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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A NOIVA E A BESTA (1958)


(Aproveitando o "gancho símio" da última atualização - com "The White Gorilla" -, preparem seus cachos de bananas que hoje tem mais macacos tarados e/ou assassinos aqui no FILMES PARA DOIDOS!!!)

O lendário Edward D. Wood Jr., ou simplesmente Ed Wood, é reconhecidamente um dos piores diretores da história da sétima arte, responsável por filmes tão ruins e baratos que se tornaram divertidíssimos clássicos trash, como "Bride of the Monster" e o já clássico "Plan 9 From Outer Space".

Agora responda rápido: o que pode ser pior que um filme dirigido por Ed Wood?

Ora, um roteiro escrito por Wood e filmado por um cara ainda pior do que ele!


Por mais incrível que possa parecer, considerando a qualidade nula de seus filmes mesmo para os padrões da época, Wood foi roteirista contratado para diversas produções de terceiros, que são ainda piores do que as pérolas dirigidas pelo próprio Ed.

Entre seus trabalhos exclusivamente como roteirista estão bombas do calibre de "The Violent Years" (1956, dirigido por William Morgan), sobre delinqüência juvenil; "Orgia da Morte" (1965, de A.C. Stephen), sobre shows de striptease feitos por assombrações (!!!) num cemitério, e "One Million AC/DC" (1969, dirigido por Ed De Priest), onde homens pré-históricos lutam contra ridículos dinossauros de borracha.


Mas uma das obras mais antológicas de Ed Wood como roteirista chama-se "The Bride and the Beast, ou, no Brasil, A NOIVA E A BESTA, de 1958. Este filme barato de aventura e horror é o único dirigido por Adrian Weiss, que contratou Wood para escrever o roteiro baseado numa idéia original sua.

(Ainda não consegui descobrir se Adrian tinha algum parentesco com George Weiss, um famoso produtor de filmes "sexploitation" daquela época, que entrou para a história como o homem que deu a primeira chance a um então iniciante Ed Wood, financiando seu debut como diretor, o lendário "Glen or Glenda?", de 1953.)


A NOIVA E A BESTA é aquele tipo de zorra total que só pode ter saído da cabeça de um lunático como Wood - e que só encontra espaço nobre num blog como o FILMES PARA DOIDOS.

Sua história mistura elementos dos "gorilla movies" tradicionais do período (com sujeitos metidos em ridículas fantasias de macaco), de aventuras sobre a vida na selva (neste caso, os ataques de dois tigres indianos que fugiram do zoológico) e até, acredite se quiser, uma inacreditável trama sobre reencarnação, onde uma inocente garota descobre que, numa vida passada, foi... um gorila!!!


O filme começa apresentando os recém-casados Dan Fuller (interpretado por Lance Fuller) e Laura (Charlotte Austin). Ele é um experiente caçador que tem a mansão repleta de troféus de caça, como animais selvagens empalhados, e ela é uma garota meio maluca com fetiche por materiais felpudos, como o angorá.

O casal Fuller irá comemorar sua lua-de-mel com... um safári na África! Mas Dan resolve passar a noite anterior à viagem em sua própria casa. Ali, acredite se quiser, há uma câmara subterrânea secreta, onde o caçador guarda enjaulado um gigantesco gorila chamado Spanky (!!!!), que ele aprisionou quando ainda era filhote.


É nesse momento que começam os problemas: Spanky (hahahaha) parece se apaixonar por Laura, e, durante a noite, escapa de sua jaula, sai milagrosamente da câmara subterrânea secreta e sobe até o quarto onde o casal de recém-casados dorme em camas separadas (!!!).

Ali, começa a acariciar e cheirar a pobre Laura, que sente-se estranhamente atraída pelo gorila e resolve não gritar por socorro. Mas Dan acorda e, talvez com medo de levar corno de um símio, saca seu revólver, enchendo Spanky de tiros.


No dia seguinte, o pobre marido chama até sua casa um amigo médico, o dr. Carl Reiner (interpretado por William Justine; curiosamente, um conhecido diretor de comédias dos anos 80-90 também se chama Carl Reiner!), para examinar Laura.

O doutor resolve hipnotizar a garota e tentar uma experiência de regressão, quando ele e Dan descobrem, estupefatos, que a inocente garota havia sido um feroz gorila numa outra vida!


Reiner então desperta Laura do seu transe, mas não fala nada sobre o que descobriram com a regressão. Ele também orienta ao marido que evite levá-la para a África, devido aos traumas recentes, mas é claro que Dan não escuta.

Fielmente seguidos pelo escravo africano do caçador, Taro (Johnny Roth, branco maquiado para parecer um nativo, que fica o filme inteiro repetindo "Yes, bwana!"), Dan e Laura chegam à África (obviamente, as cenas foram todas gravadas em um matagal qualquer na Califórnia mesmo).



Mas não há tempo para lua-de-mel, pois Dan é imediatamente recrutado pelo capitão Cameron (Gil Frye) para capturar ou matar a tal dupla de ferozes tigres fugitivos, que anda devorando nativos nas redondezas. Enquanto o marido se ocupa da difícil função, Laura se vê às voltas com seu misterioso passado como gorila, exercendo um estranho fascínio sobre estes animais.

Quem gosta de trash e de filmes na linha "quanto pior, melhor" (o público do FILMES PARA DOIDOS, enfim) não pode perder A NOIVA E A BESTA, possivelmente uma das maiores bobagens já filmadas.

Se já parece impossível levar a sério a história de uma garota que é reencarnação de um gorila (!!!), espere só para ver momentos como Dan lutando corpo a corpo com um tigre visivelmente empalhado, ou a conclusão completamente sem pé nem cabeça que Wood inventou para o drama de Laura - digamos apenas que é de rolar de rir.


Muitos filmes baratos do período costumavam roubar cenas de outras produções mais endinheiradas para economizar dinheiro - quem leu minha resenha de "The White Gorilla" já sabe bem disso. Pois é mais ou menos a mesma coisa em A NOIVA E A BESTA: Weiss e sua trupe contornam o problema de nunca terem pisado na África utilizando, na edição, cenas roubadas de outros dois filmes, "Man-Eater of Kumaon" (dirigido por Byron Haskin em 1948) e "Bride of the Gorilla" (dirigido por Curt Siodmak em 1951).

A coisa funciona mais ou menos assim: na sua selva fuleira feita em estúdio, os atores que interpretam Dan e Laura olham assustados em direção à câmera; aí pimba!, corta para uma fantástica cena roubada de "Man-Eater of Kumaon" onde um tigre de verdade luta contra um crocodilo de verdade bem no meio do rio (graças à boa edição de George M. Merrick e Samuel Weiss, parece que os atores do filme de Weiss REALMENTE estão testemunhando aquele momento que foi simplesmente retirado de uma outra produção).


Em outra cena, closes dos dois atores dentro de um caminhão são editados com cenas de uma caçada a girafas que obviamente também não foi filmada por Weiss, mas sim retirada de um dos outros filmes. Assim fica fácil, não é?

Por esse motivo, é até difícil avaliar o filme no conjunto. Por exemplo, eu ia escrever que o diretor de primeira e única viagem Adrian Weiss tinha conseguido escapar da mediocridade com algumas belas cenas, como a luta do tigre com o crocodilo, ou o plano em que um dos tigres espreita o caçador iluminado pela luz da lua (abaixo), mas depois descobri que talm cena foi tirada de "Man-Eater of Kumaon"!


E como a maior parte das cenas boas de A NOIVA E A BESTA deve realmente ter saído destes dois outros filmes citados, fica difícil tentar avaliar a direção de Weiss - mais fácil é congratular os editores Merrick e Samuel pela sua hábil costura.

Já o roteiro de Wood é péssimo como de costume. Não bastasse a total falta de coerência e de ligação entre os vários elementos da trama (garota que é reencarnação de um gorila, tigres assassinos, regressão a vidas passadas, pesadelos, gorilas apaixonados), nosso amigo Eddie simplesmente não consegue resistir a escrever diálogos horríveis, como "Animais não brigam comigo! Eu tinha um macaco quando criança, e ele me amava, mas odiava todo mundo".


A citação a um suéter angorá em certo momento do filme é a marca registrada do roteirista, que tinha fetiche por esse tipo de roupa (e, como todos devem saber, adorava se vestir de mulher, embora não fosse homossexual).

Isso tudo se soma a um caminhão de incoerências que desafiam a lógica, como o porão secreto da casa de Dan, que é iluminado por uma tocha eternamente acesa, mas ironicamente também tem um freezer que funciona com eletricidade (e se há eletricidade, o local poderia ter luz elétrica, e não a iluminação com uma tocha!!!!).


Ou a longa e redundante cena da hipnose, operada por um médico (!!!) que usa termos científicos mirabolantes para tentar convencer o espectador de que a regressão a vidas passadas é possível e tão simples quanto o filme mostra!

Enfim, é o tipo de coisa que faz esta aventura na selva rápida e rasteira (com menos de 1h20min de duração) tornar-se uma daquelas engraçadíssimas comédias involuntárias digna dos nomes envolvidos, mas especialmente do incompetente Ed Wood. Encare de bom humor (ou sob efeito de drogas) e prepare-se para umas boas gargalhadas!


Como última curiosidade, todos os gorilas de A NOIVA E A BESTA foram "interpretados" por Steve Calvert. Falecido em 1991, Calvert era um especialista em pagar mico (literalmente) dentro de roupas de gorila, tendo interpretado macacões em sete dos 11 filmes que fez na vida - entre eles, "Bela Lugosi Meets a Brooklyn Gorilla" (1952) e "Panther Girl of the Kongo" (1955). Bela carreira, hein?

Em tempo, esse filme saiu em DVD nos Estados Unidos num programa duplo com "The White Gorilla" - trasheira total, para detonar todos os neurônios e talvez regredir ao estado de gorila!!!

Trailer de A NOIVA E A BESTA



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A Noiva e a Besta (The Bride and
the Beast, 1958, EUA)

Direção: Adrian Weiss
Elenco: Charlotte Austin, Lance Fuller, Johnny
Roth, William Justine, Gil Frye, Jeanne Gerson
e Steve Calvert com roupa de gorila.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

THE WHITE GORILLA (1945)


Quer fazer um filme de aventura/horror na África, mas está sem grana para contratar figurantes, construir aldeias indígenas, pagar figurinos, alugar animais selvagens? Ora, não se desespere: com um pouquinho de malandragem e um muitinho de cara-de-pau, você consegue rodar sem dificuldade e com orçamento praticamente zero o tal filme.

Basta se inspirar no "exemplo" do diretor e picareta de marca maior Harry L. Fraser e seu clássico da sem-vergonhice THE WHITE GORILLA, produzido no longínquo ano de 1945.

Fraser queria fazer um filme sobre um gorila assassino na África, mas obviamente não tinha dinheiro para filmar em território africano, e muito menos para recriar a África nos Estados Unidos, como faziam outros produtores de mais cacife.


O que você faria se estivesse no lugar dele? O mais correto seria desistir da idéia, claro, mas o cineasta aparentemente era um sujeito teimoso.

Resolveu, então, "reproduzir" a África usando cenas de um filme mudo de 1927, "Perils of the Jungle", dirigido por Jack Nelson, que foi cortado e reeditado na maior cara-de-pau para "encaixar-se" em meio à meia dúzia de cenas filmadas pelo próprio Fraser em 1945.

Agora imagine: você não tem mais os atores daquele filme de 1927, muito menos os cenários da tal produção. Como fazer para que estas cenas "reaproveitadas" se encaixem com aquelas filmadas 18 anos depois?


Fácil: basta transformar todas as cenas mudas e antigas de "Perils of the Jungle" na história contada em flashback por um dos personagens de THE WHITE GORILLA!!!! Não é demais? Dá até vontade de fazer seu próprio filme de aventura na África depois de ver o resultado do "copiar + colar" de Fraser.

E o resultado, claro, é um daqueles trashaços de rolar de rir, que deixaria até mesmo o lendário Ed Wood envergonhado.

Com as cenas de "Perils of the Jungle" ocupando a maior parte da narrativa, os produtores de THE WHITE GORILLA não precisaram de muito esforço para realizar seu filme. Consta que as filmagens levaram apenas três dias e uma noite, e o elenco tem apenas seis atores: Ray Corrigan, Lorraine Miller, Budd Buster, Francis Ford, Charles King e George J. Lewis.


Todos os outros atores que dão as caras ao longo do filme são os atores de "Perils of the Jungle", e portanto não foram creditados, mas são Harry Belmour, Eugenia Gilbert, Will Herman, Frank D. Hutter, Walter Maly, Frank Merrill, Milburn Morante, Bobby Nelson e Albert Smith.

(Não perca as contas: só nessa brincadeira de reaproveitar cenas de um filme antigo, os produtores já econonizaram nove cachês!!!)

THE WHITE GORILLA começa no Posto de Trocas do Morgan, no coração do continente africano, onde uma dupla de caçadores, Stacey (Francis Ford) e Hutton (George J. Lewis), esperam por notícias de um explorador chamado Ed Bradford, que desapareceu há algumas semanas na selva.

Enquanto eles jogam conversa fora com o proprietário do lugar, J. Morgan (Charles King), eis que surge um dos batedores da expedição do desaparecido Bradford, Steve Collins ("interpretado" por Ray Corrigan), com as roupas em farrapos e coberto de ferimentos ensangüentados.


Pelos próximos cinquenta e poucos minutos, Collins põe-se a narrar o que aconteceu ao azarado grupo que integrava. E a maior parte destas cenas de "flashback" são, na verdade, cenas extraídas do já citado "Perils of the Jungle".

Como tal produção de 1927 ainda era silenciosa (ironicamente, o cinema sonoro começou naquele mesmo ano com "O Cantor de Jazz"), é fácil de identificar quais são as (poucas) cenas filmadas por Fraser para THE WHITE GORILLA e quais são as (muitas) cenas roubadas da produção dirigida por Jack Nelson.

Para "maquiar" o problema das cenas reaproveitadas serem mudas, não há diálogos quando elas são exibidas, apenas a narração em off de Collins explicando a história. Acredite: é de rolar de rir!


Collins conta como Bradford e sua turma se meteram em encrencas com uma tribo belicosa da região. Bradford, no caso, é o personagem construído a partir das cenas que Frank Merrill fez em "Perils of the Jungle", quando se chamava Rod Bedford.

O engraçado é a forma utilizada pelo editor Adrian Weiss (um notório produtor e diretor de exploitation movies do período) para casar as cenas de 1945 com as filmadas em 1927: alguns takes com o ator Ray Corrigan escondido em meio a moitas ou árvores são encaixados entre a ação de "Perils of the Jungle", e Corrigan, obviamente, nunca se mistura ou interage com aqueles atores dos anos 20 - apenas "observa".

Para justificar essa falta de interação, a narração em off usa frases como "Escondido, descobri que Bradford e Allison eram prisioneiros de uma das tribos", ou "Eu resolvi segui-los à distância". Abaixo você pode ver como isso funciona na edição: a cena da esquerda foi feita em 1945 e mostra o ator Corrigan teoricamente testemunhando a ação da cena da direita, que foi retirada do filme de 1927! Sim, amiguinhos, é muita cara-de-pau!!!


Quando acabam as tais cenas de "Perils of the Jungle", finalmente surge a criatura que dá nome ao filme, o gorila branco (que, em várias cenas, foi interpretado pelo próprio Ray Corrigan, para economizar ainda mais dinheiro em cachê de figurantes!!!!).

O monstruoso animal vive hostilizado na selva justamente pela sua cor, diferente da pelagem negra dos gorilas "comuns" - o que não deixa de ser irônico, considerando que o filme foi feito em plena época de preconceito racial dos brancos contra negros.

Collins acaba topando com o monstro enquanto "participa" como observador das cenas de "Perils of the Jungle", e escapa por pouco. Mas a conclusão prevê um novo e mortal duelo entre o caçador e o gorila branco.


Ah: por causa da picaretagem do reutilização de cenas, e como "Perils of the Jungle" NÃO tratava de um macacão assassino, é claro que os personagens e atores do filme de 1927 nunca interagem com o gorila, apenas Collins!

Acho que já deu para entender a mensagem: THE WHITE GORILLA é um trashão picareta e muito divertido, onde a edição das cenas de épocas diferentes funciona como perfeita comédia involuntária. Afinal, a montagem é tão cara-de-pau que quase todas as cenas filmadas por Fraser em 1945 mostram os (poucos) atores sentados e ouvindo a "narração" da "história".

Na conclusão, como não existe qualquer possibilidade de os atores dos anos 40 encontrarem os dos anos 20, o roteiro do próprio diretor utiliza uma solução que beira o surreal: todos estes personagens originais de "Perils of the Jungle" morrem devorados por tigres - "off-screen", é claro, porque isso não acontecia no filme de 1927!


Mas filmes sobre gorilas assassinos estavam em alta naquela época, e isso deve ter sido uma grande motivação para os realizadores dessa pérola, que certamente estavam buscando um dinheiro fácil.

Os chamados "gorilla movies" começaram a pipocar ainda na década de 30, com "The Monster Walks" (1932), de Frank R. Strayer, que mostrava um gorila assassino aprontando o diabo em um casarão durante uma noite de tempestade. Isso um ano antes do clássico "King Kong" de 1933, dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, trazer o famosíssimo gorila gigante que já ganhou duas refilmagens, uma seqüência e inúmeras aventuras não-oficiais.

Vai saber que graça o povo enxergava nesse tipo de história, mas os gorilas assassinos (obviamente atores enfiados dentro de ridículas fantasias de macaco!) continuaram fazendo vítimas no cinema até os anos 60, em produções paupérrimas como "The Ape" (1940), de William Nigh, com Boris Karloff; "Bride of the Gorilla" (1951), de Curt Siodmak, com Lon Chaney Jr., onde um homem é vítima de uma maldição vodu e se transforma em gorila à noite (vai ver não tinham dinheiro para comprar uma roupa de lobisomem, então inventaram um "gorilatropo" ao invés de um licantropo!); e "The Bride and the Beast" (1958), de Adrian Weiss, outro trashão impagável, este com roteiro do mitológico Ed Wood!


Até o pobre Bela Lugosi, que um dia foi Drácula, viu-se perdido no inferno dos "gorilla movies", interpretando um cientista que se transforma em gorila assassino nos filmes "The Ape Man" (1943), de William Beaudine, e "Return of the Ape Man" (1944), dirigido por Phil Rosen (e que, apesar do título, nada tem a ver com o outro filme).

Lugosi também pagou um mico símio em "Bela Lugosi Meets a Brooklyn Gorilla", dirigido novamente por William Beaudine em 1952, e o último filme "normal" do ator antes de ele começar a trabalhar exclusivamente com Ed Wood.

Voltando a THE WHITE GORILLA, uma resenha do filme que encontrei na internet sugere usá-lo para um criativo "drinking game", e acho que é mesmo uma boa forma de encarar algo tão ruim. As regras são as seguintes: cada vez que a cena muda de 1945 para 1927, você e seus amigos tomam uma dose de alguma bebida alcoólica potente, e vice-versa. De tanto que isso acontece, será bem fácil acabar completamente embriagado ou em coma alcoólico antes do "The End" aparecer - e isso que o filme é curtíssimo, com cerca de 60 minutos de duração!


E não bastasse a edição criminosa, e os malabarismos que ela exige para manter uma narrativa minimamente coerente, THE WHITE GORILLA ainda está coalhado com todo tipo de defeito de produção classe Z, do cenário pobre (a "selva africana" parece o quintal da casa de alguém) às roupas dos gorilas, onde percebe-se nitidamente os buracos para os olhos nas máscaras!!!

Resumindo: um filme divertidíssimo, hilário, de rolar de rir do começo a fim, e que com certeza fica ainda melhor quando visto em turma, preferencialmente sob efeito de álcool ou substâncias entorpecentes.

Um autêntico FILME PARA DOIDOS, digno de figurar entre as produções-símbolo deste blog.

Veja THE WHITE GORILLA na íntegra



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The White Gorilla (1945, EUA)
Direção: Harry L. Fraser
Elenco: Ray Corrigan, Lorraine Miller, Budd
Buster, Francis Ford, George J. Lewis, Charles
King e vários atores em cenas de arquivo.