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segunda-feira, 13 de abril de 2009

1968: TUNNEL RATS (2008)


Já virou clichê escrever que o alemão Uwe Boll é um dos mais medíocres cineastas atualmente em atividade (se é que dá pra considerar cinema as porcarias que ele "escreve" e "dirige"). Mas esta generalização às vezes se transforma numa injustiça; afinal, o pobre sujeito virou sinônimo de ruindade mesmo para quem nunca realmente viu um filme dele! E não dá para negar que alguns dos seus trabalhos são pelo menos divertidos (o primeiro "Bloodrayne", por exemplo, que ainda tem o mérito de mostrar a linda Kristanna Loken pelada, ou a comédia "Postal", que atrai justamente pelo seu extremo mau gosto).

E então chegamos a 1968: TUNNEL RATS, um dos novos filmes do hiperativo Boll, que só neste ano de 2009 deve lançar mais três obras ("Far Cry", "Stoic" e "Rampage") e já está filmando outras duas ("The Storm" e "Darfur"), isso tudo mesmo com a quantidade absurda de críticas que seu trabalho recebe, e apesar de seus filmes jamais terem dado qualquer retorno financeiro em bilheteria - queria saber como o sujeito ainda consegue encontrar financiadores para as suas maluquices...


TUNNEL RATS é diferente dos filmes que Boll vinha fazendo até então, já que parte de uma história original de Dan Clarke transformada em roteiro do próprio diretor, mas sem inspiração em nenhum videogame, como a maior parte de suas obras anteriores. Aqui ironicamente fizeram o caminho inverso: foi o filme que depois se transformou em jogo de videogame!

Também é um dos primeiros trabalhos do diretor sem grandes astros ou nomes conhecidos no elenco, depois que nosso amigo desperdiçou gente como Ben Kingsley, Jason Statham e Burt Reynolds em suas produções anteriores. Aqui, para dar uma idéia, o nome mais conhecido é o ex-astro dos anos 80 Michael Paré, o que obviamente não quer dizer grande coisa. O orçamento foi de míseros 8 milhões de dólares e, reza a lenda, a estréia foi num único cinema de Los Angeles (!!!).


A surpresa é que, dependendo do seu estado de espírito, e com alguma boa vontade, este drama de guerra é bem divertido, e até, acredite se quiser, interessante. Talvez seja preciso um idiota como o Boll para conseguir fazer um filme cínico sobre a idiotice da guerra, neste caso a Guerra do Vietnã. Claro que não é nada que chegue aos pés de um "Apocalypse Now" ou "O Franco-Atirador", mas é louvável a maneira como o filme foge do tradicional estereótipo de "heróis americanos" vitimados pelos "malvados vietcongues". Para Boll, não há heróis nem vilões, vencedores ou perdedores - apenas vítimas.

O clima é tão pessimista que lembrei de alguns ótimos filmes italianos sobre o tema (como "Apocalypse 2/The Last Hunter", do Antonio Margheritti), que uniam extrema violência com uma mensagem anti-belicista, o contrário do que se via nas produções norte-americanas sobre o conflito - especialmente os "clássicos" produzidos e dirigidos por David A. Prior, como "Batalha no Campo do Inferno" e "Zona de Ataque", onde um ou dois heróicos soldados norte-americanos chacinavam pelotões inteiros de vietcongues (vai saber como é que os Estados Unidos não ganharam a guerra...).


E você realmente percebe que o homem está aprendendo a fazer filmes já nos créditos de abertura, em que helicópteros carregados de sacos-de-cadáver sobrevoam a imensidão da selva (as filmagens foram na África do Sul) ao som da música "In the Year 2525", de Zager & Evans.

TUNNEL RATS enfoca um grupo de soldados que têm como missão se infiltrar nos apertados túneis subterrâneos onde os inimigos vietcongues vivem, se escondem e preparam armadilhas e emboscadas para os rivais. Assim, são "ratos de túnel", como o título já diz, sob o comando do fanático tenente Vic Hollowborn (Paré), um personagem que parece saído de "Apocalypse Now", e que tem como atividades rotineiras enforcar prisioneiros de guerra ou desafiar soldados que discutem suas ordens para lutas de boxe (e vai entender como é que o sujeito tem luvas de boxe em plena selva!!!).


Os primeiros 20 minutos, que tentam apresentar um pouco mais da vida pregressa, dos dramas e dos medos dos jovens recrutas, é de longe a pior parte. É Boll tentando criar seu próprio "Platoon" ou "Nascido Para Matar", obviamente sem conseguir. Até que, lá pelas tantas, um dos personagens faz um discurso que parece ler o pensamento do próprio espectador: "Nada dessas merdas interessa, onde você esteve, de onde você é... Agora você está no Vietnã, e só interessa o que você faz no campo de batalha!".

É então que o filme começa a mostrar ao que veio, a partir do momento em que o pelotão entra em um túnel recém-descoberto nas cercanias do seu acampamento. É quando o clima tosco de "Platoon" vai para o espaço e a história se transforma numa versão bélica de "Abismo do Medo", com os pobres soldadinhos se arrastando por túneis escuros e cada vez mais apertados, e sendo despachados violentamente pelo inimigo escondido na escuridão.


Claro que, para curtir o filme, é preciso ignorar o fato de o roteiro de Boll ser HORRÍVEL. O desenvolvimento dos personagens é mínimo, e, quando existe, é constrangedor (tipo o negro que sonha em abrir uma lanchonete fast food quando voltar para os EUA, e passa as noites mandando beijos para a Lua para a sua namorada!!!!); o fio narrativo é inexistente, com as cenas e as mortes se sucedendo meio sem razão; personagens desaparecem sem explicação da história até que seja conveniente trazê-los de volta, e tudo acaba meio sem propósito, como se nunca tivesse existido, de fato, uma trama a seguir, deixando o espectador com aquela sensação de "Tá, e daí?".

Mesmo assim, algumas coisas realmente me agradaram em TUNNEL RATS para fazer com que eu esquecesse que estava vendo um filme sem roteiro. Uma delas é que o diretor-roteirista brinca com as expectativas do espectador, surpreendendo-nos inúmeras vezes ao longo da trama. Para começar, não há protagonistas principais: todos os recrutas ganham mais ou menos o mesmo destaque, e você acaba nem lembrando os nomes da maioria deles. Também não há espaço para heroísmos individuais à la "Rambo", frases de efeito ou acrobacias pirotécnicas.


Melhor: Boll faz com que um dos seus personagens passe o filme inteiro sobrevivendo a todo tipo de dificuldade no interior dos túneis, apenas para chegar à superfície e ser estupidamente abatido por fogo amigo! Também engana o público ao fazer o soldado metido a machão, que parece o grande herói da trama, morrer por primeiro (e de forma imbecil também), e ao mesmo tempo mantém vivo até a conclusão o recruta banana e covarde, que todos passam o filme inteiro dizendo que não vai durar muito tempo.

Para quem tem saudade daquelas produções bagaceiras e hiperviolentas feitas pelos italianos, TUNNEL RATS também é um deleite, primando pelo exagero: de soldados eviscerados por baionetas a espinha arrancada em enforcamento, o filme traz todo um catálogo de barbaridades. Uma das grandes influências de Boll parece ter sido "O Resgate do Soldado Ryan", já que há desde cenas com vietcongues esfaqueando impiedosamente inimigos desarmados até um soldado que é fanático religioso.


Pode-se até criticar o ritmo lento da narrativa, já que as cenas dos soldados engatinhando nos túneis escuros são repetidas à exaustão até deixar o próprio espectador sem fôlego. Mas elas funcionam para criar um clima de claustrofobia (é terrível imaginar-se naquela situação, com pouco espaço para se mexer e ainda sendo atacado pelos inimigos vindos de todos os lados), e ainda ajudam a criar uma história sobre a Guerra do Vietnã narrada de maneira original, até porque você fica se questionando sobre a idiotice daquilo - por que os caras não tacam umas 30 granadas e explodem os túneis ao invés de obedecer as ordens de seus superiores para rastejar lá embaixo? Há um momento altamente bizarro em que um soldado fica bloqueado no túnel após matar um vietcongue, e precisa esquartejar o cadáver pedaço por pedaço para liberar a passagem!

No final, quando um soldado norte-americano morre lado a lado com um "inimigo" vietcongue, o espectador até releva diversas bobagens que viu durante o filme para admirar a coragem do diretor. Longe de ser aquela historinha de ação e guerra que eu esperava, TUNNEL RATS traz até uma mensagem altamente crítica sobre a estupidez do conflito e sobre a futilidade da guerra. É isso mesmo, amiguinhos: Boll está tentando passar uma mensagem!

E, quem diria, consegue fazer isso de maneira muito mais contundente do que muito suposto clássico sobre o Vietnã que existe por aí...

Trailer de 1968: TUNNEL RATS


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1968: Tunnel Rats (2008, Canadá/Alemanha)
Direção: Uwe Boll
Elenco: Michael Paré, Nate Parker, Wilson
Bethel, Brandon Fobbs, Jane Le, Rocky
Marquette e Erik Eidem.

41 comentários:

Kurt Breichen disse...

Caramba. Um filme de guerra decente feito por Uwe Boll. Esse eu tenho que ver...

Anônimo disse...

Boa crítica de um filme do Boll.
Dele só queria ver Postal mesmo. O último que vi do Sr. Boll foi a atrocidade Bloodrayne, que diferente de você, que achou divertido, eu achei uma bosta sem tamanho.
Espero que o alemão doido ainda crie um bom filme.

Bruno C. disse...

Pelo título pensei que fosse algo sobre ratos mutantes. :P

Boll não é o pior diretor do mundo. É o Frank Miller. :D

Felipe M. Guerra disse...

E em segundo lugar vem o Rob Zombie, que além de ter a brilhante idéia de continuar um "Halloween" que ninguém gostou, ainda declarou aos quatro ventos que neste novo filme Michael Myers vai ficar a maior parte do tempo sem máscara!!!!

Leandro Caraça disse...

James Wong é pior diretor que Uwe Boll. E mesmo o alemão vai ter que se esforçar muito para fazer algo pior que LEFT FOR DEAD, o último do Albert Pyun.

Renzo Mora disse...

Felipe:
Adorei o blog e o fato de vc levar a sério o trabalho do Boll.
De fato, Postal (Aqui lançado com o péssimo título de "Salve-se Quem Puder") é um filme muito bom - a cena de abertura, mostrando o 11/9, é corajosa e divertida.
Não é uma obra-prima, mas está longe de justificar o apelido de Ed Wood alemão.
Abraços
Renzo Mora
http://renzomora.wordpress.com/

Felipe M. Guerra disse...

RENZO - Obrigado pela visita e pelos elogios. De fato, hoje você até encontra gente fazendo declarações contra o casamento dos homossexuais ou alegando que o Holocausto nunca aconteceu, mas é realmente muito difícil achar alguém que leva o Uwe Boll a sério e ainda confessa gostar dos seus filmes. hehehehe.

CARAÇA - Realmente, Albert Pyun deve ser o pior diretor em atividade. Ed Wood pode descansar em paz que a sua coroa de ruim dos ruins já repousa há um bom tempo em outras cabeças bem menos pensantes, diga-se de passagem.

Leandro Caraça disse...

Boll me parece mais o tipo de cara que tá pouco se fudendo pra qualidade. De alguma maneira ele consegue grana para filmar e até mesmo lucrar com essas porcarias. Até pouco tempo ele usufruía de incentivos fiscais alemães, mas agora não sei como faz e tenho até medo de saber, de verdade. Quem viu, disse que seus primeiros filmes são interessantes. Mas até aí, Albert Pyun também fazia bons filmes no começo da carreira. De qualquer forma, Uwe Boll quando é ruim, é apenas ruim e maçante. Não chega aos pés de Ed Wood, Al Adamson, Godfrey Ho e outros deuses imortais da ruindade cinematográfica.

Por acaso vc já viu BATTLE RATS ?

Felipe M. Guerra disse...

Ainda não vi, e duvido que o Boll tenha visto também. E acho que é isso mesmo que você disse: o alemão vai fazendo filme atrás de filme pouco ligando para a qualidade, só quer ibope.

Mas o homem pelo menos tem senso de humor e sabe fazer piada de si mesmo. Esses dias mandou um vídeo para o pessoal do Framboesa de Ouro "agradecendo" pelo prêmio que ganhou pelo "conjunto da sua obra", e dizendo que ia abandonar o cinema para morar a África.

Mas putz, Al Adamson? Agora você pegou pesado! hahahaha

Matheus Ferraz disse...

O único filme do Boll que eu vi até hoje foi o Seed. Vamos admitir que por mais ridículo, infantil e retardado que seja ainda é muito melhor que o Halloween do Zombie.

Bruno C. disse...

As fotos do Tyler Mane barbudo e sem máscara em Halloween II mais parece uma emulação do próprio Zombie. Eu prefiro que esses caras ruins fiquem fazendo seus próprios filmes ao invés de estragar personagens e coisas dos outros. Rob Zombie exagerou, tá batendo punheta com os personagens do Carpenter.

Kurt Breichen disse...

Guerra, bom argumento: por mais ineptos que sejam os filmes do Boll, não dá para tomar raiva o sujeito. Ele é uma figura.

Mas nunca tive a impressão de que ele é só um picareta ordinário em busca de dinheiro fácil. Quer dizer, é óbvio que ele quer faturar, mas, por pior que sejam os filmes, sempre tive a impressão de que o alemão parece estar convicto dos méritos artísticos de suas "obras", como no comentário no DVD de "House of the Dead" ou numa entrevista que li em que ele versa sobre a "superioridade" do vilão de "Bloodrayne" en relação ao vilão de "Van Helsing" (comparação meio deprimente, mas paciência). Quer dizer, paixão pela coisa ele parece ter, apesar da falta de talento. Mais ou menos como o Ed Wood. E nunca acho os filmes dele maçantes. Em minha opinião, ele às vezes consegue atingir, sim, aquela ruindade transcendental de caras como o Ed Wood, Al Adamson ou Bruno Mattei. E, quem saber depois de ver "Tunnel Rats", eu possa dizer: "Pelo menos um filme decente eu sei que ele fez." Acho a figura menos intragável que orebas tipo Michael Bay, Stephen Sommers ou Jan De Bont, que recebem milhões para continuar regurgitando, reiteradamente, a mesma baboseira barulhenta, prosaica e desinteressante.

Agora, Rob Zombie e Halloween... Filho da puta. Filho da puta! Mais uma vez, tenho que parafrasear a genialidade poética de Eric Cartman: "Caro Mr. Zombie, a única certeza que me resta, neste corpo velho e cansado de guerra, é que eu, profunda e sinceramente, odeio você."

Allan Verissimo disse...

Além de todos os citados,há de se lembrar também daquele imcompetente do Joel Schumaccer.

Gabriel Paixão disse...

Não sei... Não acho justo comparar Ed Wood com Uwe Boll. Se Wood fazia seus filmes por amor a arte e eles "calhavam" de ser ruins por causa de sua inépcia, Boll é muito menos inocente (até parece que faz de propósito) e se auto-chacota para atrair publicidade (como diz Gene Simons: toda publicidade é boa, até a ruim). Mas existem podreiras que divertem e podreiras que dão raiva e a maioria dos filmes de Boll se enquadram na segunda parte.
Da lista de diretores podreiras citadas não podemos deixar de deixar de fora C. Thomas Howell que "cometeu" War of the Worlds 2 para a Azylum. Que é, na minha humilde opinião, o pior filme desde "O Assassino do Zodiaco" de Ulli Lommel.
Nem vou falar de Rob Zombie... Ele não é diretor.

Kurt Breichen disse...

Não sei se dá pra encaixar o Schumacher nessa categoria. Claro que "Batman Eternamente" e "Batman & Robin" são o equivalente cinematográfico de um exame de próstata com uma faca de cozinha em brasa. Mas acho que que a fama que pegou nele por causa dessas duas merdas é meio injusta (pra mim, foi mais interferência do estúdio que resultou naquelas porcarias; indício disso é que o comentário do diretor em "Batman & Robin" é, basicamente, um pedido de desculpa de duas horas). Ele é mais ou menos como o Brett Ratner - não é nenhum gênio, é fraco demais para resistir a pressão de executivos, mas volta e meia consegue fazer uns filmes decentes (tipo "Um Dia de Fúria", "Veronica Guerin" e "Por um Fio".)

Gabriel: Caramba... Eu nem sabia que a Asylum tinha feito WoW2. A picaretagem daquele pessoal é tão descarada que é quase sublime. Agora vou ter que baixar e assistir essa porcaria.

Anônimo disse...

Não vi o remake de Halloween, mas o Zombie fez 1 filme ruim (A casa dos 1000 corpos) e um ótimo (Rejeitados pelo Diabo). Acho que ele deveria se concentrar em algo novo, apesar de não ser um dos fãs maiores de Halloween. Mas pior diretor? Ainda não posso dizer isso.

Allan Verissimo disse...

Os filmes do Ed Wood são muito ruins,mas pelo menos são divertidos.Recomendo para vocês a otima biografia ED WOOD dirigida por Tim Burton e que dá uma noção de como o trabalho de Wood no cinema era algo sem comentários.
DRAGÃO VERMELHO do Brett Ratner é muito bom.O resto dele eu ainda não vi.
E nem vamos comentar dos diretores de comédia mediocres que temos atualmente como Adam Sandler e Rob Scheider...

Leandro Caraça disse...

Eu tenho mais raiva do Sam Raimi e do Bryan Singer pelo que eles fizeram com o Aranha e o Azulão do que o Schumacher. Já tá na hora de parar de pegarem no pé do cara. Ele fez uma meia dúzia de filmes bem ruins, mas não é um incompetente. Além do mais sabe filmar cenas de ação melhor do que o amigo visionário do Felipe.

>Mas putz, Al Adamson? Agora você pegou pesado!

É preciso. Me irrita esse bando de marinheiros de primeiro viagem que fica fazendo cu doce pra qualquer porcariazinha que assiste. Que mundo maravilhoso seria se o Uwe Boll fosse realmente o pior de todos. E chato também seria. Ver um filme do Adamson, do Mattei ou alguma 'turquice' do calibre de DEATH WARRIOR é uma experiência única.

Allan Verissimo disse...

Perdão,Sandler e Scheider apenas produzem e roteirizam parte dos seus filmes.
Seria bom se nas franquias SUPERMAN e HOMEM-ARANHA fizessem um reebot,porém de um modo mais fiel aos quadrinhos,e me refiro principalmente a maneira como trataram a Gwen Stacy na parte 3,uma das personagens mais importantes dos quadrinhos que virou uma personagem secundaria no filme.
Se bem que o proprio Sam Raimi admitiu que a parte 3 foi um erro.

Felipe M. Guerra disse...

> Que mundo maravilhoso seria se o Uwe Boll fosse realmente o pior de todos.

Agora você largou uma pérola de sabedoria. Me enche o saco ver neguinho falando tão mal do Uwe Boll sem nunca ter visto um filme dele, só porque é "Maria vai com as outras", e ao mesmo tempo tanto cara ruim no primeiro time posando de gênio do cinema, como McG, Brett Ratner, Michael Bay, Marcus Nispel, o videoclipeiro do "Eu Sou a Lenda", tudo gente sem personalidade, fazendo filmes para estúdios como se fossem marionetes, incapazes de acrescentar um único toque autoral. Tudo filmezinho padrão, limpinho, bonitinho, sem qualquer emoção (parece até comercial de margarina).

E agora me deu vontade de revisitar a obra do Al Adamson, porque eu só conheço aquele do hospital (Nurse Cherri/Hospital of Terror) e "O Samurai Negro", com sua memorável luta do herói contra o gavião (ou será abutre?).

Ah, podem guardar um pouco da discussão sobre filmes e diretores ruins para a próxima atualização, que entra no ar esta noite, e trará um filme MONSTRUOSAMENTE ruim!

Allan Verissimo disse...

Esse filme diverte que nem os do Ed Wood ou é aquele filme que só consegue te fazer ficar com raiva?

Gabriel Paixão disse...

"O Samurai Negro" é o "maior legal" (aquele anãozinho com chicote kick-ass!). hahahaha... Só assisti esse do Al Adamson.
(Ah, é, lembrei do Andy Milligan, mas ainda tô criando coragem pra fazer uma maratona dele em casa)

Anônimo disse...

Para dizer que falo mal do diretor com razão, vi dois de seus filmes: House of the Dead e Bloodrayne. Não sei qual o pior dos dois. Mas tenho uma dúvida: Aqueles vídeos de lutas com críticos do Boll foram utilizados em Postal ou só mais uma picaretagem do alemão?

Kurt Breichen disse...

Guerra, você tem que ver "Dracula vs Frankenstein". Zandor Vorkov, o novo "ícone do cinema de terror" que Adamson "revelou" nessa preciosidade e a criatura de Frankenstein são inesquecíveis.

Artur disse...

notei muitas semelhanças entre este filme e o Te Last Hunter do Margharetti, acho que deveriam fazer um filme sobre vietnã parecido como aqueles filmes de antigamente no estilo Braddck com o protagonista que na casa do 30/40 que no anos 60/70 se alistou e nos anos 80 é um ex-combatente do vietnã e tem que volta ao tal pais pra libertar prisioneiros de guerra, seria uma homenagem aos filmes de ação do anos 80 e um revival também, mas sem essa de patriotismo, odeio esses filmes de guerra que temtam passar mensagens sobre a guerra, alem de não ser nada divertido da sono como Soldado Anonimo por exemplo,por isso prefiro os filmes de guerra na fase aurea dos 40 aos 80 são bem mais divertidos,essa historia de tentar passar mensagem crítica sobre a guerra alem de ser um saco, ja ta batid, por isso que pra mim o melhor filme que mostrou as consequências de uma guerra foi Rambo, não foi um filme que se preucupou tanto em retratar o personagem principal como o coita- dinho e sim com disturbios piscologicos e também não ah essa coisa de patriotismo, ai Felipe ve se fala sobre Endgame com o Easteman, vi um trailer e queria saber como é a trama.

Ronald Perrone disse...

Esse filme aqui aprece uma maravilha! Quem diria que eu ficaria com vontade de ver alguma coisa do Boll... pra falara verdade, não foi a primeira, já tive vontade antes sim, mas dessa vez vou mesmo correr atrás deste aqui!

Kurt Breichen disse...

Vi o filme e agora posso dizer que assisti, pelo menos, a um filme decente feito pelo Dr. Boll. Surpreendente. E tudo isso graças à resenha do Guerra, que teve a coragem de ver um filme de Uwe Boll com objetividade, sem preconceitos, conseguindo reconhecer as virtudes da obra sem levar em conta a (muito exagerada) percepção do público sobre a incompetência do alemão.

Por tudo isso, acho que não seria exagero de minha parte dizer que Felipe M. Guerra é um crítico de cinema... VISIONÁRIO!

Agora, sacanagens à parte, gostei mesmo do filme e concordei com a resenha em quase tudo. Ainda tem várias cenas mal dirigidas (praticamente todos os tiroteios) e o diretor volta e meia faz uns enquadramentos horríveis, mas as cenas nos túneis são muito boas, criando bastante tensão, a violência é extrema sem deixar de ser realista e o filme consegue ser anti-guerra sem apelar para clichês nem tentar empurrar a "mensagem" goela abaixo. É impossível ver "House of Dead" e "Tunnel Rats" e dizer que o alemão não aprendeu nada.

Leandro Caraça disse...

>e me refiro principalmente a maneira como trataram a Gwen Stacy na parte 3,

Eu diria que com exceção da Tia May e do J.J. Jameson, tá tudo errado nos filmes do Aranha. Peter Parker nunca foi uma bichina emo (desconfiei disso desde o primeiro capítulo) e Mary Jane também não é aquele pudim de lágrimas - fora que no cinema ele ficou "feia".

>Ah, é, lembrei do Andy Milligan, mas ainda tô criando coragem pra fazer uma maratona dele em casa

Milligan é para profissionais. Vi dois filmes do cara e meus olhos ainda ardem quando me lembro disso.

> e ao mesmo tempo tanto cara ruim no primeiro time posando de gênio do cinema, como McG, Brett Ratner, Michael Bay, Marcus Nispel, o videoclipeiro do "Eu Sou a Lenda", tudo gente sem personalidade,

Eu gosto de A ROCHA e TRANSFORMERS. E estou aguardando pela parte dois. E pelo trailer, o TERMINATOR 4 do McG com fritas parece que vai ser bom.

Kurt Breichen disse...

Caraça, já leu o roteiro original de "A Rocha"? Foi o único filme de Bay que gostei e, ainda assim, acho que só ficou decente porque Bay não tinha muita moral naquela época. Sean Connery e Nicolas Cage passaram por cima dele e mudaram uma porrada de coisas no roteiro, que era uma merda.

O T4 do McG... caramba, não sei. Pode sair bom. O cara é um zeba, mas o roteiro foi reescrito por Jonathan Nolan e o elenco é decente. Até hoje não lembro de ter visto um filme ruim com o Bale. Vai que ele consegue fazer como o Brett Ratner fez com "Dragão Vermelho".

Felipe M. Guerra disse...

Eu também gostei muito do A ROCHA, é uma exceção na carreira bisonha do Michael Bay, mas Transformers nem me animei a ver o primeiro, quem dirá o segundo, o terceiro, o quarto que vem aí...

Leandro Caraça disse...

TRANSFORMERS é bem legal, e isso é dito por um menino que chorou quando o Lider Optimus morreu em TRANSFORMERS - O FILME. Aliás, a nova aventura será lançada nos EUA no dia em que o desenho longa metragem fará aniversário de 25 anos.

Não gosto Bale. Pra mim ele é um ator limitado. E gosto menos ainda de DRAGÃO VERMELHO do RATner. Comparado ao MANHUNTER do Michael Mann não passa de um filmeco classe C.

Felipe M. Guerra disse...

Eu até gostei de algumas coisas do Dragão Vermelho do Ratão, principalmente o Fiennes no papel de vilão, que acho que ficou mais dentro da proposta do livro do que o Tom Noonan no filme do Mann. Mas, de resto, o Mann realmente dá de laço no remake, inclusive o final do Manhunter, que foi todo alterado, é muito melhor que aquele final absurdo do livro e do remake.

Outras coisas ficaram MUITO forçadas em Dragão Vermelho, como o fato de o psicopata morar num sinistro e escuro casarão abandonado (dããã...). Até o Edward Norton, que tem seus méritos como ator, DESAPARECE diante do ator que interpretou o pratonista no filme do Mann - e cujo nome eu sempre me esqueço, mas o cara é foda, também fez Viver e Morrer em Los Angeles.

E teve alguém que não achou irritantes as desculpas utilizadas pelos produtores para o Anthony Hopkins ficar aparecendo em cena o tempo todo? Pô, no livro e no filme do Mann o cara é personagem secundário, e no remake aparece o tempo todo!

Kurt Breichen disse...

Guerra, o ator é William Petersen e a interpretação dele, de fato, é muito mais fiel ao Will Graham do livro. Ele passa a sensação de que está desconfortável e enojado com seu "dom" o tempo todo, à beira de um colapso nervoso - Norton parece que está só incomodado porque tem que investigar mais um caso violento. Aliás, é difícil acreditar que Mel Gibson se tornou um astro e Petersen é um daqueles atores que todo mundo viu em algum filme que gostou, mas não lembra o nome. Gostei dele até naquele faroeste do brat pack com Emilio Estevez, em que ele faz papel de Pat Garrett.

Mas só posso dizer que realmente gostei, no Manhunter, da interpretação do Petersen, do momento em que "cai a ficha" no Graham sobre como o Dragão Vermelho está escolhendo as vítimas (ficou muito melhor que no remake) e daquele final com In-a-Gadda-Da-Vida. O resto do filme me deixou a impressão que Michael Mann queria fazer um episódio de duas horas de "Miami Vice". E Tom Noonan estava ridículo.

O que eu achei excelente na refilmagem foi a interpretação de Ralph Fiennes e só isso, para mim, já superou todos os outros defeitos do filme. A alma do livro, a peculiaridade que tornou a obra um pioneira foi a maneira como ela abordou o vilão e, nesse aspecto, acho que Manhunter falhou completamente. No filme de Mann, o personagem não tem qualquer complexidade: é só um maluco esquisito que, sabe-se lá por que, tem tesão por assassinar famílias e se engraça por uma menina cega. Pena que Thomas Harris, depois de "Silêncio dos Inocentes", parece ter contraído a mesma doença de Anne Rice. Até o final "viajado", no livro, faz sentido: o propósito não é só colocar mais uma reviravolta na história, mas mostrar que Graham tem tanto pavor de sua "habilidade", tem tanto medo de acabar descobrindo que Lecter tinha razão sobre ele (que ele, no fundo, é igual aos assassinos que consegue capturar), que prefere fugir e deixar a mulher nas mãos do Dollarhyde do que matá-lo. Como o "Red Dragon" não abordou nada disso, o final do filme acaba só mais uma reviravolta viajada para surpreender o espectador. Por isso prefiro o final de Manhunter. Já o casarão abandonado... na verdade é fiel ao material de origem e faz sentido: o Dollarhyde era um desajustada que vivia com a avó maluca, que tinha um asilo para idosos; desenvolveu uma dupla personalidade em razão da influência maligna da velha e continuou morando que esta morreu. Vá lá que o ambiente não é dos mais sutis, mas não é uma coisa que o roteiro inventou sem motivo nenhum. Quanto ao Hopkins, tens razão. Ficaram só enchendo linguiça com ele. Tirando o prólogo (que ficou muito bom) e a primeira cena em que Graham o encontra no manicômio, podiam ter cortado todas as cenas dele que não ia prejudicar o filme em nada. O pessoal queria vender o filme como "mais um capítulo na saga de Hannibal Lecter" de qualquer jeito.

Enfim, prefiro o Red Dragon, mas acho que a adaptação perfeita do livro seria uma combinação da interpretação do Petersen em Manhunter com a de Fiennes no remake.

Allan Verissimo disse...

E uma coisa que eu não gostei na versão de 2002 foi que o Graham não fica com o rosto deformado no final do filme como fica no livro e não tenho certeza, mas acho que no livro O SILÊNCIO DOS INOCENTES é revelado que ele ficou bebâdo e que a esposa dele o abandonou. Não tenho certeza disso.
E o Graham do filme é bonzinho demais, enquanto no livro ele é um homem amargurado que fica se questionando se não é um psicopata igual ao Hannibal.

Julian disse...

Felipe, ótimo texto. Foi sábio em deixar bem claro os defeitos do filme e que não é pra qualquer um assistir, tipo um stressado tipo eu heheehhe. Quanto aos comentários, concordo que o Boll é fichinha perto das desgraças que andam "dirigindo" como o Paul W. Anderson, os já citados Bret Ratner, McG e o Michael Bay e que se acham bons diretores.

Mas é isso aí cara, parabens aí pelo texto!

Anônimo disse...

Cara, tua crítica sobre o filme está perfeita. Parabéns!!!

Anônimo disse...

Curti o filme, embora seja mal produzido e d baixo orçamento, a história é bm original. prefiro 1968: TUNNEL RATS. que muitas dessas porcaraias que wollywood tm lançado ultimamente. expls. 2012(Bosta), Avatar, q é só um monte de babozeira d Efeitos Especiais.

Unknown disse...

caraaaa...achei muito ruim o filmeee mas ainda chega a ser o melhor dele por enquanto pelo menos entre os que eu vi dele...alone in the dark e house of dead!!!

Anônimo disse...

Grande Felipe:
Finalmente vi os ratos do Boll e me decepcionei. Esperava ver um filme péssimo e vi um filme bastante passável.
Não vou falar sobre suas virtudes: você esgotou o tema com o talento habitual.
Será normal se decepcionar quando o filme é melhor do que a gente esperava?
Abração

Renzo

Anônimo disse...

puta q pariu...tunnel rats,q porra de filme é esse...sem noção muito,mas muito ruin mesmo,só matando o filho da puta que fez esse filme e eu otário fiquei até o fim assistindo para me decepcionar mais ainda...

Leonardo Peixoto disse...

Espero que um dia o blog volte , como já fez antes .