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sábado, 13 de março de 2010

O EXECUTOR FINAL (1984)


Você já parou para pensar como o mundo seria triste caso o australiano George Miller não tivesse dirigido o clássico "Mad Max 2" em 1981? Primeiro, porque não teríamos esse FILMAÇO (um dos tantos na minha lista de melhores filmes de todos os tempos). Segundo, porque não teríamos todas aquelas maravilhosas e engraçadíssimas cópias trash de "Mad Max 2" feitas na Itália, como "Guerreiros do Futuro", de Enzo G. Castellari, e "O Guerreiro do Mundo Perdido", de David Worth (dois filmes que merecem seu espaço em breve aqui no FILMES PARA DOIDOS).

Nenhuma delas chega aos pés do original, é claro. Mas convenhamos que parecia relativamente fácil fazer clones de "Mad Max 2", pois não só os italianos, como também muitos norte-americanos e até outros australianos, investiram nas suas "versões genéricas". O visual pós-apocalíptico garantia até certa economia aos realizadores, já que poderiam usar cenários semi-desmontados e figurinos esfarrapados, além de veículos em cacarecos.


O EXECUTOR FINAL é uma destas inúmeras cópias trash italianas do clássico de George Miller. A diferença para as outras é que a trama, escrita por Roberto Leoni (de "A Cruz dos Executores"), não tem cara de clone de Mad Max e traz pouquíssimos elementos das aventuras pós-apocalípticas. A bem da verdade, o roteiro parece ter sido adaptado apenas para faturar em cima da onda, e as poucas cenas "pós-apocalípticas" destoam do resto do filme, como se tivessem sido incluídas de última hora no roteiro apenas para transformá-lo em mais uma aventura do gênero.

E é justamente isso que torna o filme hilário. O EXECUTOR FINAL já começa com a tradicional narração explicando como nosso mundo foi destruído por bombas nucleares - narração esta que se desenrola sobre o maior número de cenas de arquivo que os produtores conseguiram encontrar, de explosões atômicas a fotos de cidades devastadas na Segunda Guerra Mundial, e até a erupção de um vulcão! A coisa é tão bizarra que vale até postar aqui o vídeo do YouTube, para que vocês possam (re)ver e se emocionar:

O Apocalipse com cenas de arquivo


O narrador explica que a terra pós-apocalíptica acabou dividida em duas castas: uma com mais grana (claro!) vivendo nos subterrâneos, e outra lazarenta obrigada a viver na superfície, e contaminada pela radiação. Como uma forma de acabar com o problema dos humanos contaminados, explica o narrador, os ricaços lá do subterrâneo resolveram criar temporadas de caça. Você não leu errado: exóticos caçadores especializaram-se em subir à superfície para divertir-se caçando os humanos radioativos e acabando com a raça deles, para que não possam se reproduzir e continuar espalhando seus genes podres pela terra devastada.

Quando finalmente a história começa, encontramos o herói Alan Tanner, um cientista, sendo transportado do mundo subterrâneo à superfície. Alan é interpretado pelo austríaco William Mang, o mais próximo de um clone do Kurt Russell (em alta na época por causa dos filmes de John Carpenter) que os italianos conseguiram encontrar.

Descobriremos mais tarde que o herói é um cientista condenado injustamente a virar presa dos caçadores da superfície, assim como sua namorada (Cinzia Bonfantini). Ele descobriu que a contaminação terminou e que as pessoas da superfície não precisam mais ser exterminadas. Mas é claro que os fãs das caçadas humanas não querem que este "pequeno detalhe" chegue aos ouvidos do povo... Melhor mandar o cientista sabichão para a superfície como alvo!


Quando a trama sai do metrô para a superfície, o universo de "Mad Max 2" se mescla com o do clássico "The Most Dangerous Game", de 1932 (que influenciou, entre outros filmes, "O Alvo", de John Woo). Afinal, o herói e alguns outros humanos desafortunados servirão como caça para um grupo de exóticos caçadores vestindo o típico figurino pós-apocalíptico trash desse tipo de filme (muito couro preto, fitas na cabeça, adornos com pontas de metal...), ou mesmo as roupas que sobraram das obras anteriores da produtora (uma das moças usa um vestido que parece saído de algum épico sobre o Império Romano, por exemplo)

Os líderes dos caçadores são Edra (Marina Costa, no primeiro dos seus dois filmes) e Erasmus (Harrison Muller Jr.). Depois que os vilões cercam e exterminam um grupo de humanos, Alan e sua garota acabam capturados. Um dos caçadores estupra a moça, que depois é morta.


Já Alan foge e é atingido com um tiro, mas sobrevive e recupera-se nas mãos de um ex-policial chamado Sam (Woody Strode!). Pelos próximos 20 minutos, Sam dá uma de mestre Miyagi e treina Alan para a sua vingança. As cenas de treinamento, usando fogo e arame farpado, estão entre as melhores do filme.

Clássico da era de ouro do VHS no Brasil (saiu pela distribuidora Hipervídeo com uma capinha ridícula reaproveitada do pôster de "Assalto à 13ª DP", de Carpenter), O EXECUTOR FINAL é trash, absurdo, mal-dirigido e por isso mesmo engraçadíssimo. Embora não tenha a violência necessária, em comparação com outros clones italianos de "Mad Max 2", não faltam nudez e baixaria, com cenas de sexo, estupro e a nudez constante das estrelinhas Margit Evelyn Newton (que todos lembrarão de "Predadores da Noite", de Bruno Mattei) e Maria Romano (figurinha carimbada dos filmes italianos de mulheres na prisão).

O veterano Strode, nome conhecido dos western spaghetti (fez até "Era Uma Vez no Oeste"!), aparece em cena durante uns 15 minutos, e mesmo assim é a melhor coisa do filme.


Quando Strode não está, resta ao espectador rir das cenas de ação frouxas e da pobreza geral da produção. Por falar nisso, percebi grandes semelhanças entre os cenários, figurinos e instrumentos usados no filme (inclusive as armas de quatro ou cinco canos usadas pelos vilões) com aqueles que aparecem no clássico trash "Ratos", do Mattei, filmado no mesmo ano de 1984. Será que foram rodados simultaneamente, reaproveitando os mesmos elementos de cena? Eu apostaria 10 centavos que sim.

Vale destacar que todas as cenas com Woody Strode foram reutilizadas, cinco anos depois, em outra bagaceirice da Terra da Bota, "Bronx Executioner", dirigido por Vanio Amici em 1989. Cerca de 50% desse filme é formado pelas cenas de O EXECUTOR FINAL. Inclusive Strode nem precisou pisar no set nesta filmagem de cinco anos depois, e foi apenas redublado! O tipo de picaretagem que os italianos adoravam fazer...


Mais divertido no início do que quando descamba para a batida trama de vingança, O EXECUTOR FINAL tem alguns elementos que só confirmam a fama trash que recebeu desde o seu lançamento, como o péssimo e afetado vilão interpretado por Muller Jr.

Os realizadores até tentaram lhe dar alguma sofisticação: ele está sempre vestido de negro da cabeça aos pés, tem uma motocicleta estilosa, uma espada samurai e até aparece jogando xadrez consigo mesmo em certa cena. Mas não adianta: a suspeitíssima echarpe branca que o sujeito usa, e seus discursos medonhos (chamando os humanos contaminados de "animais"), afundam qualquer tentativa de criar um vilão sério.


Isso, mais a quantidade absurda de imbecilidades e bobagens ao longo da trama (incluindo uma cena de "condicionamento mental" à la "Laranja Mecânica"), transformam o que era para ser um filme pós-apocalíptico numa bizarra comédia involuntária. Principalmente por causa da noite em que o quartel-general dos vilões é invadido por Alan, que mata um deles. Ao encontrar o cadáver, o nosso amigo da echarpe branca ordena aos companheiros: "Alguém invadiu a casa. Vamos dormir e amanhã procuramos por ele!". Isso sim que é avaliar as prioridades...

Não dá para não perceber, ainda, o excesso de câmera lenta nas cenas de ação, à la Enzo Castellari. A menção do nome do mestre não é gratuita: acontece que o diretor de O EXECUTOR FINAL, Romolo Guerrieri, é tio de Enzo.

Pena que, ao contrário do sobrinho, Romolo utilize o recurso sem qualquer critério ou noção de estilo, colocando em câmera lenta até mesmo o que não precisa. Isso sem contar as exageradas piruetas feitas pelos dublês em meio às explosões - coisa de circo, como você pode ver na imagem abaixo!


Ruim em vários sentidos, divertido em outros tantos, e até bem-feitinho em alguns momentos, O EXECUTOR FINAL é aquele legítimo FILME PARA DOIDOS que sempre acaba encontrando o seu público, mesmo que esteja muito abaixo do padrão dos clones italianos de "Mad Max 2". Como eu escrevi lá no começo, parece uma historinha qualquer adaptada de última hora para o universo do filme de George Miller, e isso se percebe claramente.

O negócio é relaxar e rir muito com a quantidade de bobagens, deleitar-se com as belíssimas italianas de peitos de fora (principalmente Margit, uma musa esquecida) e surpreender-se com a precariedade da vingança do herói incompreendido Alan, já que quase todos os vilões de quem ele quer se vingar são mortos por outras pessoas que não ele!!! Bela vingança, hein?

Melhor sorte em "O Executor Final 2"!

Treinamento ninja em O EXECUTOR FINAL


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The Final Executioner/L'Ultimo
Guerriero (1984, Itália)

Direção: Romolo Guerrieri
Elenco: Woody Strode, William Mang,
Marina Costa, Harrison Muller Jr., Margit
Evelyn Newton e Maria Romano.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

BOOT HILL (1969)


Esta foi a terceira vez que vi BOOT HILL, western escrito e dirigido por Giuseppe Colizzi. Mas, se considerarmos a péssima qualidade das cópias anteriores (a primeira vez foi com um VHS da velha Poletel, e a segunda com um DVD tosquíssimo e cara-de-pau da Works/London Filmes), posso dizer que somente agora eu REALMENTE vi o filme.

Se antes tive que engolir péssimas versões em fullscreen com imagem granulada e cores lavadas, que transformam a experiência de ver o filme num tormento, agora finalmente peguei uma versão em letterbox e remasterizada, lançada pela distribuidora Flashstar com uma chamada equivocada na capinha, dizendo que é "o primeiro faroeste de Terence Hill e Bud Spencer" (não é o primeiro).

Nas fotos abaixo você pode comparar o contraste: a primeira foi capturada do DVD da Works; a segunda, do DVD da Flashstar.


Aqui no Brasil, BOOT HILL ficou popularizado com o título da época do videocassete, "Trinity e a Colina dos Homens Maus" (também foi este o título usado no relançamento pela Flashstar; só a Works adotou o original em inglês). Pois esta tradução é duplamente enganosa, já que não há Trinity na história e muito menos uma "colina dos homens maus".

Ocorre que, aqui no Brasil, todo e qualquer filme estrelado por Terence Hill passou a ter o nome Trinity no título, mesmo que o personagem interpretado pelo ator seja outro totalmente diferente, como acontece nesse caso. Já a tal colina é apenas uma tradução equivocada para a expressão "Boot Hill", o apelido em inglês para cemitério, equivalente ao nosso "colina dos pés-juntos".

Embora não tenha Trinity, o filme resgata um personagem já interpretado por Terence Hill em outros dois filmes do diretor-roteirista Colizzi, o pistoleiro Cat Stevens - mesmo nome de um famoso cantor e compositor britânico, a exemplo do Django de Sergio Corbucci, cujo nome foi inspirado no músico Django Reinhardt.


No western spaghetti, Cat já tinha aparecido anteriormente em "Deus Perdoa... Eu Não!" (1967) e "Os Quatro da Ave Maria" (1968), todos também dirigidos por Giuseppe Colizzi. Não vi nenhum dos dois, mas, pelo que pesquisei, a "trilogia Cat Stevens" é formada por aventuras com pouca relação umas com as outras, além da presença de Terence e do seu parceiro habitual, Bud Spencer, cujo personagem se chama Hutch Bessy nos três filmes. O resto é tudo novo. E o nome dos personagens nem ao menos é citado em BOOT HILL.

Embora essas três parcerias entre Colizzi e os dois atores sejam westerns sérios, sem o humor ingênuo e pastelão que passaria a predominar nas aventuras posteriores da dupla Hill-Spencer, aqui já se percebem algumas deslocadas tentativas de fazer graça, como uma animada pancadaria num saloon, quando Spencer distribui seus tradicionais safanões de mão aberta e ergue vilões acima da cabeça para atirar longe.


Bem, um dos grandes problemas de BOOT HILL é a narrativa extremamente truncada, defeito que talvez se explique pela versão lançada no Brasil ser a edição norte-americana, reduzida para 87 minutos. Segundo o IMDB, existem montagens de 97 minutos (na Espanha) e de 100 minutos (na França), onde provavelmente estão as explicações e fatos que não aparecem na cópia que eu vi. O engraçado é que, antes de ficar sabendo da existência dessas versões mais longas, sempre tive a impressão que faltava algo no filme: por exemplo, uma família sitiada pelos vilões numa cabana some de cena, e há um momento confuso em que o grande vilão aparece amarrado e, na cena seguinte, já está livre, sem que tenha sido mostrado como ele se soltou!

Basicamente, a trama de BOOT HILL mostra Cat Stevens fugindo de bandidos que querem matá-lo para que ele não tome posse de uma produtiva mina de ouro, que fica numa região explorada por um poderoso vilão, Honey Fisher (Victor Buono). Fisher e seus capangas forçam os mineradores a vender suas propriedades através de ameaças e violência, e os poucos que se recusam acabam mortos. Um dos capangas do vilão é o sádico Finch (Glauco Onorato).


Logo no início, quando essa trama toda ainda não foi bem explicada (acredite, isso só acontece na meia hora final!!!), Stevens é emboscado pelos homens de Fisher numa pequena cidadezinha. Os pistoleiros querem dar um fim no herói, mas só conseguem feri-lo gravemente com um balaço no ombro. Fora de ação, ele é obrigado a se refugiar na carroça de uma trupe esfarrapada de artistas de circo, que leva seu espetáculo de cidade em cidade. Estes acabam ajudando Cat, principalmente o trapezista e ex-pistoleiro Thomas (interpretado pelo saudoso Woody Strode).

Claro que os vilões dão o troco, matando um dos trapezistas durante uma apresentação e forçando os artistas a abandonarem o circo para seguir outras profissões. Mas Stevens e Thomas procuram pelo antigo colega do herói, Hutch, que vive aposentado numa casa à beira do lago, acompanhado pelo companheiro surdo-mudo "Baby Doll" (George Eastman!!!).


Finalmente juntos, os quatro pistoleiros partem para a cidade explorada por Fisher, dispostos a transformar a vida do vilão num inferno. Recebem a ajuda dos artistas de circo, que voltam a se reunir especialmente para se vingar dos pistoleiros malvados.

A trama parece simples lendo assim, mas as informações são liberadas ao espectador somente no final, de maneira que é muito mais fácil assistir BOOT HILL tendo lido previamente um resumo da história, como este que eu vos entreguei de mão beijada.

Sinceramente, gostaria de acreditar que algumas explicações e momentos mais interessantes estejam nas versões estendidas do filme, já que esta edição de 87 minutos é bem sem graça. Tudo se encaminha para um duelo final cheio de ação entre os quatro heróis e seus amigos do circo contra os pistoleiros de Fisher. Mas, quando chega a hora do embate, este é rápido e anti-climático, sem que nem ao menos os tiroteios valham a pena.


Stevens também parece ter uma conta pessoal a acertar com Finch, o braço-direito do vilão, mas o porquê disso nunca fica bem claro na montagem cortada que assisti, e até o duelo entre os dois é extremamente brochante - sem que se saiba se cenas foram removidas ou a edição que é desleixada mesmo. A própria queda do grande bandidão Fisher é bem sem-graça, com o vilão saindo de cena como se fosse um figurante. Só pode ter coisa cortada aí...

E o restante de BOOT HILL é burocrático, com uma narrativa muito lenta, em que o personagem principal passa os primeiros 30 minutos ferido e sem fazer praticamente nada, enquanto Spencer só entra na história na segunda parte do filme - até então, Terence faz dupla com Strode. Parece até dois filmes diferentes: a primeira metade, com Terence e Strode, é bem séria, naquela linha "homens em busca de vingança", enquanto a segunda metade (já com Spencer em cena) descamba para a comédia e para o humor pastelão.


Também há um excesso de cenas mostrando os bastidores do espetáculo circense. Em vários momentos, Colizzi intercala a ação dos protagonistas com os números do circo, o que acaba comprometendo a narrativa.

Sobra a belíssima fotografia, tão comprometida no VHS e naquele DVD vagabundo da Works (em tela cheia, há momentos em que o cenário fica praticamente vazio), a linda música de Carlo Rustichelli e o fato de Terence Hill estar fazendo um papel sério. Inclusive ele lembra muito Franco Nero ao aparecer de cara suja e mal-barbeada - no anterior "Viva Django/Preparati la Bara!", dirigido por Ferdinando Baldi em 1968, o ator já havia interpretado uma versão não-oficial de Django, e era praticamente um irmão gêmeo do Franco Nero!


Pena que, como eu expliquei, BOOT HILL tem duas metades muito distintas, e não se decide entre ser western sério ou aventura engraçadinha de Hill/Spencer.

O "Dizionario del Western All'Italiana", de Marco Giusti, tem uma pista para justificar esse contraste: parece que Colizzi assumiu o filme depois que outro diretor, Romolo Guerrieri (de "Johnny Yuma"), foi despedido, mas deixou diversas cenas filmadas que tiveram que ser reaproveitadas. Acabou ficando uma coisa híbrida, cujo trailer (veja abaixo) é MUITO MELHOR que o próprio filme!


Mesmo assim, BOOT HILL é um western no mínimo diferente, que tem muitos admiradores e deve ser conhecido por quem gosta de fugir da mesmice do gênero.

Como curiosidade, quando o filme foi lançado na Alemanha, nos anos 70, e as aventuras cômicas de Trinity já eram febre por lá, o distribuidor germânico redublou todos os diálogos para inserir piadinhas e gracinhas diversas, transformando um western "quase sério" em comédia!

Para encerrar, se alguém souber alguma coisa sobre o que há de diferente nas versões mais longas, por favor use o espaço de Comentários para iluminar esse leigo autor.

Trailer de BOOT HILL


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Boot Hill/ La Collina Degli
Stivali (1969, Itália)

Direção: Giuseppe Colizzi
Elenco: Terence Hill, Woody Strode,
Bud Spencer, Lionel Stander, Victor
Buono e Luciano Rossi.