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terça-feira, 23 de junho de 2009

BLINDMAN (1971)


Existem vários westerns em que o protagonista se vê temporariamente cego e precisa enfrentar seus inimigos privado da visão. Um dos mais lembrados é "Mannaja", do Sergio Martino, que traz o saudoso Maurizio Merli como um pistoleiro que, na cena final, tem as pupilas queimadas pelo sol após uma terrível tortura.

Mas não consigo lembrar de outro bangue-bangue em que o protagonista seja um cego de nascença. Só por isso, BLINDMAN já é uma produção diferente e curiosa. Afinal, como pode um pistoleiro sem visão sobreviver num ambiente violento onde sacar primeiro (e ter olhos para mirar, obviamente) faz toda a diferença?

O interessante é que esta pequena pérola inventada pelo próprio astro e co-produtor Tony Anthony não tenta enrolar o espectador com malabarismos sobrenaturais do seu personagem principal: diferente do samurai cego Zatoichi ou do super-herói da Marvel Demolidor, que têm os outros sentidos absurdamente ampliados para compensar a perda da visão, o pistoleiro deficiente de BLINDMAN é, na mais generosa das definições, um completo inútil, que não tem qualquer chance diante dos adversários que enxergam normalmente, e precisa usar de muita astúcia e esperteza para sobreviver. E não é difícil acreditar nas proezas do personagem, provavelmente o mais humano dos heróis cegos já mostrado pelo cinema.


Criador da idéia, o norte-americano Anthony escreveu o roteiro com a ajuda de Pier Giovanni Anchisi e Vincenzo Cerami, e, embora não tenha lá muita pinta de galã, fez questão de interpretar "Blindman", o pistoleiro cego sem nome.

Para dirigir, foi contratado o especialista Ferdinando Baldi, que vinha de vários westerns clássicos do período, como o ótimo "Preparati La Bara/Viva Django", com Terence Hill.

Mas talvez o aspecto mais curioso do filme seja a presença do ingês Ringo Starr, baterista dos Beatles, tentando investir na carreira de ator apenas um ano depois do fim da banda.


Em primeiro lugar, é bom esquecer o ridículo título nacional "poético" que inventaram para o original BLINDMAN (por que não "O Pistoleiro Cego", ou simplesmente "O Cego"???). "Preso na Escuridão", o tal título poético, foi a tradução adotada pela distribuidora Ocean no recente relançamento do filme em DVD. Antes, na época do VHS, a escolha tinha sido ainda pior: o filme se chamava, sem nenhuma justificativa ou explicação lógica, "O Retorno do Gringo" (!!!), e trazia na capinha uma foto ampliada de Ringo Starr, que nem ao menos é o protagonista!

A trama é sobre Blindman, um cego que, ironicamente, recebeu a missão de escoltar 50 belas garotas para o Texas, onde elas têm casamento arranjado com alguns ricos garimpeiros - que inclusive já pagaram antecipadamente pelas "noivas".

O problema é que o pobre deficiente visual é passado para trás por seu contato, Skunk (Renato Romano), que prefere entregar as mulheres a um bandoleiro mexicano chamado Domingo (Lloyd Battista). Após explodir o amigo traidor com uma banana de dinamite, Blindman resolve que vai cumprir sua missão a qualquer preço, nem que para isso tenha que cavalgar até o México para recuperar as garotas.


Segue-se um diálogo impagável: cavalando às cegas (literalmente), o pistoleiro chega até um homem e pede orientações.

- Para que lado fica o México?
- Como eu posso te mostrar?
- Mostre ao cavalo!


Dito e feito: o cavalo do herói é inteligente e, além de atender prontamente aos chamados do seu dono por assobios, também segue as orientações dadas pelas outras pessoas. Após mais alguns dias de cavalgada, Blindman chega à vila de Domingo e descobre que as garotas estão sendo usadas como isca para seduzir e aprisionar um poderoso general mexicano (Raf Baldassarre). Descobre, também, que o irmão de Domingo, Candy ("interpretado" por Ringo), é apaixonado por Pilar (Agneta Eckemyr), a filha de um fazendeiro, e utiliza a moça como trunfo para conseguir suas noivas de volta.

Primeiro, Blindman tenta convencer Domingo a devolver suas mulheres na camaradagem, mostrando-lhe o contrato de casamento com os garimpeiros e tudo mais. Claro que o vilão não aceita assim tão fácil, e, após aplicar uma sova no cego, joga-o no meio da rua, forçando o herói a transformar a vida de Domingo e sua quadrilha num verdadeiro inferno, utilizando truques sujos e muita habilidade.


Como escrevi no início, BLINDMAN não tenta convencer o espectador de que seu herói cego é capaz de façanhas absurdas: mesmo que ele tenha a audição significativamente apurada para ouvir os passos de seus inimigos, por exemplo, ainda assim ele precisa atirar diversas vezes até conseguir realmente acertar alguém - e continua atirando mesmo quando o inimigo cai morto no chão, pois não tem como saber se o antagonista está mesmo morto. Em diversos momentos do filme, Blindman recebe a ajuda de pessoas que enxergam para se locomover ou montar armadilhas; sem elas, dificilmente o herói sobreviveria muito tempo no filme.

Diferente de outros western spaghetti do período, este tem uma grande quantidade de mulheres nuas - o que não deixa de ser irônico, já que o personagem principal é cego! -, inclusive um banho coletivo das 50 garotas.


Em certo momento do filme, para vingar-se da irmã de Domingo, Sweet Mama (interpretada pela gracinha Magda Konopka, de "Quem Dispara Primeiro?"), Blindman deixa a moça amarrada e completamente nua - embora ele não possa ver, sabe que todos os homens do vilão fatalmente a enxergarão, consumando a humilhação tanto da mulher quanto do seu irmão.

Principalmente por causa destas cenas de nudez, BLINDMAN teve diversos problemas com a censura norte-americana: a cópia foi praticamente retalhada para exibição nos Estados Unidos. Quem adquirir o DVD lançado no Brasil terá a cópia remasterizada e sem cortes, onde é possível perceber direitinho onde agiu a tesourinha da censura, já que as cenas cortadas ainda trazem o áudio original em italiano (não chegaram a ser dubladas em inglês na época do lançamento).



Por causa disso, a cada cinco minutos os atores deixam de falar inglês para falar italiano, dando uma idéia da quantidade de cortes que o filme sofreu! Curiosamente, a censura também havia retirado várias falas do próprio Blindman para tentar transformá-lo num herói mais honesto e boa gente - o que ele está bem longe de ser!

BLINDMAN também é bastante violento em comparação a outros filmes daquele período, graças principalmente à direção do sanguinário Baldi. Os tiros aqui já deixam sangrentos buracos de bala à la "Meu Ódio Será Sua Herança", de Peckinpah (que é de 1969), o herói não tem o menor problema em atingir inimigos desarmados pelas costas, e há até um massacre de soldados realizado com uma metralhadora gatling, à la "Django", de Corbucci, e "Preparati La Bara/Viva Django", do próprio Baldi.



Já o duelo final entre Blindman e Domingo sofreu tantos cortes da censura norte-americana que deve ter ficado incompreensível; mas, para dar uma idéia da crueza do troço, o vilão tem seus olhos queimados com um charuto (!!!) por um amigo de Blindman, para que o duelo com o herói possa ser de igual para igual!!!

BLINDMAN ainda reserva boas surpresas num gênero em que normalmente as idéias se repetem. Há uma cena de forte suspense em que os vilões colocam uma cobra venenosa entre os pratos do jantar do cego - e é preciso ter sangue de barata para não ficar arrepiado com aquela serpente zanzando a centímetros das mãos do pobre herói, que nem desconfia do perigo.

Também há uma cena numa estação de trem, "sonorizada" pelos barulhos do lugar, que lembra bastante o início do clássico "Era Uma Vez no Oeste". E o duelo final, claro, acontece num cemitério!



Outro ponto positivo do filme é o vilão Domingo, representado como uma figura menos caricatural do que a média do período. Domingo tem uma relação de grande carinho por seus irmãos Candy e Sweet Mama, que o torna mais humano e menos clichê do que outros vilões do western spaghetti.

Embora tenha sido um grande sucesso na época de seu lançamento, o filme não deu origem a seqüências. O que é ótimo: seria difícil acreditar que Blindman sobreviveria muito tempo caso acabasse envolvido em uma nova aventura (a própria cena final reforça isso, mostrando como é fácil enganar o pobre herói sem visão!).

Dez anos depois, em 1981, Baldi e o astro/roteirista/co-produtor Anthony se reuniram para filmar a aventura "Comin' at Ya!", que é considerada uma espécie de refilmagem disfarçada de BLINDMAN, só que em 3D (e com uma jovem Victoria Abril no elenco). Finalmente, em 1994, Armand Assante assumiu o papel de outro pistoleiro cego num filme norte-americano feito para a TV, "Vingança Cega", mais uma refilmagem disfarçada da obra de Baldi, com direção de Richard Spence e um elenco de caras conhecidas (além de Assante, Elizabeth Shue, Robert Davi e até um jovem Jack Black).


Mas duvido que qualquer um dos dois (que eu não vi) seja tão divertido quanto BLINDMAN, que ainda tem o mérito de trazer aquele que possivelmente é o mais realista e dramático herói sem visão já criado, um homem comum que se vê diante de grandes dificuldades, e que só sobrevive porque é mais esperto que seus antagonistas - além de contar com uma boa dose de sorte, é claro. Enfim, bem diferente do excesso de fantasia de um Zatoichi ou de um Demolidor. Se os cegos de verdade pudessem ver, tenho certeza que iriam aplaudir de pé.

Para terminar, uma curiosidade: anos depois, Tony Anthony produziu um filme aqui no Brasil, o clássico do mau gosto "Orquídea Selvagem", estrelado por um então decadente Mickey Rourke e filmado na Bahia e no Rio de Janeiro!

Dica: Vale a pena comprar o DVD Duplex lançado pela Spectra Nova. Normalmente, os DVDs de western spaghetti lançados no Brasil são um lixo, mas este surpreende por trazer uma imagem razoável em letterbox e a versão sem cortes do filme. Tem ainda, como programa duplo, o ótimo "Quem Dispara Primeiro?", de Giulio Petroni (que em breve também estará aqui no blog). Uma bela (e barata, cerca de R$ 9,90) aquisição para colecionadores do gênero.

Trailer de BLINDMAN


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Blindman/ Il Cieco (1971, Itália/EUA)
Direção: Ferdinando Baldi
Elenco: Tony Anthony, Ringo Starr, Lloyd
Battista, Magda Konopka, Raf Baldassarre
e Marisa Solinas.

18 comentários:

BLOB disse...

A versão da ocean, na verdade tem em torno de cinco minutos a menos do que a metragem indicada no IMDB, mesmo "remontado". Tony Anthony (quanta redundância) embora seja um ator inexpressivo (é só dar uma conferida no seu desempenho na série do "stranger") até que sai melhor como cego.

Leandro Caraça disse...

É possível que a metragem esteja marcada errada. Bom saber que o DVD é de boa qualidade. Há muito tempo deixei de comprar esses DVDs vagabundos de spaghetti westerns que as Oceans e Works da vida lançam. Sempre gostei desse filme (mesmo só tendo visto na versão cortada) e me espanta o fato dele não ser muito querido entre os fãs do gênero, assim como Ferdinando Baldi e o próprio Tony Anthony. A presença do Ringo tem uma boa explicação. Um dos produtores do filme é Allen Klein, também produtor de EL TOPO e A MONTANHA SAGRADA do Jodorowski, empresário dos Beatles na fase final do grupo e um dos maiores filhos da puta que já surgiram no showbizz. Ah, e o Ringo fez um papel de mexicano no cult CANDY de 68. Acho que isso explica o nome fofo que seu personagem ganhou.

Luiz Alexandre disse...

"Enfim, bem diferente do excesso de fantasia de um Zatoichi ou de um Demolidor."

Ora, Felipe, mas pra que realismo? O barato é justamente o absurdo!

Leandro Caraça disse...

É essa dose de realismo que faz do pistoleiro cego um personagem único. Eu acho que hoje os roteiristas viajam tanto na maionese que acabam esquecendo de prender a atenção do público com os aspectos mais banais (mas importantes) de uma história. Por exemplo, eu sempre quis saber o que James Bond faz quando não está salvando o mundo ou comendo alguém.

E esqueci de dizer que assisti e gostei de VINGANÇA CEGA, um dos poucos bons faroestes dos anos 90.

Felipe M. Guerra disse...

LUIZ, não tenho nada contra o absurdo, mas nesse caso concordo com o Caraça. Se é para o personagem fazer malabarismos inacreditáveis como o Zatoichi e o Demolidor, então ele não precisava ser cego em primeiro lugar. Se é para o personagem ser REALMENTE cego, que o roteirista seja honesto o suficiente para enfocar as limitações de um cara assim num ambiente que não lhe beneficia, como o Velho Oeste. E isso BLINDMAN faz muito bem. Tanto que, como eu escrevi, é um verdadeiro milagre o personagem não acabar morto lá pela metade do filme.

Também lembrei de outro filme absurdo com cegos heróis: FÚRIA CEGA, com o Rutger Hauer.

Luiz Alexandre disse...

Nada contra um filme que mostre um "cego mesmo" tendo que fazer das tripas coração pra "salvar o dia", mas a verossimilhança (prefiro essa palavra, já que cinema nunca é real), por mais bem vinda que seja em uma série de histórias, vide a belíssima abordagem do Aronofsky em "O Lutador", é só uma ferramenta, não necessáriamente melhor. Comparemos, por exemplo, um filme de ação como, sei lá, "O Reino", do Peter Berg e o "Hard Boiled", do John Woo. O primeiro é mais verossímil que o segundo, mas não tem metade da magia. Não que eu ache o Berg do nível do Woo, só estou falando mesmo de verossimilhança. O cego do Philip Kwok em "Crippled Avengers", por exemplo, é um barato justamente pelo absurdo.

Ronald Perrone disse...

Sobre essa questão de abordagens, eu acho que existem casos e casos... e em ambos podemos ter merdas absolutas e podemos ter obras primas.

o Demolidor por exemplo não faria sentido algum se não fossem os elementos "absurdos" (o filme é muito ruim, me refiro mais ao personagem mesmo), e claro, abordagens mais realistas também não deixam de ter seu interesse e funcionam muito bem, dependendo da pretensão dos responsáveis.

Mas é tudo muito relativo mesmo. Sou da mesma opinião do Luiz Alexandre.

Bruno C. Martino disse...

Opa, bom saber que o DVD está bom. Vou comprar então.

Luiz Alexandre disse...

Pois é, Ronald. Tipo, a sobriedade do Copolla no Poderoso Chefão, por exemplo, cai muito bem, embora o filme seja apenas uma mímese do que é a máfia, não podemos dizer categoricamente que a máfia é daquele jeito, ou a maneira como William Friedkin conduziu o "Caçado", dando realmente a impressão de que "é assim mesmo", tornando filme tão tenso e ferozm, mesmo que sendo apenas um "faz de contas". Mas imaginem o Gran Torino do Eastwood **spoilers a seguir** caso o Kowalski tivesse simplesmente denunciado a gangue pra polícia, incriminado os rapazes de alguma maneira sem aquele sacrifício belíssimo ao fim do filme?**Fim dos spoilers** Não teria metade da mágica.

A ficção jamais é real, se for pra tratar da verdade melhor chamar um documentarista. Ele ainda vai conseguir extrair algo disso.

Leandro Caraça disse...

Zatoichi teve mais de 20 filmes. O Demolidor tem uma revista mensal que no passado foi ameaçada de cancelamento várias vezes. Aí é o caso do cara ter que inventar algo para prender a atenção do público. Já o BLINDMAN surgiu na fase final dos spaghettis, onde imperavam as comédias (TRINITY, CARAMBOLA, PROVIDENCE) e os herois absurdos como Sartana e Sabata, que tinham armas escondidas até num pedaço de pão e conseguiam proezas que nem o Pernalonga seria capaz. Eu gosto que o BLINDMAN vai de contramão às tendências daquela época. Caso o filme tivesse várias sequências, com certeza haveria mais exagero.

Felipe, vc vai na SP Terror ?

artur disse...

acho que essa coisa de ceginhos fazendo algo fora do comum depende das habilidades do sujeito, com os outros sentidoa aguçados, agora acho que se o Demolidor não fosse cego não teria graça, até porque com a radioatividade ele tem seus sentidos aguçados e sem contar que ele NÃO É 100% cego, ele consegue enchergar na chuva, agora me tirem uma dúvida, o personagem Blindman é gringo o mexicano?

Anônimo disse...

Filmão. Um dos meus preferidos. Sempre achei o Tony Anthony um injustiçado. O cara era ótimo. O primeiro herói que apanhava de todo mundo e ainda se dava bem no final.

Felipe M. Guerra disse...

Nunca imaginei que os comentários desse filme se transformariam numa discussão sobre o que um cego pode ou não fazer! hahahaha.

Em tempo: já escrevi que não tenho nada contra absurdos em filmes, caso contrário não gostaria de 90% dos filmes que eu gosto (hehehehe).

Só acho que alguns filmes ficam melhor SÉRIOS. É o caso aqui desse BLINDMAN. Eu não tenho nada contra cegos com sexto ou vigésimo sentido, mas achei curioso ver um filme que tenta mostrar uma versão mais realista dessa situação, ao contrário, por exemplo, dos absurdos do Zatoichi.

LEANDRO - Vou na abertura do SP Terror, e provavelmente em alguma sessão no final de semana. Devo participar mais ativamente do Fantaspoa.

ARTUR - Acho que o Blindman é americano, pois o general mexicano vive chamando ele de gringo.

Leandro Caraça disse...

Nos encontramos lá então.

filipe disse...

Gostei do blog.
adicionado a favoritos.

dimitrik disse...

Grande Felipe!
Só vi seu recado lá no Blog hoje. rsrsrs
Gostei muito de te conhecer lá na Motras Cinema de Bordas também!
Já era fã do seu blog e adicionei ele aos favoritos lá no Sopa de Cérebro.

Vamos mantendo contato! :-)

abs

Rodrigo Pereira, um sujeito que gosta de cinema disse...

Dizem que BLINDMAN só não teve sequencia porque Tony Anthony quase enlouqueceu com as lentes de contato. E jurou que nunca mais voltaria a usá-las, porque irritavam terrivelmente seus olhos. Daí porque no COMIN' Baldi e Anthony não fizeram o que seria óbvio: ressuscitar o Blindman...

sitedecinema disse...

Não vi /li nada sobre ser comentado sobre esse BLIDMAN e o FÚRIA CEGA, bem como o bom VINGANÇA CEGA serem descaradas adaptações de ZATOICHI...as similaridades vào muito além da influência, ao meu ver (sem contar q muitos faroestes clássicos 'bebiam das fontes' dos filmes asiáticos sobre samurais, ronins e etc e muitos desses foram influenciados pela literatura de pouco prestígio e custo(PULP) norteamericana.