
Quer homenagem melhor para o Dia Internacional da Mulher (8 de março) do que Kathryn Bigelow faturando todos os grandes prêmios na entrega do Oscar 2010, com seu "Guerra ao Terror"? Eu cantei a pedra ainda no ano passado, ao escrever que o filme não podia ficar de fora da entrega do Oscar, mas confesso que não esperava tantas estatuetas e nem a vitória desta bela cineasta de 59 anos nada aparentes.
Fazia muito tempo que eu não assistia a cerimônia, mas alguma coisa me fez ficar ligado na Globo ontem até madrugada, apesar da atrocidade que era aquela tradução simultânea titubeante (por que não tem tecla SAP para ouvir o original em inglês nessas horas?). Creio que o que me motivou a suportar o Oscar 2010 foi o desejo ardente de que "Guerra ao Terror" faturasse pelo menos alguns prêmios que todo mundo julgava já nas mãos de "Avatar".
Aliás, nunca torci tanto CONTRA um filme como neste caso (nem quando "Pulp Fiction" concorreu com "Forrest Gump"). Eu estava torcendo para que "Guerra ao Terror", "Bastardos Inglórios" e até "Distrito 9" rapelassem todas as estatuetas que muitos apostavam que ficariam com os bichinhos azuis do espaço sideral, representando a vitória do baixo orçamento e das boas idéias contra as superproduções faraônicas e descartáveis - enfim, esse cinema fast-food tão bem representado por "Avatar".
Amigos e amigas, confesso que foi de lavar a alma ver Kathryn arrasar James Cameron ao vivo, faturando quase todas as estatuetas. E até soltei um grito de felicidade quando "Guerra ao Terror" foi anunciado como Melhor Filme. Parecia até torcedor comemorando gol. Afinal...
* AVATAR - 500 milhões de dólares
* GUERRA AO TERROR - 11 milhões de dólares
* Ver a cara de pastel do megalomaníaco James Cameron enquanto sua ex-mulher faturava todos os principais prêmios da noite com um filme que custou uma mixaria - NÃO TEM PREÇO!
E é até irônico que a primeira mulher a ganhar o Oscar de Melhor Diretora esteja à frente de uma obra repleta de "filmes de menino", que nem parecem ter sido dirigidos por uma moça, como "Caçadores de Emoção", "Estranhos Prazeres" e o próprio "Guerra ao Terror" - aliás, a obra de Kathryn é digna de retrospecto.
(Só estou tentando entender como é que um longa quase que inteiramente feito por computador ganha o Oscar de Melhor Fotografia que deveria ficar no mínimo com "Bastardos Inglórios", mas assim é Hollywood!)
Pois bem, chega de Oscar. Fica aqui minha singela homenagem a outras mulheres que nunca receberam e provavelmente nunca receberão o Oscar (algumas por motivos óbvios). Se faltou alguma, podem me xingar através dos comentários.

O Jardim Secreto (The Secret Garden, 1993, EUA)

Picardias Estudantis (Fast Times at
Ridgemont High, 1982, EUA)

Slumber Party - O Massacre (The Slumber Party
Massacre, 1982, EUA)

Humanóides das Profundezas (Humanoids from
the Deep/Monster, 1980, EUA)

Carlota Joaquina - Princesa do Brasil (idem, 1995, Brasil)

Massacre 2 (Slumber Party Massacre 2, 1987, EUA)

Fogo Sagrado (Holy Smoke!, 1999, EUA/Austrália)

Encaixotando Helena (Boxing Helena, 1993, EUA)

Loverboy - Garoto de Programa (Loverboy, 1989, EUA)

Criaturas 3 (Critters 3, 1991, EUA)

O Triunfo da Vontade (Triumph des
Willens, 1935, Alemanha)

O Justiceiro - Em Zona de Guerra
(Punisher: War Zone, 2008, EUA)

O Porteiro da Noite (Il Portiere di Notte, 1974, Itália)

Por um Destino Insólito (Travolti da un Insolito
Destino Nell'azzurro Mare d'agosto, 1974, Itália)

A Excêntrica Família de Antonia (Antonia, 1995,
Holanda/Bélgica/Reino Unido)

Marcas de uma Paixão (Siesta, 1987, EUA)

Quando a Noite Cai (When Night is Falling,
1995, Canadá)

Quanto Mais Idiota Melhor (Wayne's World, 1992, EUA)

Quero Ser Grande (Big, 1988, EUA)

Tank Girl - Detonando o Futuro (Tank Girl, 1995, EUA)

Os Filhos do Silêncio (Children of a Lesser God, 1986, EUA)

Orlando - A Mulher Imortal (Orlando, 1992,
Reino Unido/Holanda/França/Itália/Rússia)

Encontros e Desencontros (Lost in Translation,
2003, EUA/Japão)

Procura-se Susan Desesperadamente
(Desperately Seeking Susan, 1985, EUA)

A Hora da Estrela (idem, Brasil, 1985)
PS: Eu ia colocar o MICHAEL CIMINO na relação só de sacanagem, mas me garantiram que aquela história de que ele teria mudado de sexo para viver como mulher em Paris é apenas lenda urbana...