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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Bastardos cheios de glórias


Este blog nunca teve a proposta de discutir aqueles filmes novos sobre os quais todo mundo já está escrevendo, e sim dar espaço a obras mais obscuras. Entretanto, peço licença aos leitores mais radicais para abrir este pequeno post dedicado a BASTARDOS INGLÓRIOS, o novo filme de Quentin Tarantino.

Comentá-lo ao menos rapidamente, para mim, é quase uma obrigação. Primeiro porque é uma homenagem ao cinema de ação "alternativo" sobre a Segunda Guerra Mundial, principalmente a obras italianas, como o cult "Assalto ao Trem Blindado", de Enzo G. Castellari - cujo título em inglês, "Inglorious Bastards", Tarantino roubou para ele. E segundo porque esta provavelmente é a grande obra-prima do diretor.

Todo mundo sabe, por outros sites, blogs, revistas, jornais e etc que BASTARDOS INGLÓRIOS sempre foi a menina-dos-olhos do diretor, um roteiro que ele trazia na cabeça há 10 anos e achou que jamais conseguiria tirar do papel. Suas primeiras idéias previam uma superprodução monstruosa reunindo astros como Stallone, Schwarzenegger, Bruce Willis e até Adam Sandler (!!!), mas felizmente Tarantino pensou melhor e optou por um elenco que, à exceção de Brad Pitt, não tem astros nem estrelas, apenas ótimos atores e atrizes daquele tipo que você bota o olho e se pergunta: "Onde foi que eu já vi ele antes?". (E quem acabou reunindo os astros sonhados pelo diretor foi Stallone, em seu futuro "Os Mercenários".)


Pois neste novo filme, Tarantino parece mais maduro como cineasta. É o seu trabalho com narrativa mais redondinha e circular, sem aquelas loucuras de idas e vindas no tempo (vistas em "Cães de Aluguel", "Pulp Fiction" e "Kill Bill") ou repetição de cenas por diferentes pontos de vista (vistas em "Jackie Brown" e "Pulp Fiction"). Ainda que seja dividida em capítulos com nomes característicos, como se fosse um livro (tipo "Era Uma Vez na França Ocupada por Nazistas" e "Operação Kino"), a trama aqui é contada na ordem cronológica, começando em 1941, com o massacre de uma família de judeus, e terminando em 1944, quando os Aliados vêem uma grande chance de acabar com a guerra matando Hitler e o alto comando do Terceiro Reich.

Só há um momento, à la "Kill Bill", em que a trama é "congelada" para que se conte a história de um dos personagens, o sargento Hugo Stiglitz (Til Schweiger), como se fazia no outro filme para contar o passado da vilã O-Ren Ishii; e também um outro intervalo muito breve em que novamente a história "pausa" para que um narrador explique sobre a alta combustão das películas nos anos 40.

Cada um dos capítulos apresenta personagens diferentes que, à medida que a história avança, acabam se cruzando (como acontecia em "Pulp Fiction"). No excelente início, por exemplo, conhecemos o maléfico coronel da SS Hans Landa (o austríaco Christoph Waltz), na França ocupada pelos nazistas. Ele comanda o assassinato da família de Shosanna Dreyfus (a francesa Mélanie Laurent), que consegue escapar jurando vingança ao maléfico vilão - mais ou menos como uma "versão Segunda Guerra Mundial" da personagem de Uma Thurman em "Kill Bill".


É só no segundo capítulo que vamos conhecer os personagens-título: um grupo de soldados judeus norte-americanos chamado "Os Bastardos", reunido pelo tenente Aldo Raine (Brad Pitt) com a missão de aterrorizar as tropas nazistas, matando seus rivais violentamente e colecionando seus escalpos, à moda apache. "Cada um de vocês me deve 100 escalpos nazistas", ordena Raine ao recrutar seu pelotão. E a fama dos "Bastardos" chega até o próprio Adolf Hitler (interpretado de forma caricatural por Martin Wuttke).

Nos próximos capítulos, vamos conhecendo outros personagens cujos encontros e conexões vão levando a trama adiante. Reencontramos a sobrevivente Shosanna crescida e dona de um cinema em Paris, usando o nome falso Emanuelle Mimieux. O soldado alemão Fredrick Zoller (Daniel Brühl, de "Adeus Lênin"), considerado um herói por ter abatido mais de 100 inimigos sozinho, se apaixona por ela, ignorando seu passado. Já Joseph Goebbels (Sylvester Groth), o ministro de propaganda de Hitler, usou Zoller como ator de seu último filme, "O Orgulho de uma Nação", tentando levantar a moral das tropas com os feitos do bravo soldado alemão.

O pequeno cinema de Shosanna é escolhido para a estréia da obra, numa noite que reunirá toda a cúpula nazista, inclusive Hitler em pessoa. E a moça resolve usar a oportunidade para se vingar dos assassinos da sua família, ignorando que os Aliados estão criando seu próprio plano secreto para invadir o cinema e melar a festa, com a ajuda de uma agente dupla - a estrela de cinema alemã Bridget von Hammersmark (Diane Kurger).


Lendo assim parece que a coisa é simples, mas a trama vai se complicando à medida que os dois planos (o de Shosanna e o dos Aliados, que será executado pelos próprios "Bastardos") se cruzam acidentalmente. E o coronel Landa, que de bobo não tem nada, começa a suspeitar da conspiração. No meio do bolo, Tarantino vai misturando personagens reais sem qualquer comprometimento com a História "oficial" - além de Hitler e Goebbels, aparecem Winston Churchill (interpretado pelo veterano Rod Taylor) e o famoso ator alemão Emil Jannings (interpretado por Hilmar Eichhorn).

Tarantino nunca deixa de demonstrar que é um cinéfilo de carteirinha, já que a ambientação no pequeno cinema parisiense rende uma série de citações a grandes nomes do cinema da época (como o diretor alemão G.W. Pabst ou o comediante Max Linder). Identificar todas as citações e referências que o diretor-roteirista utiliza é uma deliciosa brincadeira para fãs de cinema (no caso de "Kill Bill", por exemplo, até hoje acabo vendo um filme obscuro das antigas e descubro que Tarantino tirou de lá algum diálogo ou nome de personagem, como aconteceu quando vi "O Samurai Negro").

No caso de BASTARDOS INGLÓRIOS, as citações que mais saltam aos olhos são os nomes de alguns personagens, como Aldo Raine (evocando o ator Aldo Ray), Hugo Stiglitz (mesmo nome de um popular ator mexicano, astro dos filmes "Nightmare City" e "Tintorera") e o general Ed Fenech, interpretado por Mike Myers (homenageando a famosa atriz italiana Edwige Fenech, que fez vários filmes "giallo" dos anos 70).


Mais adiante, quando os "Bastardos" precisam usar nomes falsos de italianos, adotam pseudônimos tipo Antonio Margheritti (diretor de filmes como "The Last Hunter" e "Os Caçadores da Serpente Dourada") e Enzo Girolami (nome de batismo do diretor Enzo G. Castellari).

O uso das músicas instrumentais tiradas de westerns lembra "Kill Bill", e inclusive reaproveita algumas trilhas já utilizadas neste filme. Curioso é que nunca imaginei o famoso tema de "O Dólar Furado", composto por Gianni Ferrio, sendo usado numa cena "romântica", e não num duelo de pistoleiros.

Ainda no terreno das citações, dois detalhes me chamaram a atenção, mas ainda não vi nenhum "crítico especializado" citar, então pode ser loucura minha mesmo: o fato do sargento Donny Donowitz (interpretado por Eli Roth) usar um taco de beisebol para acertar os nazistas me lembrou um filme de guerra italiano chamado "Cinco Para o Inferno" (1969), de Gianfranco Parolini, onde um dos personagens usava uma bola de beisebol para o mesmo propósito; já uma brutal cena de estrangulamento pareceu idêntica, inclusive nos ângulos de câmera, a um momento do filme "Bay of Blood" (1971), de Mario Bava. Quem concordar comigo, levanta a mão. E sintam-se à vontade para compartilhar as referências que vocês pescaram.


Mas o que achei mais interessante em BASTARDOS INGLÓRIOS, e que me parece a "maturidade" de Tarantino como cineasta que citei lá no começo, é um cuidado fotográfico na composição das cenas, e o fato de as longas cenas de diálogos, tradicionais do cinema "tarantinesco", desta vez favorecerem a narrativa, e não apenas encherem lingüiça.

Por mais que eu adore "Pulp Fiction" e "Kill Bill", não dá para negar que algumas conversas entre os personagens são desnecessárias ou se estendem mais do que o necessário (Travolta e Jackson com o próprio Tarantino no final de "Pulp Fiction", A Noiva com Esteban Vihaio em "Kill Bill Volume 2", por exemplo).

Sim, em BASTARDOS INGLÓRIOS existem longos diálogos, como no interrogatório inicial entre o coronel Landa e o fazendeiro francês que esconde a família de judeus, ou na longa cena em que os conspiradores se encontram com a atriz Bridget von Hammersmark numa taverna repleta de soldados nazistas embriagados.

A diferença é que esses longos diálogos servem à narrativa, e não apenas ao gosto do diretor por escrevê-los: o interrogatório demonstra como o vilão é meticuloso e sempre descobre as mentiras que lhe contam, enquanto na cena da taverna o jogo feito pelos soldados apenas aumenta a tensão de que os conspiradores possam ser descobertos a qualquer momento. É o oposto dos piores trabalhos de Tarantino, o episódio final de "Grande Hotel" e o decepcionante "Death Proof - À Prova de Morte" (ainda inédito no Brasil, nos cinemas e nas videolocadoras), onde o bla-bla-bla não tinha função alguma na trama além de destilar cultura pop e enrolar.


Isso, mais o carinho especial que Tarantino dispensa a cada um dos personagens, faz de BASTARDOS INGLÓRIOS o grande filme que é. Todos os personagens são cheios de ricas características, como o taco de Donowitz, repleto de nomes de judeus mortos pelos nazistas, ou a enorme cicatriz no pescoço do tenente Raine, nunca explicada pelo roteiro. Tarantino deve ter sofrido muito para resumir seu filme a 153 minutos, percebe-se que muita coisa do roteiro original deve ter sido deixada de fora, e isso só aumenta o charme do filme, pois outras aventuras dos "Bastardos" podem ser filmadas.

E realmente dá vontade de ver mais, é até uma pena quando alguns saem de cena - como o descontrolado sargento Stiglitz. Pitt está ótimo e propositalmente canastrão, com um cômico sotaque caipira (ainda mais evidente quando ele precisa se passar por italiano). Mas quem realmente brilha no filme é Christoph Waltz, fazendo do seu coronel Landa um vilão de respeito, mas também divertido ("That's a bingoooo!"), diferente daquele "nazista clichê" de filmes tipo "A Lista de Schindler". E pensar que o diretor queria Leonardo DiCaprio para o papel (argh!). Se Waltz não for indicado ao Oscar de Melhor Coadjuvante, vai ser muita injustiça.

Não falta nem a violência típica do cinema do diretor (com direito a escalpelamentos explícitos e um nazista morto a golpes de taco de beisebol), e ele ainda se dá ao luxo de usar apenas a voz de atores do calibre de Samuel L. Jackson (como narrador em apenas duas seqüências) e Harvey Keitel (cuja voz é ouvida pelo rádio, como se fosse um militar aliado). O IMDB anuncia ainda participações do próprio Enzo G. Castellari ("as Himself"!!!) e Bo Svenson, astro de "Assalto ao Trem Blindado", mas não consegui identificar nenhum dos dois no filme.


Sem mais delongas, corra ao cinema para ver BASTARDOS INGLÓRIOS na tela grande. Ao final você provavelmente estará concordando comigo sobre o fato de esta ser a grande obra-prima de Quentin Tarantino.

Ou, pelo menos, um divertidíssimo filme sobre a Segunda Guerra Mundial sem qualquer compromisso com a seriedade, com personagens que não são "pessoas reais", mas sim "personagens de cinema", como em "Kill Bill". Por exemplo, você nunca vai ver, num outro filme, Hitler pedindo um chiclete a um dos seus soldados! Dá até vontade de rever aqueles amalucados filmes italianos sobre a Segunda Guerra Mundial...

Lembro inclusive que uma das grandes decepções de filmes como "Operação Valquíria" (aquele do plano para matar Adolf Hitler) é que você sabe que na vida real Hitler não morreu, e então o final do filme já é conhecido desde o início.

No caso de BASTARDOS INGLÓRIOS não tem essa: Tarantino chega a reescrever a história pelo bem do seu roteiro e dos seus personagens. E não é que realmente ficou mais interessante que a própria "vida real"? Confira e opine! Se dependesse de mim, seria assim também nos livros de história.


"Say hello to my little friend!"

34 comentários:

Fotograma Digital disse...

Se "os deuses" conspirarem a meu favor verei nesse fds.

TODO MUNDO está gostando MUITO do filme (critica, amigos e parceiros blogueiros como vc).

Felipe M. Guerra disse...

Na verdade, certos "críticos" conseguiram escrever verdadeiros absurdos sobre o filme, como aquele célebre cujo nome está proibido nesse blog, que não só reclamou da "unidimensionalidade" dos personagens do filme, como ainda escreveu a seguinte barbaridade: "Ou alguém pode dizer já ter ficado emocionado em um filme do cineasta?".

Bem, quem nunca se emocionou com o "duelo final" entre a Noiva e Bill, só para citar uma situação recente dos filmes do Tarantino, que atire a primeira pedra!

Allan Verissimo disse...

E ainda comparou Mike Myers a Peter Sellers!

Leandro Caraça disse...

Não existe pior crítico do que aquele que tem certeza de saber o que as pessoas sentem ou deixam de sentir assistindo filmes.

Concordo com tudo o que foi dito no texto (exceção feita a DEATH PROOF). E a citação ao filme do Parolini só ficaria melhor se Eli Roth arremessase uma bola explosiva nos cornos do fuehrer.

Cristian Verardi disse...

Felipe, eu pensava que o nome do personagem de Brad Pitt fosse uma homenagem ao Tenente Rane, de Rolling Thunder (filme que batizou a distribuídora do Tarantino), mas enfim, concordo contigo que talvez essa seja a obra máxima do diretor. Por mais reservas que eu tenha com o Tarantino (e sou daqueles que não gostaram de Death Proof), ainda estou em estado de maravilhamento, e hoje pretendo rever o filme. E o nosso curta, já está em processo de edição? Os Vampiros estarão tocando em SP até o dia 16.

Felipe M. Guerra disse...

CRISTIAN, acho até que o nome é um amálgama do ator Aldo Ray com o tenente Rane do ROLLING THUNDER.

Descobri que o curta nem começou a ser mexido ainda (mas pedi para o João Pedro me mandar os vídeos para pelo menos dar uma selecionada nas cenas), e hoje à noite devo encontrar os Damn Laser Vampires ao vivo aqui em Sampa!

Abraço.

Fotograma Digital disse...

Leandro definiu com precisão... não existe piro crítica do que aquela que julga as emoções do público. Sempre faço, e o pessoal do blog faz também, análises pessoais... de acordo com oq sentimos e pensamos.

Sobre o proibido... cheguei a pouco tempo aqui e fiquei na dúvida... seria por acaso um senhor com inciais R.E.F. rsrs ?

Abraços !

Fotograma Digital disse...

Acabei de descobrir (acho) que é o famoso crítico rsrs. As iniciais dele são PV não são ?

Lí a crítica dele e ele não entendeu a pida. Não entendeu que Tarantino (e nem precisa ter visto o filme pra saber, basta pesquisar um pouquinho) não fez um filme sobre a guerra, mas sim sobre os filmes de guerra. Por isso as críticas a unidimensionalidade e a falta de realismo nas interpretações não cabem.

Tarantinbo faz o que sempre fez com maestria.

Pega retalhos de coisas qe gosta e bate no liquidificador para tirar um filme novo e cheio de referências.

Anônimo disse...

Olá,
Parabéns pelo Blog....gostaria de convidá-lo a visitar o nosso....minervapop.blogspot.com
Valeu!
Anselmo - SP

Tiago - Sumaré disse...

Filmaço esse. Deixe os pseudo-críticos falarem. O que importa é termos o pessoal que gosta de doideras como nós escrevendo. Aí, temos uma crítica MUITO melhor. Passe o Deadly Prey pro PV e ele vai querer cometer suicídio após os 15 primeiros minutos, enquanto eu (e a maioria aqui, creio) ri do começo ao fim...

Icarus disse...

Cara! Death Proof é muito bom! porque diabos as pessoas não gostam desse filme? não da pra entender :P de qualquer forma concordei com praticamente tudo no texto, parabéns, muito bem escrito!

Até mais.

Vagno Fernandes disse...

Tem gente que não gosta de Tarantino como o Colunista Misterioso, hehehe, mas podem falar o que quiser Tarantino é muito BOM! E já que estamos falando do cara, deixo aqui esse Mix de seus filmes. Fantástico! Valeu Guerra! http://www.youtube.com/watch?v=uEIPCOwY4DE

Felipe M. Guerra disse...

ICARUS, eu particularmente não gosto do DEATH PROOF porque achei terrivelmente chato, não só na versão reduzida que saiu no projeto Grindhouse, mas PRINCIPALMENTE aquela director's cut com mais de 2 horas que parece não terminar jamais.

Meus argumentos: se o Tarantino queria homenagear os "filmes de perseguições de automóveis" dos anos 70, faltou ação (marca registrada dos tais filmes) e sobrou papo furado (marca registrada do Tarantino), com o agravante que, aqui, os looooooongos diálogos não fazem qualquer diferença na trama.

Por exemplo, se cortarmos boa parte da cena do bar com as primeiras vítimas (e lá se vão uns 40 min), a narrativa não perderia absolutamente nada. Mesma coisa para aquela chatíssima conversa entre o segundo grupo de garotas na lanchonete. Alguns podem dizer que aquilo era "desenvolvimento de personagens", mas eu só consegui foi ficar furioso com a futilidade daquelas garotas.

Sobram aqueles minutos finais eletrizantes, mas é muito pouco perto do que eu esperava de uma "enciclopédia sobre filmes B com perseguições automobilísticas" como o Tarantino...

Ah, e não tem mulher pelada, que era presença quase obrigatória nessas produções baratas dos anos 70!!!

Allan Verissimo disse...

E só para o Felipe rir mais um pouco, o PV disse num videocast certa vez que não gostou de PLANETA TERROR e gostou muito de A PROVA DA MORTE.

Ah, e BASTARDOS INGLÓRIOS é um sério candidato ao posto de melhor filme de 2009.

Allan Verissimo disse...

Só a cena do Brad Pitt com aquele sotaque caipira tentando falar italiano já vale o filme. E Christoph Waltz está ótimo.

L.F. Riesemberg disse...

Cultura inútil: o título em Portugal é "Sacanas Sem Lei", hehehe.

Pedro Pereira disse...

Titulo bestial na minha opinião!

Matheus Ferraz disse...

Ainda amo Death Proof (mais do que Planeta Terror, que apesar de ser divertido pra caralho tinha efeitos especiais e cenas de ação muito explosivas e "contemporâneas" para ser vendido como "Grindhouse"), mas falando do Bastardos, realmente é a grande obra prima do Taranta, e fodam-se os críticos "sérios" que não conseguem ver isso. A diferença do Tarantino pros outros "cineastas cool" é que ele é, sim, um cineasta de verdade, que sabe muito bem o que está fazendo, nos mínimos detalhes.

artur disse...

não vi o filme mas o PV é gay, nunca vi crítica mas fresca que essa e que ainda não faz muito sentido, afinal o pessoal vai ao cinema ver um filme ou assistir uma aula de verosimilhanca, veja só essa "Goebbels posteriormente é visto berrando como um animal ao transar" que esquisito velho, crítica rídicula.

Vitor disse...

Aquele cena em que o eli roth metralha um corpo caido no chão,atirando na cabeça até o crânio explodir me lembrou o filme contraband do lucio fulci!

Cristiano disse...

Vamos voltar a falar do filme?

Parece que se descobriu qual a participação do Enzo G. Castellari no filme. Ele é um nazista que aparece ao fundo cena em que o Hans Landa se encontra com Diane Kruger e os Bastardos no cinema. Vou ver de novo o filme para confirmar. :)

A informação foi tirada daqui: http://terrycraig.tumblr.com/post/177418404

Felipe M. Guerra disse...

Bem, como a discussão aqui tinha saído do círculo cinematográfico para virar briga daquelas bem complicadas, optei por apagar tudo o que foi comentado FORA do objeto de análise cinematográfico - inclusive os primeiros tópicos do V.K., para não gerar revanchismos baratos e intermináveis.

Todos são livres para voltar e discutir O FILME. Que, por sinal, hoje eu revi e finalmente achei a resposta para as minhas próprias perguntas: o Castellari aparece como um oficial nazista no cinema, como já foi citado no comentário anterior, e o Bo Svenson é um oficial norte-americano no filme "O Orgulho de uma Nação".

Também pesquei mais uma citação: no início, o coronel Landa cita que uma das famílias judias francesas era a dos Rollin. Será por causa do cineasta Jean Rollin?

Anônimo disse...

E ai Felipe. Sempre leio suas críticas e concordo com todas, praticamente. Porque gosto muito de alguns filmes que você comenta. Sou muito fã dos filmes do Tarantino e também do Scorcese, além de alguns bons filmes de terror. Assisti Bastardos Inglórios no sabado e além de achar a maior obra do Tarantino, eu ouso dizer que é o melhor filme que já vi na minha vida! Tenho 19 anos, você que eu to exagerando dizendo isso?? haha

Anônimo disse...

Olá, parabéns pela critica. Sinceramente eu achei este talvez o melhor filme que eu já vi.
Você acha que uma sequêmcia seria realmente uma boa?

JFelipe disse...

Gostei muito tbm, so nao achei que os resultado foram do jeito exatamente que o Tarantela planejou... o nazista bandidãó é a grande estrela do filme. As cenas com ele e o momento na taberna - onde rola o tiroteio - foram meus momentos preferidos. Por sinal, a cena mais divertida do filme envolve justamente três dos bastardos, a espiã e ele, o coronel Landa. Me ocorre agora dizer que ele e os nazistas "pinguços" jogando aquele jogo de adivinhação foram meus personagens preferidos. Aquela mulher dona do cinema eh um pé no saco. As tentativas exacerbadas de mostrar que os bastardos eram os fodões me pareceram muito primárias. O agente inglês tbm era um kra estiloso, mas não teve tempo de mostrar muito serviço.

Unknown disse...

Felipe, concordo com tudo que você disse, esse na minha opinião é o melhor filme de Tarantino, apesar de ser fã de todos os filmes dele. Assim como você também gosto dessas citações, homenagens implícitas, e uma delas no início (penso eu) é quando o coronel Hans Landa pergunta se há judeus escondidos como ratos embaixo do chão, e ele havia pedido um copo de leite anteriormente, e na propaganda militar nazista, os judeus eram comparados a ratos medrosos e os alemães nazistas a gatos destemidos, e o mesmo acontece na obra Maus: A Survivor's Tale, de Art Spielgeman, que narra a luta de seu pai, um judeu que sobrevive ao Holocausto, e utiliza-se de antropomorfismo e retrata os nazistas como gatos e judeus como ratos. Continue com o ótimo trabalho no blog, sempre que posso leio seus posts.

JF Mac. M. Bastos disse...

Eu sei como o Guerra curte Kill Bill por demais, e agora esse Bastardos que realmente tem coisas muito legais, eh bem legal no geral, com algumas coisas que, na minha opnião, foram meio primárias e saíram raspando pelo alvo - já tinha dito, as tentativas de ficar mostrando que os bastardos eram os fodões.

Quanto a um outro comentário seu, Guerra, com relação a diálogos que se estendem demais e desnecéssários em Pulp Fiction,como vc citou. Acho que estendidos ou não, eles davam margem para um clima de espontaneiadade - o personagem do Travolta, por exemplo, fumando seu cigarro e não tando nem ai pro discurso que o Samul L. Jackson fazia pro kra que ele sabia que iam matar. Vc quer um pedaço amburguer? ele diz que nao. depois a soda, e ele balança a cabeça rapidamente, negando. Sabe? O kra nao ta nem aí. Sabia aonde aquela conversa fiada ia levar e nao tava nem aí pra morte do kra. Essa margem pra naturalidade!
Esse tipo de coisa não há em Kill Bill - embora a proposta não fosse essa, eh o que eu curto nos primeiros filmes do Tarantino. Esse outro tbm, com tudo mais ordenado, nao tinham margem pra isso, mas eu curti ele no geral e um momento ou outro - muito poucos - mais divertidos.

Anônimo disse...

Felipe, então eu atirarei a primeira pedra. Pois eu acho OS DOIS Kill Bill um SACO. E não é porque o Tarantino "copia" (muitos dizem que é homenagem) descaradamente filmes de "vingança" dos anos 70, mas porque esse tipo e filme, na minha humilde opinião, NÃO FUNCIONA no cinema mainstream.

Filmes nesse estilo "grindhouse" são ótimos pra produções 8mm, 16mm, ou 35mm mal telicinados. Com atores não muito famosos, ou praticamente desconhecidos.

Sem falar que, até hoje, NENHUM filme do Tarantino me animou. Se algum deles ainda tivesse conseguido me fazer pelo menos bocejar, seria sinal de que o filme conseguiu me atingir, mesmo que de forma negativa.

Tarantino é um dos diretores mais superestimados que existem. Acho os filmes dele tão chatos quanto os filmes do Nolan. Mas o Nolan já conseguiu tirar bocejos de mim. (Aliás, conseguiu mais do que isso, em The Dark Knight eu saí do cinema com dor de cabeça, pois o filme é tão ruim que nem os meus neurônios aguentaram).

Nolan está de parabéns, conseguiu me emputecer. Tarantino até isso está devendo.

Tarantino é aquele diretor que pra mim não fede e nem cheira.

Brunão disse...

Concordo com tudo que você falou sobre Bastardos Inglórios.
Discordo, na real, do comentário sobre o Four Rooms. O diálogo contribui bastante praquele clima chapado de festa no quarto de hotel e cria uma tensão que aumenta bastante o impacto do final do filme, que eu acho hilário. Não se trata de uma conversa inútil, na minha modesta opinião.
Abraços

Augusto Cezar Lima Queiroz disse...

"A tarefa não é tanto ver o que ninguém viu ainda, mas pensar o que ninguém pensou sobre algo que todos veem". Esse enunciado emprestei do site www.cinemaeaminhapraia.com.br para citar que ele cabe exatamente como cartão de visitas do teu excelente blog, um verdadeiro celeiro de deliciosos "extras" de filmes. Parabéns. Mais resenhas. Mais filmes.

geg disse...

Realmente é um ótimo filme, quero assisti-lo novamente, pois você me deixou curioso sobre algumas coisas que deixei passar despercebidas.
Parabéns pelo blog.

geg disse...

Realmente é um ótimo filme, quero assisti-lo novamente, pois você me deixou curioso sobre algumas coisas que deixei passar despercebidas.
Parabéns pelo blog.

Willian Brasil disse...

Estou lendo em 2015, e é a melhor resenha que já li do filme. Parabéns.

Leonardo Peixoto disse...

Fui assistir Bastardos Inglórios pela mudança histórica (adoro história alternativa) e continuei assistindo pelo trabalho do Quentin Tarantino ! Adorei ver nazistas sendo chacinados e os rostos de Hitler e Goebbels sendo desfigurados à bala ! E quando achei Pulp Fiction na Americanas , levei pra casa e não me arrependi ! Tarantino é o Cara !