha de Renda atacam, num massacre onde quase todos os policiais são baleados.


Esperto, Majestyk vê aí uma oportunidade de limpar sua ficha com a polícia: ele foge levando junto o ainda algemado Renda, e depois liga para a delegacia de polícia para trocar o perigoso prisioneiro pela sua liberdade. Só que o bandidão não fica nem um pouco contente em se tornar peça de troca e consegue fugir, com a ajuda de uma parceira, Wiley (a gatinha Lee Purcell).

Tudo parece voltar ao normal e a quadrilha de Renda agiliza sua fuga para o México. Mas o assassino não quer saber de ir embora sem antes se vingar de Majestyk. "Muitos eu matei por dinheiro, mas este eu quero matar de graça, para mim", justifica.

Renda se junta ao trapaceiro Kopas e, no momento em que o agricultor é libertado da prisão, os dois bandidos tratam de transformar sua vida num verdadeiro inferno: ameaçam seus trabalhadores para que abandonem a colheita, quebram as pernas do seu melhor amigo, Larry (Alejandro Rey), e, no auge da maldade, destróem a tiros de metralhadora e revólver as tão amadas melancias colhidas por Majestyk.


Ao ver suas hortaliças em pedaços, o amigo no hospital e sua vida de cabeça para o ar, o herói finalmente resolve deixar de ser um cara legal para revidar. E esta mudança é demonstrada de maneira sutil, quando a câmera desce do olhar entristecido e ao mesmo tempo revoltado de Bronson para seu punho cerrado em sinal de fúria.

Agora os bandidos vão experimentar uma dose do seu próprio remédio! Neste momento, numa incrível reviravolta do roteiro (muito antes de isso se tornar um clichê do cinema de ação), Majestyk se transforma de presa em caçador, encurralando seus inimigos de uma maneira que eles jamais poderiam esperar.

Filme de ação à moda antiga, MR. MAJESTYK desenvolve-se lentamente, porém sempre mantendo presa a atenção do espectador. Demora mais de 1h10min para começarem as cenas de perseguição automobilística e tiroteios, mas a espera compensa: no clímax, os bandidos perseguem Majestyk e Nancy, que dirigem feito loucos uma caminhonete Ford pra lá de velha, pelas estradinhas empoeiradas da fazenda. Os malabarismos que aquele veículo faz, meu amigo, são de tirar o chapéu, e isso tudo sem computação gráfica ou grandes truques de câmera: é tudo real! Acredite, aquela caminhonete praticamente voa!


Comparando com outros filmes de Bronson, principalmente aqueles feitos nos anos 80, MR. MAJESTYK tem uma contagem de cadáveres relativamente baixa, pois são poucos os seus antagonistas. Mas estes poucos pobres diabos sofrem o pão que o diabo amassou, e o filme não poupa na violência, com sangrentos tirambaços de espingarda - a arma adotada pelo fazendeiro contra os homens que estão abusando da sua paciência - e momentos de crueldade explícita, como aquele em que Renda quebra o pescoço de um policial indefeso com duas pauladas, comprovando que é um filha da puta implacável.

Mas o que faz de Vince Majestyk meu personagem preferido de Bronson é que ele sabe ser valentão e se impor, saindo por cima de todas as adversidades, sempre com uma frase de efeito ou um sorrisinho no seu rosto de pedra. São tantos momentos antológicos no filme que eu ficaria a noite inteira comentando, mas um dos clássicos é aquele em que, numa cena sem qualquer clima romântico, a bela Nancy intima o fazendeiro: "Se você quer transar comigo, por que não fala?". E Majestyk, sem perder tempo, puxa a moça pelo braço e dispara: "Não vou falar nada, eu vou é fazer!".

Outra cena de gargalhar e aplaudir ao mesmo tempo é aquela em que Majestyk é publicamente ameaçado por Renda num bar lotado. Ao perceber que há policiais no recinto, e que o pistoleiro não poderá matá-lo ali mesmo, nosso herói diz: "Acho que não adianta tentar ser seu amigo", seguido de um violento soco na cara do vilão, que, pego de surpresa, cai estatelado no chão. Enquanto levanta da mesa e sai do bar sorrindo, Majestyk ainda faz uma piadinha: "Ei, por que não chama a polícia?". O cara é o máximo! (Veja o vídeo abaixo, é impagável!)

Como responder a uma ameaça de morte



O "culpado" por estes e outros momentos antológicos é o escritor "cult" Elmore Leonard, que aqui é o autor do roteiro. Mas o filme ainda se beneficia da belíssima fotografia, que aproveita muito bem o colorido das roupas e cenários (além das belíssimas paisagens rurais do interior dos Estados Unidos), da música estridente de Charles Bernstein, que sublinha as cenas de ação, e da competente direção do falecido Richard Fleischer, um dos mais subestimados cineastas da sua geração.

Quem conhece seu trabalho sabe que quando o homem acerta, o resultado é um fimaço; e quando erra, o resultado é abaixo de zero (são dele os ótimos "Viagem Fantástica" e "A Morte do Chefão", e os medíocres "Amityville 3-D" e "Aventureiros do Fogo", por exemplo). Mas em MR. MAJESTYK Fleischer estava em seus melhores dias, e o resultado é um filme fantástico, daquele tipo que parece que o pessoal de hoje desaprendeu a fazer.


Não por acaso, este é um dos filmes preferidos de cineasta superstar Quentin Tarantino, que, quando pode, presta honrosas homenagens a ele em suas próprias produções.

Repare, por exemplo, que Budd (Michael Madsen) tem um pôster de MR. MAJESTYK numa das paredes de seu trailer em "Kill Bill - Volume 2"; já em "Amor à Queima-Roupa", que é um roteiro de Tarantino filmado por Tony Scott, o personagem de Gary Oldman diz a Christian Slater: "Você pensa que é Charles Bronson em MR. MAJESTYK?".

Quem diria que um dos personagens mais legais de Charles Bronson não seria um cowboy, um pistoleiro ou um justiceiro urbano, mas sim um simples plantador de melancias do interior dos Estados Unidos...

Trailer de MR. MAJESTYK



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Mr. Majestyk (1974, EUA)
Direção: Richard Fleischer
Elenco: Charles Bronson, Al Lettieri, Linda Cristal,
Lee Purcell, Paul Koslo, Taylor Lacher, Frank
Maxwell, Alejandro Rey e Jordan Rhodes.