WebsiteVoice

Mostrando postagens com marcador Monique Gabrielle. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Monique Gabrielle. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

APERTEM OS CINTOS... O PILOTO SUMIU! 2ª PARTE (1982)


"Ted, eu tenho a estranha sensação de que já passamos por isso tudo antes", diz Elaine Dickinson, a aeromoça interpretada por Julie Hagerty, lá pela metade de APERTEM OS CINTOS... O PILOTO SUMIU! 2ª PARTE, quando seu eterno par romântico Ted Striker (Robert Hays) é obrigado a assumir o posto de piloto de uma aeronave depois da morte da tripulação - mais ou menos como já havia acontecido em "Apertem os Cintos... Parte 1"!

É possível que tenha sido apenas mais uma piada dos realizadores dessa sequência, filmada e lançada apenas dois anos depois do sucesso do original. Mas o diálogo de Elaine/Julie também pode ser encarado como uma honesta auto-crítica, como se os realizadores e intérpretes da continuação tivessem noção de que não estão fazendo nada de diferente além de trocar um avião por um ônibus espacial, mas repetindo as situações (e piadas) do primeiro filme.


Inicialmente, roteiro e direção de APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE (subtitulado, no original, "The Sequel", ou "A Sequência") foram oferecidos aos mesmos responsáveis pelo primeiro, o famoso Trio ZAZ - formado por Jim Abrahams e pelos irmãos David e Jerry Zucker. Mas eles recusaram a proposta, alegando que já tinham esgotado todas as piadas com cinema-catástrofe e aeronaves em perigo no primeiro filme, e não teriam nada de novo para mostrar (ou com que brincar).

Assim, o estúdio responsável por "Apertem os Cintos..." (Paramount) resolveu contratar um diretor-roteirista genérico qualquer para imitar o Trio ZAZ, acreditando que uma sequência ainda teria potencial para arrecadar alguns milhões de dólares nas bilheterias. O escolhido foi o canadense Ken Finkleman, um nome de pouca expressão que, até aquele momento, havia escrito o roteiro de uma outra continuação, "Grease 2".


Sabendo que tinha uma batata quente nas mãos, já que o primeiro "Apertem os Cintos..." tinha sido um grande sucesso de público E de crítica, Finkleman se acomodou numa zona de conforto e resolveu não inventar muito, basicamente apenas reciclando as piadas que já tinham funcionado no original, e até resgatando a maioria dos seus personagens, já que "em time que está ganhando não se mexe".

A tática nem sempre funciona, e a sensação é de se estar ouvindo a mesma piada pela segunda vez, só que agora contada por alguém que não sabe contar piadas direito. E embora continue explorando os clichês dos filmes-catástrofe tipo "Aeroporto", APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE muda o alvo da sátira para outra direção: os filmes de ficção científica.


No início, um letreiro que "sobe" pela tela, da mesma maneira que os letreiros iniciais da série "Star Wars", explica que estamos no futuro, que a humanidade começou a colonizar a Lua e prepara o primeiro lançamento de um voo comercial para o satélite natural da Terra - o ônibus espacial Mayflower I.

Não demora para a história contada pelo letreiro se transformar numa narrativa pornográfica barata, que é interrompida quando o próprio ônibus espacial cruza a tela e despedaça o letreiro como se tivesse atravessado uma placa de vidro. Engraçadinho...


A partir de então, desenrola-se a sequência de créditos iniciais ao som da clássica música-tema de Elmer Bernstein, bombardeando o espectador com uma verdadeira saraivada de piadas diversas, como acontecia no original: tem aparelho de raio-X do aeroporto que mostra mulheres sem roupa, uma mãe que despacha seu bebê de colo para o compartimento de bagagens da aeronave, e até uma mulher que vai ao balcão de informações do aeroporto perguntar se deve fingir os seus orgasmos!

Finkleman está tão ansioso em mostrar serviço que brinca até com a morte de diversos inocentes, quando uma turma de estudantes vai visitar a torre de comando do aeroporto e um moleque confunde o computador que ajuda um ônibus espacial a aterrissar com um videogame, explodindo a nave em pleno ar!


Logo o espectador descobre que Ted Striker, o herói do primeiro filme, foi promovido a piloto de testes do tal ônibus espacial que vai para a Lua, mas sofreu um novo colapso nervoso depois de uma aterrissagem que deu errado. Ted alegava problemas com o equipamento da nave, mas foi julgado e condenado a internação num manicômio cujo nome é uma "homenagem" ao ex-presidente norte-americano Ronald Reagan.

Já sua amada, a aeromoça Elaine, foi promovida a técnica de computadores e encontrou um novo amor no piloto espacial almofadinha Simon (Chad Everett), com quem fará a viagem lunar. Ambos já estão com o casamento agendado para a volta.


É claro que Striker tinha razão sobre os problemas técnicos do Mayflower. E, ao saber que a aeronave fará sua viagem inaugural para o espaço, ele resolve fugir do hospício e arrumar um lugarzinho no voo, para poder estar por perto caso algo aconteça - as passagens já estão esgotadas, mas Ted consegue a sua facilmente com um cambista no próprio aeroporto!

Do time original, também volta o Capitão Oveur (Peter Graves), agora promovido a piloto de ônibus espacial, talvez numa brincadeira com o personagem de George Kennedy na série "Aeroporto", que sempre era promovido de um filme para o outro, conforme a necessidade de ele aparecer. Oveur continua com uma atração irresistível por garotinhos, e faz aquelas mesmas perguntinhas impertinentes a um garoto que visita o cockpit da nave, como acontecia em "Apertem os Cintos...".


Vários passageiros do filme original retornam para uma nova viagem fadada ao desastre, e interpretados pelos mesmos atores. Alguns reprisam seus papéis apenas na cena do julgamento de Striker, quando são chamados a testemunhar sobre os eventos ocorridos em "Apertem os Cintos..." - tipo a mulher histérica que precisa ser contida a tabefes (Lee Bryant), algo que se repete em pleno tribunal, e o negro que só fala por meio de gírias incompreensíveis (Al White).

Os hare-krishnas que estavam no avião no filme original também reaparecem, mas não chegam a participar da "tragédia" dessa vez: eles ficam em terra, no balcão da sua nova empresa aérea chamada "Transcedental Air"!

Como passageiros do voo em perigo, temos uma família em que o marido está fugindo acusado de estupro, e que viaja com a esposa, o filho pequeno e o cachorrinho de estimação; um padre sem-vergonha; uma ninfomaníaca que usa a tragédia iminente como desculpa para transar com todos os demais passageiros, e um casal de velhotes que já tinha aparecido no primeiro filme.


Quando o Mayflower entra em órbita, a suspeita de Striker se confirma: o computador de bordo, ROK 9000 (provavelmente um parente distante do HAL 9000, de "2001 - Uma Odisseia no Espaço", e que fala com a voz do próprio diretor Finkleman), enlouquece e assume o controle da nave, mudando o curso para enviá-la diretamente para o Sol. Os tripulantes tentam deter a ameaça computadorizada, mas ROK se livra dos humanos fazendo com que sejam sugados para o espaço, ou então envenenando-os com gás tóxico.

Aí sobra para Ted Striker o desafio de salvar a pátria mais uma vez. Para isso, ele precisa não apenas lutar contra o computador e retomar o controle da nave, mas também lidar com uma ameaça de bomba, já que um dos passageiros, Joe Seluchi (interpretado por Sonny Bono), pretende explodir o ônibus espacial no ar para que sua esposa ganhe o dinheiro do seguro (uma citação direta a "Aeroporto", inclusive repetindo alguns dos diálogos daquele filme).


No momento em que a nave perde sua tripulação, retornam também os controladores de voo de "Apertem os Cintos...", Steve McCroskey (Lloyd Bridges) e o hilário Johnny (Stephen Stucker), aqui inexplicavelmente rebatizado como Jacobs - e em papel-duplo, já que ele também aparece na cena do tribunal como um personagem diferente.

Só que a "jurisdição" da equipe acaba na Terra, e eles logo passam a bola para o comandante da base lunar de Alfa Beta, Buck Murdock (William Shatner!!!), que voou com Striker na trágica missão de guerra em Macho Grande (!!!). Murdock precisa esquecer o rancor para ajudá-lo a pousar a nave, e é uma cópia mal-disfarçada do Rex Kramer interpretado por Robert Stack no original, já que o veterano ator provavelmente recusou-se a voltar na sequência.


Quem melhor definiu APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE foi o crítico de cinema norte-americano Roger Ebert, ao dizer que em nenhum momento realmente importa o fato de o filme se passar num espaçonave, pois todas as situações envolvendo tripulantes e passageiros são idênticas às de um avião comercial - e, neste caso, idênticas àquelas já mostradas em "Apertem os Cintos... Parte 1".

Parece até que o diretor-roteirista Finkleman não estava à vontade para tentar criar algo novo, repetindo a maioria das piadas, como as coisas jogadas para fora do quadro que são atiradas de volta, o "drinking problem" de Striker e até a cena em que ele conta uma história do seu passado para uma velhinha e ela aparece morta no final da narrativa - detalhe: é a MESMA ATRIZ (Ann Nelson) que se suicida após ouvir a história do protagonista na Parte 1!


Finkleman também cai na mesma armadilha que muitos imitadores do Trio ZAZ caem até hoje: piadas com outros filmes que só fazem sentido caso o espectador tenha visto estes filmes. A brincadeira com E.T. ligando para casa até que é fácil de entender, mas e quando Striker foge do manicômio escondido num caminhão carregado com vagens gigantes, numa citação a "Vampiros de Almas" (1956)?

E se a aparição de Shatner como comandante da base lunar é uma óbvia referência a "Jornada nas Estrelas" (a nave Enterprise até faz uma participação especial!), pouquíssima gente vai pescar a mesma homenagem a "Battlestar Galactica" - a trilha sonora da série toca no filme, e o navegador da Mayflower é interpretado por Kent McCord, o Capitão Troy do seriado "Galactica 1980". Ou a participação de Raymond Burr como juiz (só a turma das antigas vai reconhecer o ator que fazia o famoso advogado Perry Manson, no seriado dos anos 1950-60).


Abrahams e os Zuckers também brincaram com filmes de sucesso em "Apertem os Cintos...", mas a diferença lá era que você não precisava saber de onde vinham as citações para rir da piada. Quando eles bagunçaram a cena da discoteca de "Os Embalos de Sábado à Noite", por exemplo, muita gente riu porque entendeu a referência e tinha visto o filme do Travolta, mas outros tantos riram apenas porque Robert Hays dançava de um jeito engraçado (eu inclusive, pois só fui ver "Os Embalos de Sábado à Noite" recentemente).

Já Finkleman, como muitos outros "diretores de sátiras" que viriam depois (tipo os Irmãos Wayans, da série "Todo Mundo em Pânico"), condicionam a graça das brincadeiras a conhecer/ter visto os filmes satirizados. Eis o problema: ninguém vai abrir sequer um sorriso amarelo com o computador ROK 9000 caso não tenha visto "2001", por exemplo.

(Menos mal que ele foi visionário e colocou, no fundo de uma cena, o pôster de cinema de "Rocky 38", com a imagem de um lutador bem velhinho. Aposto que ninguém na época imaginou que Stallone faria "Rocky Balboa" aos 60 anos!)


O diretor-roteirista sai-se bem melhor quando esquece as referências específicas e brinca com os clichês do cinema de ficção científica em geral, e aí até se aproxima um pouco do que o Trio ZAZ fez no original. Uma piada que me provoca risadas a cada revisão é a das portas acionadas por voz da estação de Alfa Beta: os personagens simplesmente fazem "shhhh" para abrir as portas, já que esse é o som que elas emitem no processo de abrir e fechar!

Outra piada genial é aquela em que um dos técnicos da equipe de Murdock informa que eles ainda não descobriram qual é a utilidade de um aparelho enorme com luzes vermelhas piscantes. O comandante dá um esporro: "Deve ter alguma função! O Governo não gastaria milhões numa luz vermelha que vai e volta! Continuem trabalhando nisso". Pois o tal aparelho era um objeto de cena bastante popular em seriados de TV e filmes de ficção científica da época, e apareceu inclusive em "Jornada nas Estrelas II - A Ira de Khan" e "O Último Guerreiro das Estrelas", sem que sua função fosse explicada em nenhum deles!


Como já acontecia em "Apertem os Cintos...", várias piadas desta sequência envolvem trocadilhos intraduzíveis, que só serão compreendidos por quem tem uma mínima noção de inglês. Quem se guiar pelas legendas em português do DVD (ou mesmo pela velha dublagem da TV) nunca vai entender porque Murdock pede a "ficha pessoal" de Striker e recebe um disco gravado por ele (em inglês, a palavra "record" pode ser tanto a ficha da pessoa quanto gravação, ou disco).

Eu mesmo nunca entendi porque, quando Murdock diz que o ônibus espacial precisa pousar em segurança, aparece um cofre caindo do céu no fundo da cena, até rever o filme recentemente e perceber que Murdock usa a expressão "down safe" - e, em inglês, "safe" não significa apenas "em segurança", mas também "cofre", numa gag visual extremamente débil-mental!


Também se perde na tradução a piada em que Striker passa por uma porta no interior da Mayflower que diz "Danger: Vacuum". Obviamente, a placa parece estar se referindo ao vácuo espacial; mas, quando Striker abre a porta, é atacado por um aspirador de pó, que em inglês se chama "vacuum cleaner"!

Por fim, entre diversos outros trocadilhos, a pequena participação (sem ironia) do anão Hervé Villechaize (o Tattoo do velho seriado "Ilha da Fantasia") fica sem sentido nas legendas/dublagem, pois ele surge depois que uma das aeromoças diz "I sure can use a little breather". A tradução literal é "Preciso parar para respirar um pouco", mas claro que, neste caso, a expressão em inglês "little breather" também pode se referir ao anão, mas fica impossível adaptá-la para o português (só se fizessem um trocadilho besta tipo "ah não"!).


Além dessas gags de duplo sentido, há uma cacetada de diálogos intraduzíveis, na linha daquela conversa entre tripulantes chamados Oveur, Roger e Victor no original. Um deles envolve, novamente, uma conversa entre os pilotos da Mayflower, cujos sobrenomes são Oveur, Dunn e Unger. Só que trocadilhos como "Dunn was under Oveur and I was under Dunn" e "You were under Oveur and over Unger" não fazem sentido na tradução - tanto que o responsável pelas legendas/dublagem nem se preocupou em fazer a mínima adaptação e deixou rolar de qualquer jeito.


O mesmo acontece com o diálogo entre o promotor e uma testemunha no julgamento de Striker, que também perde completamente a graça em outro idioma. Isso porque a testemunha usa algumas palavras em inglês e o promotor retruca citando nomes de pessoas cuja pronúncia é parecida com a das palavras, dessa forma:
- But he couldn't handle it.
- "Buddy" (But he) couldn't handle it? Was Buddy one of your crew?
- Right. Buddy was the bombardier. But it was Striker who couldn't handle it, and he went to pieces.
- "Andy" (And he) went to pieces?
- No. Andy was the navigator. He was all right. Buddy went to pieces. It was awful how he came unglued.
- "Howie" (How he) came unglued?

Por isso, como já havia acontecido em "Apertem os Cintos... Parte 1", este filme deve ter sido um verdadeiro pesadelo para o pessoal que fez a tradução para o português, ou qualquer outro idioma!


Embora seja ligeiramente inferior ao original, APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE continua bastante divertido, principalmente em comparação com as comédias "nonsense" atuais, já que essas não têm graça alguma. Sem contar que é muito legal ver personagens fantásticos como Ted Striker, Elaine e o Capitão Oveur juntos novamente, mesmo que eles tenham poucas piadas novas para contar.

É uma pena que Robert Stack e Leslie Nielsen não tenham voltado junto com o resto da trupe. Finkleman até tentou criar alguns novos personagens para compensar, tipo o "Sargento" interpretado por Chuck Connors, mas sem sucesso. No fim, a melhor "novidade" de APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE é o personagem de William Shatner, parodiando seu famoso Capitão Kirk.

Também é uma pena que o estressado McCroskey de Lloyd Bridges tenha uma participação bem pequena aqui. Numa cena que foi excluída, descobrimos que McCroskey estava internado num hospício (talvez por ter cheirado muita cola no final de "Apertem os Cintos... Parte 1"), porque começou a pensar que era... Lloyd Bridges!


APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE não teve a mesma repercussão do original e nem fez o mesmo sucesso, faturando 27 milhões de dólares nas bilheterias norte-americanas contra os mais de 80 milhões do original. Ken Finkleman só dirigiu mais um filme ("Executivos em Apuros", 1985) e escreveu o roteiro de "Quem é Essa Garota?" para Madonna em 1987. Depois, bandeou-se para a TV, onde está até hoje como diretor, roteirista e ator de seriados tipo "Good Dog" e "The Newsroom".

O Trio ZAZ garantiu, na faixa de comentários do DVD do primeiro filme, que nenhum deles jamais se interessou em ver a continuação, e que teriam até protestado quando o projeto foi anunciado. Já as críticas foram praticamente todas negativas, abortando os planos de realização de um "Airplane 3" pela Paramount!


O curioso é que, depois dos créditos finais dessa Parte 2, aparece até uma chamada anunciando o terceiro filme (acima), seguida de uma cena em que William Shatner, citando Robert Stack no original, diz: "That's exactly what they'll be expecting us to do!".

Eu sempre imaginei que era apenas mais uma piada dos realizadores, tipo Mel Brooks anunciando "A História do Mundo Parte 2" no final da Parte 1, mas a Paramount realmente tinha planos de fazer "Apertem os Cintos... Parte 3"!


Bem, eles poderiam ter economizado dinheiro e relançado "Aeroporto 80 - O Concorde" nos cinemas, apenas trocando o título para "Apertem os Cintos... Parte 3 - O Concorde". Aposto que ninguém perceberia a diferença, e as risadas seriam garantidas - já que as "piadas", neste caso, não são repetidas, e são tão engraçadas quanto as tiradas do Trio ZAZ!

PS 1: As musas do cinema classe B dos anos 80 Laurene Landon, Sandahl Bergman e Monique Gabrielle fazem pequenas participações (essa última mostrando os belos peitos na cena do raio-X do aeroporto, como de costume).

PS 2: Não deixe de ver o divertidíssimo trailer do filme abaixo, que faz piadas citando os atores que NÃO estão no filme e até o uso de óculos 3-D, já que naquela época (começo dos anos 1980) as produções filmadas em três dimensões estavam voltando à moda.


Trailer de APERTEM OS CINTOS... 2ª PARTE



*******************************************************
Airplane II: The Sequel (1982, EUA)
Direção: Ken Finkleman
Elenco: Robert Hayes, Julie Hagerty, Lloyd Bridges,
Peter Graves, Wiliam Shatner, Chuck Connors, Rip Torn,
Chad Everett, Raymond Burr e John Vernon.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

SILK - SEDOSA E MORTÍFERA (1986) e SILK 2 - A DESFORRA (1989)


1986 foi um ano em que a testosterona atingiu níveis absurdos nos filmes de ação norte-americanos: tivemos "Stallone Cobra", "Jogo Bruto" (com Schwarzenegger), "Comando Delta" (com Chuck Norris), "Retroceder Nunca, Render-se Jamais" (com Van Damme como vilão russo em início de carreira), "A Vingança de 1 Predador" (com Michael Dudikoff), "Encurralado em Las Vegas" (com Burt Reynolds), e até "Top Gun" e toda aquela tensão homoerótica entre Tom Cruise e Val Kilmer.

Enquanto isso, lá nas Filipinas, o prolífico diretor e produtor Cirio H. Santiago resolveu ir na contramão e fazer um filme de ação estrelado não por um brucutu musculoso ou barbudo bom de tiro, mas sim por uma mulher. Nesse caso, uma mulher-machona que não levava desaforo para casa e sentava o ferro na bandidagem. Assim surgiu Jenny Sleighton, apelidada de "Silk" (seda) por ser menina, mas muito mais valentona e implacável que seus colegas homens de delegacia.

A personagem estrelou no cinema em SILK, de 1986, filme que, no Brasil, ganhou o inacreditável subtítulo "Sedosa e Mortífera" (putz, "Sedosa"?!?). Foi, então, interpretada por Cec Verrell, perfeita no papel de policial machona. Porém a aventura de estreia de Silk não era lá essas coisas, e valia mais pela atriz e pela personagem, não pelo resultado final. Santiago corrigiu isso com uma continuação, SILK 2 - A DESFORRA, realizada três anos depois (1989), e com a deusa Monique Gabrielle substituindo Cec Verrell no papel-título. A sequência é bem mais divertida que o original, mas a verdade é que os cartazes de ambos, com as heroínas armadas e de sutiã, são melhores que os filmes em si.

Como nem um, nem outro filme merece sua própria resenha, o FILMES PARA DOIDOS ressuscita aqui suas trabalhosas Sessões Duplas (a última foi em março!) com um olhar sobre original e continuação. Cec Verrell ou Monique Gabrielle? Tanto faz: as duas foram um verdadeiro colírio naqueles tempos em que os brucutus anabolizados e sem camisa dominavam o gênero ação...


SILK - SEDOSA E MORTÍFERA (1986)


Claro que pode ser apenas uma coincidência, mas SILK - SEDOSA E MORTÍFERA (e vamos esquecer esse estúpido subtítulo brasileiro a partir de agora) saiu no ano seguinte à estreia do seriado de TV "Lady Blue". A série criada por David Gerber começou a ser exibida em abril de 1985 e teve apenas uma temporada, com 13 episódios, mas bastou para ganhar uma legião de fãs, apresentando como heroína uma policial ruiva e valentona chamada Katy Mahoney (interpretada por Jamie Rose).

A personagem, que patrulhava as ruas de Chicago armada com uma Magnum .357, foi criada como uma versão feminina de Dirty Harry, e por isso Katy chegou a ser apelidade de "Dirty Harriet" e "Skirty Harry" (Dirty Harry de saia) na época da exibição do seriado - que foi bem popular também no Brasil, onde era exibido pela Globo com o título "Dama de Ouro".


Pois Jenny "Silk" Sleighton, a personagem criada pelo roteirista Frederick Bailey e pelo diretor/produtor Cirio H. Santiago, não é muito diferente de Katy Mahoney, nem seu filme de estreia é muito diferente de um episódio do seriado "Lady Blue/Dama de Ouro".

E esse é um dos diversos pontos fracos dessa aventura: parece que estamos vendo o piloto de uma série de TV que não deu certo, e não um filme - muito menos um filme de Cirio Santiago, conhecido por realizar aventuras toscas e baratas, mas muito divertidas e movimentadas.


Silk é uma policial, a melhor e mais machona da polícia de Honolulu, no Havaí, muito melhor e mais machona até do que o Magnum de Tom Selleck, cuja base de operações também ficava no Havaí (embora Selleck realmente tenha filmado no Havaí, enquanto Santiago e sua trupe ficaram nas Filipinas).

A frase no cartaz apresentava Silk como "A one-woman vice squad. Tough as nails. Smooth as Silk" (Uma mulher que vale por uma delegacia inteira. Durona como pregos. Suave como seda). E já percebemos isso desde a cena inicial, em que ela chega ao local onde está acontecendo um assalto com reféns e, sem pensar duas vezes, sai passando fogo na bandidagem enquanto seus parceiros "homens" ficam com medinho de se machucar no tiroteio.



Novamente, eu não sei exatamente quais foram as "inspirações" do diretor Santiago, mas a entrada em cena da heroína lembra muito a forma como George Pan Cosmatos apresentou o personagem-título de "Stallone Cobra", colocando-o para resolver um assalto com reféns em que os bandidos, claro, se dão muito mal.

Como o Marion Cobretti de Stallone, Silk inclusive aparece usando óculos escuros espelhados e luvinha preta de couro, numa coincidência muito suspeita - a não ser que Santiago quisesse intencionalmente apresentar Silk como uma versão feminina do personagem de Stallone (cujo filme saiu também em 1986).


A trama principal começa quando Silk e seus colegas frustram uma negociação de drogas, que se revela a ponta do iceberg para uma quadrilha maior e muito mais poderosa, especializada em comprar identidades de pessoas que morreram fora de hospitais para revendê-las a mafiosos asiáticos que querem entrar nos Estados Unidos com um nome falso, mas "background" verdadeiro.

Lendo assim parece simples, mas o roteiro de Frederick Bailey é caótico e impossível de seguir, com tantas idas, vindas e reviravoltas que lá pelas tantas o espectador até desiste de tentar entender o que se passa. Assim, a história se arrasta desinteressante e os 84 minutos parecem durar três horas. 



Geralmente eficiente na realização de aventuras com pouco ou nenhum dinheiro, o diretor Santiago parece ter pegado no sono e deixado a câmera ligada, visto que não há nenhuma grande cena entre os diversos tiroteios, explosões e pancadarias, muito menos algo memorável que já não tivesse sido visto (e melhor) nas aventuras baratas da Cannon Films, por exemplo.

E olhe que a heróica personagem-título aparece com armas de todos os calibres (pistola automática, revólver, metralhadora, espingarda...) e até distribui uns golpes de karatê aqui e acolá. É até engraçada a cena em que ela dá porrada em cinco caras muito maiores e mais fortes.


O grande problema é que a ação é clichê e pouco inspirada. O momento mais interessante acaba ficando para o final, quando Silk impede a fuga do grande chefe da organização explodindo seu avião a tiros de metralhadora durante a decolagem - num momento que coloca a moça entre os grandes heróis de ação que já explodiram aeronaves a tiros, como Mark Gregory em "Fuga do Bronx" ou Steven Seagal em "Rede de Corrupção".

(O próprio Santiago reaproveitou a ideia sete anos depois no superior "Fast Gun - Na Mira de uma Arma", de 1993, em cuja conclusão Rick Hill também explode um avião em plena decolagem, mas nesse caso usando um simples revólver calibre 38!)


Se há um motivo para ver SILK, este se chama Cec Verrell. A atriz de beleza exótica estreou no cinema dois anos antes, num papel minúsculo como prostituta anônima em "Runaway - Fora de Controle", mas já chamava a atenção para o talento das suas... como dizer... glândulas mamárias despidas. Ela exibiu os mesmos atributos posteriormente em "Hell Comes to Frogtown" (1988), e também num daqueles vídeos com sexo softcore produzidos pela Playboy americana.

Misteriosamente, isso não acontece em SILK: os peitos de Cec, e da sua heroína, ficam o tempo inteiro escondidinhos, e ela sequer aparece de sutiã segurando um revólver, como na enganosa arte do pôster! Não deixa de ser um lástima, ainda mais para quem conhece a obra do filipino Santiago e sempre espera uma cena gratuita de sexo e nudez em seus filmes - afinal, é o mesmo homem que colocou Jeannie Bell para lutar pelada em "TNT Jackson"!!! Mas, aqui, o velho Cirio desperdiçou a bela Cec, que mostrou os peitos em filmes bem piores e mais baratos, e abandonou o cinema em 2001.


A tradicional cena de nudez faz falta em SILK não só porque seu público-alvo é formado por tarados que esperam ver a mocinha pelada (considerando o currículo de Cirio H. Santiago e da própria atriz), mas principalmente porque seria um raro momento em que a policial durona e indestrutível mostraria sua feminilidade e seu lado humano - mais ou menos como o cavaleiro medieval quando tira a armadura.

Afinal, durante o filme inteiro ela é representada como uma heroína indestrutível, uma espécie de Dirty Harry ou Stallone Cobra com peitos; mostrá-los seria uma bela forma de assumir-se como uma mulher forte que não faz feio na comparação com esses heróis machões. (Ou então eu que queria MUITO ver os peitos da Cec Verrell e estou aqui tergiversando para tentar disfarçar o fato de querer ver a atriz pelada!)


Para não ser injusto, até tem uma rápida cena de sexo entre Silk e seu parceiro/namoradinho, Tom (Bill McLaughlin), mas que não mostra nada e é bem frustrante. Sendo assim, sem Cec Verrell pelada, sem cenas gratuitas de sexo e sem cenas de ação interessantes, o que sobra para se ver em SILK?

Eu responderia "nada", mas a verdade é que, mesmo vestida, Cec está ótima no papel principal, e sua personagem machorra pouquíssimo feminina (vestida como homem, sem os esperados decotes ou saias curtas, e sempre com o cabelinho curto penteado para trás com gel) poderia ser uma das grandes heroínas sapatas da história do cinema, se não fosse o affair com o colega (homem) de polícia.


Mas mulheres fortes e interessantes como heroínas eram tão raras lá em 1986 (embora fosse o ano de "Aliens, O Resgate") que Silk até ganha certo charme e originalidade.

Até porque a caracterização "machona" de Silk e a interpretação pouco feminina de Cec realmente convencem o espectador de que aquela é uma policial valentona verdadeira, que poderia trocar tiros ao lado de Dirty Harry sem medo de quebrar as unhas ou borrar a maquiagem, ao contrário da Katy Mahoney de "Dama de Ouro" e da substituta de Cec na Parte 2, conforme veremos a seguir...



SILK 2 - A DESFORRA (1989)


A continuação de "Silk", lançada apenas três anos depois do original, é tão melhor em tudo em relação ao primeiro filme que chega a ser irônico o fato de ter o mesmo diretor, Cirio H. Santiago (também produtor), no comando.

Alguém pode dizer que o velho Cirio conseguiu consertar tudo aquilo que não funcionava na aventura de estreia da policial Jenny "Silk" Sleighton. Ou, talvez, quem melhorou a coisa toda foi o produtor executivo Roger Corman. Mas a verdade é que os dois filmes são tão diferentes que ele bem que poderia ter colocado outro título ao invés de SILK 2.


A primeira mudança para melhor em relação ao original é que a "machona" Cec Verrell dançou e Silk agora é interpretada pela deusa dos filmes B Monique Gabrielle, uma das mulheres mais perfeitas do cinema barato dos anos 80-90, dona de um daqueles corpões que a natureza devia ser proibida de macular com os efeitos da idade.

Ora, se no primeiro filme Cec transformou Silk numa policial durona e quase sapatona, com cabelinho curto e roupas de homem, em SILK 2 Monique assume sua feminilidade e gostosura, empresta sensualidade ao papel e inclusive aparece pelada três vezes, com direito a banho com nudez frontal, talvez como um bônus pela sua antecessora ter regulado para mostrar ao menos um peitinho no original.



A segunda mudança, e a mais importante depois da escalação de Monique como estrela, é a mudança do roteirista. Robert King, que assume o posto ocupado por Frederick Bailey lá em 1986, já tinha escrito uma divertida bobagem produzida por Roger Corman ("O Ninho do Terror", sobre baratas mutantes assassinas), e aparentemente não levou esta segunda aventura da policial gostosona tão a sério quanto seu antecessor.

Além disso, tudo que faltava em "Silk" - ação, sangue e mulher pelada - aparece em SILK 2, e só a primeira cena, antes dos créditos iniciais, já é mais divertida que todo o filme original!


A introdução envolve o ataque de terroristas árabes à embaixada israelense em Honolulu. Eles já mataram alguns reféns e ameaçam continuar o banho de sangue caso a polícia não atenda às suas exigências. Aí Silk entra em ação e mata todo mundo, naquele velho estilo Stallone Cobra ou Dirty Harry. Quando o tradicional oficial superior chato pergunta "O que você queria provar, Silk?", a moça responde: "Que o crime não compensa!". Ta-da: corta para os créditos iniciais e o espectador já está com um sorrisão no rosto.

(Só para constar: nesta cena inicial, que dura meros 3min45s, sete pessoas são mortas, uma delas com a cabeça explodida por um tiro, num efeito fuleiro que é simplesmente de rolar de rir!)



Depois do resgate na embaixada, SILK 2 envereda por uma trama policial bem bobinha: quatro pergaminhos de valor inestimável estão sendo transferidos para um museu de arte oriental em Kona (no Havaí). Durante a escala em Honolulu, eles são roubados e substituídos por falsificações.

O sargento Chris (Bon Vibar), que é parceiro de Silk na polícia e está para se aposentar, e alertado sobre o roubo por um velho amigo colecionador de obras de arte, e se compromete a recuperar os pergaminhos originais. Mas acaba sendo sequestrado e morto pelos vilões, liderados pelo próprio proprietário do museu em Kona, o ambicioso Hancock Gish (Jan Merlin), que pretende lucrar duplamente - ficando com os originais e acionando o seguro pelo "roubo".

É óbvio que Silk gostava muito do seu parceiro e não vai deixar a conta em aberto. Com a ajuda de uma turista americana (Maria Claire) e de um pesquisador de antiguidades com cara de surfista (Peter Nelson), a policial viaja a Kona para dar um fim nas atividades ilegais de Gish e sua gangue.


Com sua graça e beleza, Monique Gabrielle com certeza enfeita o filme, mas não convence em momento algum como policial durona. Nesse aspecto, perde feio para a Silk de Cec Verrell, que realmente parecia uma policial e realmente parecia durona. Monique, por outro lado, parece o que é na vida real: uma gostosa fingindo ser policial, e nada mais.

A coitadinha não convence lutando, atirando e nem tentando parecer valente ou ameaçadora. A bem da verdade, ela não consegue nem segurar as armas direito... Mas e daí? É a Monique Gabrielle, caramba! E ela continuaria uma gracinha mesmo se estivesse segurando a arma ao contrário.



A grande cena de SILK 2 acontece quando a heroína está totalmente desprotegida e indefesa tomando banho, e um bandido invade sua casa para matá-la. Cirio Santiago adora filmar gostosas lutando peladas, como eu já escrevi lá em cima, mas aqui dá uma chance para a protagonista cobrir sua nudez com um roupão. O que, claro, não funciona muito bem na prática: seus peitos "escapam" enquanto ela dá chutes e socos no meliante, "para a nossa alegriaaaaaaaa"!!!

E se não convence como policial durona, ou como qualquer espécie de policial, pelo menos Monique se esforça para que SILK 2 não caia na chatice da aventura anterior, correndo, lutando, dando tiros de revólver, escopeta e metralhadora, e tudo sem desmanchar o penteado!


Se como aventura classe B (até C) já diverte o espectador menos exigente, SILK 2 também rende umas boas gargalhadas pelo fator trash, pois o orçamento de salário mínimo da produção salta aos olhos o tempo inteiro.

O interior de um avião em pleno voo é um cenário tão ou mais falso que a cabine da aeronave de Ed Wood em "Plan 9 From Outer Space", e um prédio que explode é substituído por uma miniatura tão fuleira que deve ter sido feita originalmente por um dos netos de Cirio Santiago para a aula de artes da escola!



Também tem uma cena em que um bandido acelera seu carro contra a policial, e a heroína responde dando uma voadora que atravessa o pára-brisa do carro e mata o motorista. Já vimos coisa parecida antes (Chuck Norris fez em "Os Bons Se Vestem de Negro", por exemplo), mas a cena é tão mal-feita aqui, e com um dublê tão óbvio no lugar de Monique Gabrielle, que tive que voltar umas cinco vezes para ver de novo!

Para completar o pacote, o roteiro de King ainda reserva um montão de clichês (como o clássico "Don't die on me!!!" segurando um moribundo nos braços, ou o momento em que alguém entra num táxi e diz "Siga aquele carro"), e outra tonelada de bobagens, tipo a pulseira com três diamantes que Chris dá de presente para Silk, "um para cada ano que trabalhamos juntos". Pulseira de diamantes para a parceira? Mas como paga bem essa polícia de Honolulu, hein?


Infelizmente, Silk nunca voltou para uma terceira aventura, embora Cirio Santiago tenha continuado a produzir filmes com policiais gostosas e peladas - tipo "Anjo da Destruição", com Maria Ford, melhor que os dois "Silk" juntos, e que em breve também terá sua resenha aqui no FILMES PARA DOIDOS.

Considerando que outras franquias de baixo orçamento produzidas por Cirio e Roger Corman chegaram muito mais longe (tipo a série "Bloodfist - Punhos de Sangue", com Don "The Dragon" Wilson, que teve OITO aventuras!!!), bem que a dupla poderia ter investido em outras histórias de Jenny "Silk" Sleighton, talvez chamando uma gostosa diferente por sequência, tipo Michelle Bauer para estrelar "Silk 3", Julie Strain para "Silk 4", e quem sabe uma mulher que realmente saiba lutar, tipo Cynthia Rothrock, para "Silk 5 - O Desafio Final". Sonhar não custa nada.


É uma pena, também, que os "crossovers" do mundos dos quadrinhos (encontros de personagens de gibis ou editoras diferentes, tipo "Marvel Vs. DC") não sejam tão comuns no mundo do cinema. Já imaginou um encontro entre Silk e o policial Marion Cobretti, de "Stallone Cobra"? Ia faltar bandido no mundo.

Como curiosidade final, veja abaixo outras artes para pôster e capinha de VHS de ambos os filmes, igualmente bem melhores que as produções em si, e com direito a uma curiosa censura recebida pelo pôster de SILK 2 no Egito, onde o desenho original que mostrava Monique Gabrielle apenas de sutiã de calcinha ganhou roupas para cobrir sua "semi-nudez" (clique na imagem para ampliar).


Mas vale destacar que, apesar de suas duas aventuras bem fraquinhas, Silk já tem um lugarzinho reservado no panteão das heroínas cinematográficas. Afinal, são raríssimos os filmes ocidentais estrelados por mulheres policiais, geralmente relegadas ao papel de alívio cômico em aventuras estreladas por homens, tipo Rene Russo em "Máquina Mortífera 3".

Isso não acontece no Oriente, onde há dezenas, talvez centenas de filmes policiais estrelados por gatinhas. Talvez seja uma espécie de fetiche para eles. E ninguém pode censurá-los: se Cec Verrell e Monique Gabrielle fossem policiais de verdade, muito marmanjo ia fazer fila para ser preso por elas por desacato à autoridade...


Trailer de SILK - SEDOSA E MORTÍFERA


*******************************************************
Silk (1986, EUA/Filipinas)
Direção: Cirio H. Santiago
Elenco: Cec Verrell, Bill McLaughlin, Bill Kipp,
Joe Mari Avellana, Frederick Bailey, Nick
Nicholson e Sam Lombardo.

Silk 2 (1989, EUA/Filipinas)
Direção: Cirio H. Santiago
Elenco: Monique Gabrielle, Peter Nelson,
Jan Merlin, Maria Claire, Ken Metcalfe, Bon
Vibar e Joe Mari Avellana.