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domingo, 22 de dezembro de 2013

Entrevista com Dedé Santana - Parte 1


Há alguns meses, quando eu soube que o ex-Trapalhão Dedé Santana estaria de passagem pela minha cidade-natal como atração principal do Circo Mix, decidi que não perderia a chance de entrevistar o meu segundo preferido do quarteto (depois, claro, do Mussum).

Nascido em 1936, descendente de ciganos e filho de artistas de circo, Dedé sempre viveu nos picadeiros (consta que apareceu em seu primeiro espetáculo circense quando tinha apenas alguns meses de vida!). Não demorou para ele levar esse humor circense para a TV e para o cinema, primeiro com a dupla humorística Maloca e Bonitão (com o falecido irmão Dino Santana), e depois na famosa parceria com Renato Aragão que daria origem aos imortais Trapalhões.

Várias entrevistas com Dedé Santana já foram feitas, mas eu queria abordar um aspecto que geralmente meus colegas jornalistas deixam de fora: o diretor de cinema Dedé Santana. Porque hoje pouca gente lembra, mas ele assinou quatro filmes da fase de ouro do quarteto ("Os Trapalhões e o Mágico de Oróz", "A Filha dos Trapalhões", "Os Trapalhões no Reino da Fantasia" e "Os Trapalhões no Rabo do Cometa"), mais um quinto sem Renato, "Atrapalhando a Suate", dos tempos em que os Trapalhões estavam separados.


Inicialmente, o contato com o pessoal do circo em que ele iria se apresentar foi complicado, já que dias e horários para a entrevista eram marcados e desmarcados (depois descobri que o astro teve queda de pressão num dos dias e precisou passar algumas horas no hospital em observação). Mas não desisti: numa das noites em que o circo se apresentaria, fui acompanhar o show normalmente como espectador, e, ao final, quando Dedé distribuía autógrafos, aproveitei para me infiltrar entre os vários fãs e o abordei:

"Sr. Manfried Sant'Anna?" - este é o nome de batismo do Trapalhão.

Ao ouvir seu nome completo, Dedé fez uma daquelas suas típicas caretas de Trapalhão e respondeu fingindo medo: "Rapaz, para me chamar por este nome, só pode ser encrenca!". Estava quebrado o gelo. Mesmo sendo um dos artistas mais populares do Brasil, que teve sua cara associada a programas de TV, filmes, discos, camisetas, produtos diversos e até revistas em quadrinhos, Dedé Santana é uma pessoa simpaticíssima e humilde!

Ao mestre, com carinho: presenteando Dedé com o DVD de um dos meus filmes, "Canibais & Solidão" (que presente de grego!)

Comentei sobre minha intenção de entrevistá-lo e ele ficou animadíssimo; especialmente quando disse que não iria lhe questionar sobre Renato Aragão ou Os Trapalhões, como já é costume entre os colegas de profissão. Não demorou para Dedé revelar-se um verdadeiro apaixonado pelo trabalho atrás das câmeras, que inclusive ficou feliz por ser entrevistado como cineasta, e não como ex-Trapalhão pela milionésima vez.

Infelizmente, Dedé Santana continua um astro com agenda cheia. Eu só tive direito a uns 40 minutos com ele, no intervalo entre uma apresentação e outra. O resultado o leitor acompanha a seguir. Percebam que usei "Parte 1" no título dessa postagem, justamente porque essa entrevista não foi concluída - ela foi interrompida quando estava mais ou menos na metade!

Mas Dedé percebeu meu interesse e garantiu que no futuro me concederia mais tempo para uma possível segunda parte. Enquanto isso, vejamos o que o carismático Manfried Sant'Anna comentou sobre amazonas alemãs, macacos, as lições que aprendeu com Ary Fernandes, J.B. Tanko e Adriano Stuart, a influência dos musicais de Hollywood nos seus filmes, e muito mais...



FILMES PARA DOIDOS: Dedé, você estreou como diretor no "Atrapalhando a Suate"...
DEDÉ SANTANA (interrompendo): Na realidade, o primeiro filme que eu fiz se chamava "Os Desempregados", em preto-e-branco e tal. Esse foi o primeiro que escrevi e dirigi, e também é conhecido como "Os Irmãos Sem Coragem". Naquela época eu não podia colocar meu nome como diretor porque não tinha carteira.

FPD: Quem assinou a direção foi...?
DS: Foi o [Antonio Bonacin] Thomé, que era só o diretor de fotografia. Mas como eu não podia assinar como diretor, eu falei: "Olha, assina você, Thomé. Eu assino só como roteirista". Isso foi em mil novecentos e antigamente, eu nem lembro o ano mais! [Nota: o filme foi lançado em 1972]

FPD: E era um filme do Maloca e Bonitão.
DS: Isso, e quem fazia o Bonitão era meu irmão. Com esses personagens nós fizemos... Deixa eu ver... Esse "Os Desempregados", "Deu a Louca no Cangaço", "2000 Anos de Confusão" (ambos de 1969)...

FPD: E uma participação no "Se Meu Dólar Falasse" (1970), lembra?
DS: Isso, isso. Eu fazia várias participações nessa época, fiz até para filme estrangeiro.

FPD: O alemão aquele, "Lana, Rainha das Amazonas" (1964)!
DS (arregalando os olhos): Você já viu "Lana, Rainha das Amazonas"?

FPD: Sim pô, eu gosto muito desse filme! (risos)
DS: Por sinal, consegui uma cópia dele só agora, eu não tinha. Aí fui assistir e pensei comigo mesmo: "Belo canastrão esse cara!". (risos)


FPD: Já que estamos falando nele, o que você acha de "Lana, Rainha das Amazonas"?
DS: Rapaz, para a época ele foi muito bem. Na Alemanha, todo filme que tratava de amazonas e essas coisas fazia sucesso, tanto é que esse filme estourou lá fora. Na Alemanha, fiquei sabendo que chegou a ter filas na porta dos cinemas para ver "Lana, Rainha das Amazonas"! (risos) Inclusive aquela menina... A loira... Uns dois anos depois ela trocou de nome e ficou muito famosa. Ela trocou para Maria Schell, e, pode ver, fez até filmes famosos. Mas naquela época ela ainda não era a Maria Schell. (risos)

[Nota: Dedé na verdade fez confusão, já que a atriz de "Lana, Rainha das Amazonas", chamada Catherine Schell, não tem nada a ver com Maria Schell, que é uma outra atriz. Em todo caso, Catherine também apareceu em filmes famosos, como "O Prisioneiro de Zenda" e "007 - A Serviço Secreto de Sua Majestade".]

FPD: Também nesse filme o vilão é o Átila Iorio, que teve presença marcante na sua vida, já que foi seu sogro durante muitos anos e você até batizou um filho com o nome dele (Attila Iorio Santana, mais conhecido como Dedé Santana Jr.).
DS: Isso aí. Pô, o cara sabe tudo de mim! (risos) Eu não vou te dar meu livro! Você já sabe tudo, por que quer o meu livro?

Átila Iorio (esq.) e um jovem Dedé em "Lana, Rainha das Amazonas"

[Nesse momento, Dedé pega uma sacola que estava do lado do sofá e tira dois exemplares do livro "Eu e Meus Amigos Trapalhões", que escreveu sobre sua carreira e vida religiosa, e deu de presente para mim e para meu irmão Rodrigo, que estava presente filmando a entrevista.]

FPD: Eu nem sabia que existia esse livro. É novo?
DS: Na verdade saiu agora, eu fiz ele mais para venda interna. Mas fala de todos os filmes, dos meus grandes amigos, tipo... Olha aqui... (mostra fotografia de Carlos Alberto de Nóbrega) O grande Carlos Alberto... E olha essa aqui... (pára numa foto dele com Renato Aragão, ambos jovens nos anos 1960) Olha só como era Dedé e Didi no começo! O Dedé tinha o corpo que o Didi tem hoje, e o Didi era ainda mais magro!

FPD: E o Didi tinha cabelo...
DS (apontando para a foto): Pô, olha só que cabelão! (passa para outra foto com Renato e Roberto Guilherme, o Sargento Pincel, nos anos 90) Essa aqui é em Portugal. Muita gente não sabe, mas quando pensavam que eu estava fora da televisão, na verdade eu estava em Portugal. O Didi continuou fazendo o Criança Esperança, mas eu saí. Pensavam que eu estava desempregado, mas na verdade estava em Portugal. Ficamos três para quatro anos em primeiro lugar de audiência lá, três anos batendo o primeiro lugar, e depois, lá pelos três anos e meio, caiu um pouco, mas ainda era uma audiência muito alta.


Abertura do programa "Os Trapalhões em Portugal"
 


FPD: Foi boa essa experiência em Portugal?
DS: Olha, foi a primeira vez que eu me senti artista na vida. (abre um sorrisão)

FPD: É mesmo?
DS: Foi. porque o tratamento lá era fora de série. Eu tinha o meu próprio camarim, meu próprio camareiro, meu próprio maquiador. Aí pensei: "Pô, agora sim tou me sentindo um artista!". Mas menos de um ano depois, a Globo já tinha mais estrutura que eles. Hoje a Globo... Rapaz, eu tenho muito orgulho de trabalhar com eles. Você vê, eu moro em Itajaí (Santa Catarina). Quando eles me contrataram, eu falei que queria continuar em Itajaí. Disseram que não tinha problema, e hoje me dão passagem de avião, hotel, carro à disposição e tudo mais quando tem gravação! Mas claro que nunca vou esquecer de outras emissoras que mataram a minha fome, como a Record, onde fiquei dois anos com "A Escolinha do Barulho", e o SBT, onde fiz "Dedé e o Comando Maluco" por quatro anos.

FPD: Voltando ao "Lana, Rainha das Amazonas", acho que foi um dos seus raros papéis sérios, não foi?
DS: Na verdade meu papel era meio comédia, porque o cara batia palmas para uma cobra e ela saía correndo! (risos)

Capanga dos vilões, Dedé atira num montão de índios e acaba levando flechada nas costas em "Lana, Rainha das Amazonas"!

FPD: Ah, mas você é da turma dos bandidos, mata um montão de índios e até toma uma flechada nas costas!
DS: É mesmo, levo uma flechada! (risadas sonoras) Na realidade mesmo, eu me assustei quando fui no cinema na época. Não com a versão alemã, mas com a versão brasileira...

FPD: Por causa da quantidade de mulher pelada? (risos)
DS: Não, porque... Bom, para a época isso aí também foi uma coisa chocante. E o filme deu bilheteria no Brasil, talvez até por causa disso. (risos) Naquela época ainda era muito difícil ver mulher pelada no cinema. Mas o que aconteceu foi o seguinte: estou lá eu olhando o letreiro (créditos iniciais) do filme e aparece Christian Wolff, que era tipo o Kirk Douglas da Alemanha, depois Átila Iorio, depois o nome da menina, e depois Dedé Santana sozinho na tela, bem grande! Eu, no cinema, pensei: "Meu Deus do Céu, o que é isso?". Porque eu esperava meu nome bem pequeno. Já na versão alemã não, lá meu nome aparecia bem pequeno.

FPD: Como foi que você começou a dirigir?
DS: Rapaz, eu sempre tive o sonho de dirigir! Inclusive estudei para isso, fiz um curso com o Ary Fernandes (ao lado), que você sabe que foi o Vigilante Rodoviário. O Ary fazia um verdadeiro milagre naquela época porque se encarregava de tudo: ele escrevia, dirigia, montava... Ele fazia tudo! E o filme, na época, demorava uns dois ou três dias para ver depois que você filmava, mas mesmo assim ele conseguia fazer um episódio do Vigilante Rodoviário a cada 10 dias! E com cachorro! É muito difícil trabalhar com criança e qualquer animal, porque você não consegue dirigir, falar "Vai ali" e fazer ele ir. Enfim, fiz um curso com o Ary e, no primeiro dia, perguntei quanto ele iria me cobrar. Ele respondeu: "Olha Dedé, não vou te cobrar nada, mas você tem que vir lá em casa". Então eu acordava às quatro, cinco horas da manhã e ia para a casa dele. Geralmente, acabava tomando café na casa dele, oito da manhã, porque ele só saía de casa pelas onze. E o Ary se interessou tanto por mim que às vezes passava do horário. Tipo, "Te dou mais uma horinha", mas passávamos duas horas ali discutindo roteiro. Eu aprendi muito com ele, principalmente em matéria de enquadramentos. Outro grande professor meu foi o J.B. Tanko. Ele era um grande diretor, mas o que mais aprendi com ele foi como construir um roteiro. Começou assim: uma vez eu tive uma ideia de fazer um filme baseado em "O Planeta dos Macacos".

FPD: "O Trapalhão no Planalto dos Macacos" (1976)!
DS: Isso, "O Planalto dos Macacos". Eu vi o filme original no cinema e pensei: "Pô, a gente podia fazer uma sátira disso!". Um dia nós estávamos filmando numa gruta, não lembro para qual filme, e eu falei: "Seu Tanko, tive uma ideia para um filme que vai estourar na bilheteria! Vamos fazer uma sátira do Planeta dos Macacos". E ele: "Mas o quê? Pára com isso! Vamos continuar a filmagem!". Depois, na hora do almoço, ele me puxou para o lado e disse: "Dedê, vem aqui almoçar comigo e me fala mais desses macacos". Porque era assim que ele me chamava por causa do sotaque, de “Dedê”. [Nota: Tanko era originário da antiga Iugoslávia]. Aí o Tanko me levou para Muriqui, onde ele tinha uma casa de praia, e falou: "Dedê, te convidei para passar uns dias aqui comigo, mas quero que você faça aquele roteiro sobre o qual me falou". Respondi: "Mas como, Seu Tanko?". E ele repetiu: "Faça o roteiro". Eu insisti: "Mas como assim 'faça o roteiro'?". Aí ele me explicou: "Olha, os diálogos não precisa, você apenas construa o roteiro, faça uma sinopse". Depois disso eu não demorei, fiz praticamente de um dia para o outro, e entreguei. Ele leu, leu, e falou: "Não, não, tudo errado!". (risos)


FPD: Qual era o problema?
DS: O próprio Tanko me explicou: "Você entra num ambiente fechado e não sai mais. Não é assim! O povo precisa respirar! Se você começar fechado, você abre depois, deixa o povo respirar! Acho melhor você fazer outro roteiro". Aí ele me deu mais alguma dicas, eu reescrevi tudo, o Tanko leu e falou: "Tá ótimo!". Tanto é que você vê, em "O Planato dos Macacos", o crédito "Colaboração no roteiro: Dedé Santana". Não só nesse, mas em outros também. E eu aprendi isso com ele. Agora, sobre humor no cinema, eu aprendi muito com o Adriano Stuart.

FPD: Adriano Stuart, grande mestre!
DS: Ele era ligeiro, inteligentíssimo, sabia tudo! Aí de repente ele mudava tudo, falava: "Olha, ao invés de abrir aqui, você abre ali. Aí o Didi vem por ali, você tropeça nele e cai aqui". Ele inventava tudo na hora! E o Adriano era um mestre mesmo, porque o pai dele era um mestre do humor, o Walter Stuart. Ele criou o primeiro circo de televisão, o Cirquinho Bombril. [Nota: Walter Stuart foi o idealizador e apresentador do programa semanal "Circo Bombril", da TV Tupi, em que artistas circenses se apresentavam ao vivo.] Eu aprendi muito com esses dois caras, o Tanko e o Adriano Stuart. Agora, o Tanko era muito corajoso... Eu dava muito palpite, até me chamava de palpiteiro. Teve uma vez que ele me chamou a atenção: "Ô Dedê, deixa eu fazer o meu filme? No dia que você fizer o seu filme pode falar, mas agora eu estou fazendo o meu!". Mas eu realmente dava muito palpite, chegava nele e dizia: "Ô Tanko, você não acha que essa cena devia ser de tal jeito?". Aí tinha uma coisa engraçada... Às vezes eu dizia "E se o senhor fizesse assim, assim e assim", e ele me cortava: "Dedê, faz favor! Me deixa trabalhar!". Aí quando ele começava a gravar, pensava um pouco e perguntava: "Ô Dedê, como você falou mesmo para fazer a cena?". (risos) Aí eu dizia: "Olha, Seu Tanko, eu faria assim, assim e assim". E ele: "Isso! Isso! Vamos fazer assim!". Acabava fazendo muita coisa do jeito que eu sugeria para ele. Na verdade, eu tinha mais prática em circo, em humor, em como cair. Tanto que em todos os filmes do Tanko, todas as lutas que você viu foram marcadas por mim, às vezes eu até dirigia.

Foi Dedé quem sugeriu a aventura no "Planalto dos Macacos"

FPD: E nos primeiros filmes vocês mesmos faziam tudo, sem dublês.
DS: Isso. Hoje ficou fácil, hoje tem dublês e trazem até gente dos Estados Unidos para marcar as lutas. É tudo muito bem feito, claro, mas naquela época não tinha, e aí quem se defendia nesse setor era o "Dedê"! (risos) Mas voltando ao "Planalto dos Macacos": quando eu expliquei minha ideia para o Tanko, ele achou que as máscaras dos macacos seriam um problema. E realmente, na época, isso ficaria muito caro, porque o ator só podia usar uma vez, no fim da cena arrancava tudo e precisava construir outra depois. Então ele disse: "Olha Dedê, a tua ideia é boa, mas é impossível". Eu perguntei: "Mas, Seu Tanko, e se eu fizer a máscara?". Ele respondeu: "Bom, se você fizer a máscara, esse vai ser o nosso próximo filme!". (risos) Então eu comprei uma máscara de macaco, que na época estavam vendendo por causa do sucesso de "O Planeta dos Macacos", recortei ela toda e deixei só a parte do nariz e da boca. Colei ela, fiz uma maquiagem no resto do rosto e filmei com uma câmera Super 8, porque o Tanko queria ver na tela. Quando ele viu, ficou surpreso: "Mas como você consegue isso? Se eu chamar uma maquiadora, você explica tudo?". Aí ele chamou a melhor maquiadora do Rio e compramos uma outra máscara melhor, de borracha. A maquiadora viu e disse: "É possível, mas vamos ter que usar uma maquiagem especial para enrugar o resto do rosto que fica fora da máscara". Aí fizemos o filme, e foi um sucesso de bilheteria!

FPD: Você quase morreu durante as filmagens, né? [Dedé sofreu um acidente grave ao bater a motocicleta que pilotava contra um poste, onde bateu a cabeça. Precisou ficar internado durante um tempo e inclusive se submeter a cirurgia plástica no rosto antes de retornar ao set do filme].
DS: Deus me livre! E não só isso: eu inventei sarna para me coçar com aquela história de me transformar em macaco. Porque eu não gosto de dublê, nunca usei nos meus filmes...

FPD: Coisa de artista de circo.
DS: É... E o Tanko tinha me avisado para usar um dublê quando eu me transformava em macaco, mas eu insisti: "Não, Seu Tanko, quero fazer eu mesmo". E foi a maior mancada que eu dei! (risos) Eu botava a maquiagem às seis da manhã e tinha que ficar daquele jeito até a última cena! Na hora de comer, não tinha comida: era vitamina tomada com canudinho! Me arrependi e hoje acho que devia ter usado dublê mesmo, porque eu sabia que era eu ali, mas o público só vê um macaco!

Dedé como "macaco": era ele mesmo por baixo da máscara!

FPD: Podia ser qualquer um!
DS: Sim! E "O Planalto dos Macacos" foi um filme que me deu muita alegria, mas também muito cansaço. Quando a gente bateu em 30 dias de filmagens eu já estava até meio traumatizado, rapaz! Já estava me dando pânico, não queria mais colocar aquela máscara! Fiquei num mau humor que eu mesmo não me aguentava, só de saber que tinha que colocar a máscara toda hora! Meu Deus do Céu! Mas no final deu tudo certo.

FPD: E por que você não dirigiu mais nada até "Atrapalhando a Suate" (1983)?
DS: Para falar a verdade, eu dirigi todas aquelas cenas de "Os Saltimbancos Trabalhões" (1981) nos Estados Unidos, no Universal Studios, com o tubarão e tal. E dirigi nos Estados Unidos sem falar inglês, eu tinha um intérprete, e acabou que me saí bem. O engraçado é que eu recebi uns três palpites muito bons lá, e me lembrei de quando eu fazia isso com o Tanko. (risos) Acontece que eles lá (se referindo à equipe norte-americana) são muito éticos para falar com o diretor, para eles o diretor é um deus e eles me tratavam como tal. Mas eu era muito popular, brincava com todo mundo, brincava de falar inglês e eles morriam de rir, e tal. E me lembro muito bem que eu fiz uma cena em que o Didi vinha lá de trás, no cenário do "Guerra nas Estrelas", e coloquei a câmera para pegar metade do boneco do "Guerra nas Estrelas" vindo por cima dele. Aí eu senti uma espécie de mal-estar na equipe... Não exatamente um mal-estar, um clima esquisito. Perguntei para o intérprete o que estava acontecendo, e ele disse: "Sabe o que é, aqui eles não dão nenhum palpite, mas o diretor de fotografia tem uma ideia e queria transmitir pra você". Eu pedi para ele contar sua ideia, e o cara me explicou que se eu colocasse a câmera embaixo, nos pés, o Didi apareceria pequeninho no fundo, mas conforme chegasse perto ele ia crescendo cada vez mais, e aí eu abria a câmera e ele apareceria bem no ombro do boneco. Na mesma hora eu disse: "Ótimo, vamos fazer assim!".

Dedé filmou as cenas na Universal de "Os Saltimbancos Trapalhões"

FPD: Mas o pessoal estava com vergonha de sugerir para o diretor. (risos)
DS: Pois é, eles não queriam falar. Mas rapaz, esse diretor de fotografia acabou ficando meu melhor amigo lá, só porque eu aceitei a ideia dele. Outro palpite foi numa cena em que a gente saía correndo de dentro de um foguete. Eu gravei várias cenas e já ia terminar a filmagem, porque era quatro e meia da manhã e estava um frio danado. De novo, ele pediu para falar comigo, me deu uma dica para posicionar a câmera, e aquilo me salvou a sequência inteira!

FPD: A sua volta como diretor, em "Atrapalhando a Suate", foi por causa daquela separação do Renato dos demais Trapalhões...
DS (interrompendo): Na verdade não foram os Trapalhões que brigaram, foram as empresas, a Renato Aragão Produções e a Demuza. O irmão do Renato [Francisco Paulo Aragão] me ligou avisando que eles iam fazer um filme sem a gente, aquele do dinossauro Papangu ["O Trapalhão na Arca de Noé"]. E quando ele falou que iam fazer o filme sem a gente, na verdade eles já estavam até filmando! O Renato não quis se meter muito, era uma briga de empresas, e um dia o Mussum ligou para a minha casa e disse: "Ô compadre, você não falou que era diretor de cinema? Então vamos fazer o nosso filme!". Aí nós nos reunimos e foi quando surgiu a ideia do "Atrapalhando a Suate", porque tinha aquele seriado "SWAT" no ar, na Globo, e fazia muito sucesso.

[Nota: Aqui Dedé tentou suavizar um pouco a história, já que, na época, houve uma briga dos três Trapalhões com Renato Aragão - ou seja, não foi apenas uma separação de "empresas". A reportagem abaixo, publicada pela Folha de São Paulo na época da produção de "Atrapalhando a Suate", traz inclusive declarações magoadas dos três Trapalhões contra seu então ex-líder Renato Aragão.]

Reportagem sobre "Atrapalhando a Suate" na Folha de 09/10/83

FDP: Foi muito difícil escrever um roteiro para os três Trapalhões sem o Didi?
DS: Não, no dia seguinte eu já tinha toda a história do filme. Eu queria fazer uma cena meio trágica, com os heróis sendo expulsos da Suate e agindo por conta própria. [Nota: É bem possível que seja uma referência à "expulsão" do trio do novo filme de Renato Aragão na época.] Aí eu falei: "Mussum, vou precisar de umas músicas específicas para o filme, porque quero fazer várias cenas musicais no meio". E o Mussum disse: "A música pode deixar comigo!". E logo ele veio com aquela letra (cantarolando) "Tã-na-nam que a Suate chegou". Foi ele e alguns sambistas amigos dele, agora não me recordo o nome, mas eram famosos pra caramba! [Nota: Um dos compositores da trilha do filme foi Jorge Aragão.] Ele levou os caras na casa dele e fizeram tudo. Outra coisa sobre a trilha sonora é que o Mussum, certa vez, me contou uma história da infância dele sobre uma babá, e eu pedi para ele fazer uma outra música em homenagem às babás. Também tive a ajuda de um grande amigo meu, o Victor [Lustosa] que fez todos os filmes dos Trapalhões e é meu compadre, sou padrinho da filha dele. A gente era muito amigo e eu o convidei, o Victor arriscou a carreira e largou tudo para ficar comigo!

FPD: Ele também ajudou você a dirigir, não foi?
DS: Ajudou, tanto no "Suate" quanto no "Mágico de Oróz" (1984).

FPD: Que foram os únicos dois filmes que ele dirigiu...
DS: Não, ele fez... (pensando) É, acho que foram só esses dois mesmo! Mas ele escreveu muitos filmes para a gente, e nesse momento inclusive está escrevendo um roteiro para mim. Eu tenho que levar ele para Santa Catarina, porque a gente trabalha muito rápido eu e ele. É uma coisa incrível, cara! Eu visualizo a cena e conto para ele representando, e ele vai anotando e assimila muito bem. Ele é ótimo! Há pouco tempo ele fez um roteiro para um filme sobre uma mulher muito famosa de Santa Catarina, não lembro o nome, mas é um fato histórico bem conhecido. E o projeto só não foi aprovado porque uns caras passaram na frente e fizeram um documentário sobre o mesmo assunto. Eu ia aparecer no filme, ia fazer um papel lindo, de marinheiro, acho que seria meu primeiro papel sério de verdade no cinema, mas não deu.


FPD: E o que você acha do "Atrapalhando a Suate", Dedé?
DS: Olha... Bom, você sabe que todo filme pertence à sua época, e para aquela época ele foi muito bem feito. A gente não tinha recursos, usamos uma câmera só, e eu cismava em fazer umas cenas difíceis. Dizia pro Victor: "Quero fazer um cara andando num cabo de aço com uma moto!". E ele: "Não dá, não temos trucagens". Aí eu respondia: "Mas tem um número de circo que o cara faz isso, eu vou buscá-lo!". O cara que fazia o macaco também era de circo, todo mundo jura que é um macaco de verdade, mas não é. Fui catar esse cara também. E eu tinha um sonho, quando era pequeno queria ser escoteiro, e o Zacarias parece que até foi escoteiro. Então aproveitei e coloquei isso no filme, aquele final com os escoteiros bombardeando os vilões com farinha, e a minha sorte é que foi tudo aprovado pelo Mussum e pelo Zacarias. Acho que deu muito certo, graças a Deus. A parte musical ficou lindíssima, e teve uma música que, mais tarde, nós gravamos com todos os Trapalhões, e foi a única música do quarteto que tocou no rádio direto. Sabe aquela (cantarolando) "Todo mundo deve entrar na dança...".

FPD: Caso as empresas não tivessem voltado, a Demuza tinha outros projetos em vista? Vocês chegaram a falar sobre futuros filmes sem o Didi, ou não deu tempo?
DS: Na realidade, eu não queria! Eu fui muito contra isso porque esperava... Eu queria voltar. Não adianta... O Boni inclusive me falou naquela época... Minto, foi o Roberto Marinho quem falou, ele nos chamou e disse: "Vocês são a galinha dos ovos de ouro, por que vão matar a galinha? Vocês têm que voltar". E eu provoquei muito essa volta através de um grande amigo, o Beto Carrero, que era meu amigo de infância. Eu o conheci com 17 anos de idade. Ele apareceu no circo do meu pai querendo ser artista, dizia: "Eu quero ser o Cowboy Brasileiro!". E meu pai brincava: "Olha, se for cowboy não é brasileiro! Para ser brasileiro, você precisa ser vaqueiro, boiadeiro...". (risos) Mas não adiantou, ele ficou nessa de "Cowboy Brasileiro" e foi! Anos depois, eu convidei o Beto para fazer um dos meus filmes, aquele com a Xuxa...

Renato Aragão e Xuxa no "Reino da Fantasia"

FPD: "Os Trapalhões no Reino da Fantasia" (1985).
DS: Sim, que foi um filme muito difícil para filmar, porque era difícil de reunir todo mundo naquela época. Então eu tive que fazer muito plano fechado dos atores sozinhos e depois, na montagem, intercalar para parecer que eles estavam todos juntos conversando, quando na verdade foi tudo filmado separado!

FPD: Sei como é, eu faço muito dessas malandragens... (risos) Mas depois do "Atrapalhando a Suate" os Trapalhões voltaram e você virou o diretor oficial dos filmes do quarteto durante alguns anos. Era muito difícil dirigir o Renato?
DS: Na verdade, eu sempre digo que os Trapalhões não são dirigidos, eles são marcados. Como é que você vai dirigir os Trapalhões? Era meio difícil... Então funcionava mais na base de dicas, uma coisa que eu aprendi com o Tanko. Por exemplo, eu tenho esse ambiente aqui. O que eu preciso filmar aqui? (Gesticulando) Bom, o Mussum vem dali, o Didi surge pelo teto e cai aqui, eu venho por baixo e o Zacarias vem de lá... Então eu não dirigia, eu explicava a cena e cada um fazia do seu jeito. Eu não ia mandar em como o Mussum tinha que falar, tipo "Chega aqui e fala 'tranquilis'", ou "Didi, você fala 'psit'". Não, eu apenas indicava a cena. Como na Renato Aragão Produções eu tinha mais recursos, várias vezes trabalhei com duas câmeras: uma ficava no geral e a outra cercando os atores, o que era muito bom. Eu dizia para esse segundo câmera: "Fica na cara do Renato, porque ele é muito imprevisível. Agora fica no Mussum". Inclusive no "Reino da Fantasia" teve cenas que filmei com três câmeras para não precisar refilmar: coloquei uma no plano geral, outra em plano médio e a terceira só em detalhes. O pessoal me dizia: "Mas Dedé, você não vai conseguir montar isso depois". Mas eu consegui fazer! Todas aquelas cenas de teatro do "Reino da Fantasia" foram feitas numa batida só, e depois eu mesmo montei na moviola, olhava as cenas e dizia: "Peraí, eu sei que tem um plano fechado disso que dá para aproveitar". Hoje é tudo no computador, mas naquela época era na moviola, filminho por filminho. (pausa) Dos filmes que eu dirigi, você sabe qual é a minha menina dos olhos?

FPD: "A Filha dos Trapalhões" (1984).
DS: "A Filha dos Trapalhões"! Eu adoro esse filme! Agora, "O Mágico de Oróz" acho que foi um filme que eu fiz muito bem, consegui transmitir bem até na figuração, e isso eu agradeço ao meu compadre Victor, porque ele me ajudou muito a escolher os figurantes. As cenas musicais também são lindas. Bom, você viu que todo filme meu tem musical, né?

FPD: Por falar nisso, Dedé, quais são as suas influências cinematográficas?
DS: Eu via muito filme musical americano. Posso até te dizer: "Sete Noivas para Sete Irmãos" (1954), se contar, acho que vi umas 12 vezes...

FPD: Por isso que depois vocês fizeram "O Casamento dos Trapalhões" (1988)?
DS: Isso mesmo. E "Amor, Sublime Amor" (1961) eu perdi as contas de quantas vezes vi. (começa a cantarolar a música-tema do filme).


E foi justamente nesse momento que a equipe do circo interrompeu a entrevista, dizendo que Dedé precisava se preparar para a apresentação. Após uma rápida sessão de autógrafos - no meu pôster de “Atrapalhando a Suate” e na capa do LP de “Os Trapalhões na Serra Pelada” do meu irmão -, e de um elogio recebido do eterno Trapalhão pela minha curiosidade sobre a sua carreira de diretor, me despeço com a promessa de voltar a incomodá-lo num futuro próximo, para a já anunciada Parte 2 dessa entrevista.

Esperemos, portanto, que o reencontro seja breve, pois Dedé Santana é um artista com muitas histórias para contar, e que infelizmente poucos jornalistas e pesquisadores parecem dispostos a ouvir, já que sempre lhe perguntam as mesmas coisas de novo, de novo, de novo e de novo...

Eu e meu irmão Rodrigo com Dedé no picadeiro do circo!

53 comentários:

Igo Castro disse...

Ótima entrevista caro Felipe. Adoro os Trapalhões. E saber detalhes dos bastidores das gravações dos filmes é uma maravilha. Dedé esteve um tempo aqui em minha cidade - Teresina - com o seu circo, mas infelizmente não pude vê-lo. Uma pena. Deixa para a próxima.

A parte 2 da entrevista imagino que você fará via e-mail ou, na melhor das hipóteses, quando você topar de novo com Dedé. Abraços.

raí disse...

muito bom felipe, um dos melhores texto que li este ano

Anônimo disse...

Sensacional entrevista. Dedé Santana é talvez um dos maiores injustiçados do humor brasileiro, sendo sempre a eterna escada de Renato Aragão. Parabens! Abs; Pedro Paulo

Alexandre disse...

Ótima e inesperada entrevista, e é muito legal ver que um ídolo de infância é uma pessoa acessível e simples! Duvido que o Renato Aragão se dispusesse a cinco minutos de conversa... Dedé e Mussum também são os melhores para mim e hoje, eu vejo que Didi é que era a escada para os outros.

E a diferença também são as perguntas feitas por alguém que pesquisa a fundo e que foge do lugar comum. Taí um papo revelador e não uma coisa feita nas coxas que nem aquela entrevista com o John Carpenter nos extras do DVD do CIGARETTE BURNS, que chega a ser uma coisa constrangedora.

Agora... que o Dedé suavizou, isso foi claro. Lembro-me perfeitamente de um programa em que ele falava na separação do grupo de forma muito ressentida e deixava claro que o Didi virou as costas para os demais por arrogância ou algo do tipo. Inclusive, uma parte que marcou minha memória foi quando Dedé declarou que, durante um assalto, ele até pensou em reagir só para levar um tiro e morrer, o que não aconteceu e foi quando ele se converteu. Foi até uma coisa triste de se assistir...

Parabéns e que venha a parte 2!

BLONGMONKY disse...

Seria interessante, caso a outra parte da entrevista aconteça, perguntar sobre as participações dele em filmes como Rio à noite (1961), do Aluizio de Carvalho, A espiã que entrou em fria (1967), Sob o domínio do sexo, de Tony Vieira, e nos filmes pré-trapalhões como A ilha dos paqueras...

Felipe M. Guerra disse...

Estava na relação de perguntas que não deu tempo de fazer, BLONGMONKY. Principalmente sobre o filme do Tony Vieira.

Anônimo disse...

Dedé Santana, o eterno divino! rs

Paulo Geovani

Alex H disse...

Felipe, se tiver oportunidade, faça uma parte 2 babilônica, pois essa entrevista deu um gostinho de quero mais.
Dedé é um verdadeiro artista e é um conforto ver esse espaço para ele em meio a essa bajulada geração de humoristas sem-graça, irritantes e pretensiosos. Ele só perde para o Mussum mesmo, que era engraçado até nos quadrinhos. A Nega Maravilha era impagável!

Cristiano disse...

Cara, do caralho a iniciativa de fazer essa entrevista "lado B" com o Dedé! O mais legal foi a simpatia do eterno Trapalhão, extremamente receptivo às perguntas, a ponto de ceder o tempo livre dele entre as apresentações para conversar com você. Tomara que haja a parte 2 da entrevista, que acredito que está mais desejada entre os leitores do blog do que qualquer resenha pedida nos comentários.

Parabéns pela entrevista! Ficou ótima.

Daniel I. Dutra disse...

Excelente entrevista.

Fico imaginando a cara do Dedé quando o Felipe perguntou do filme "Lana - A Rainha das Amazonas". Até eu fiquei surpreso porque sequer imaginava o Dedé num filme desses, rs


Aliás, esse filme poderia ser resenhado no Filme para Doidos. Fiquei curioso, vou ver se acho para baixar.

Anônimo disse...

Parabéns pela ótima entrevista. É raro quando alguém se dispõe a pesquisar e fazer perguntas que fogem ao lugar-comum e nesse caso, não querendo saber apenas DO Didi. Posso afirmar que sem Os Trapalhões minha vida seria diferente.

Matheus Trunk disse...

Incrível Felipe. Como faço pra conseguir o livro do dede?

Tiago - Sumaré/SP disse...

Provavelmente, a melhor entrevista que li nos últimos 5 anos. É ótimo ver pessoas humildes e trabalhadoras como o Dedé na ativa.

Continue surpreendendo a gente Sr. Guerra, a cada dia fico mais seu fã de carteirinha (mas pode esquecer, não viro fanboy nem por grana hahahaha).

Alex disse...

Quase que eu choro. Muito boa entrevista. Parabéns, Felipe M. Guerra.

Unknown disse...

Esse é disparado um dos melhores blogues de cinema na internet. Parabéns pela iniciativa!

Rafael

Seen disse...

Cara, continue resgatando esses artistas que, hoje, são uma raça quase extinta! Deu saudades daquela época em que os humoristas eram realmente humoristas: Dedé, Mussum, Zacarias, Costinha, Chico Anysio e outros. Renato Aragão já foi bom, mas hoje, ele agoniza e dorme num sarcófago.
E foda-se Fábio Porchat!

spektro72 disse...

O que seria do Didi sem Dede , uma pergunta dificil de ser respondida... mas e simples talvez .. digo talvez pois a gente não tem bola de cristal para saber do passado e nem mesmo olhar para o futuro, mas duvido que sem Dede o Didi faria sucesso no eixo sudeste,pois Renato Aragão ja fazia as suas graças na TV CEARA sozinho sera que aqui ir pagar o seu tipo de humor ,hein? .. se não fosse Wilton Franco ( que deus o tenha !) não existiria os " OS TRAPALHOES " acho que sonho do Renato Aragão sempre foi fazer humor sozinho vide 1983 quando o grupo brigou e programa " OS TRAPALHOES " ficou com ele sem os seus companheiros pois Dede,Mussum & Zacarias foram faz sua graça no programa do Agildo Ribeiro " A Festa é Nossa "ambos os programas aos domingos em horarios diferentes os indices do programa " OS TRAPALHÕES" começou a cair de audiencia a turma da Globo agiu para salvar sua galinha dos ovos de ouro ,voltando assim o Quarteto mais querido do brasil. Moral da historia por que teve esta briga ? resposta Vaidade & Dinheiro .. Alias ! O Dinheiro é fator de acabar como grandes amizades .
Parabens por esta entrevista que realmente fugiu padroes jornalisticos convencionais com o nosso Eterno Dede ( Safona !como dizia o Didi ) Santana,esperamos que um dia a segunda parte dela seja publicada,pois deixou um gostinho de quero mais.
Fica aqui os meus sinceros votos de feliz ano novo pra voce e a sua familia ,Mestre Felipe !Que o proximo ano seja melhor e que seus desejos se tornem realidade.. Boas Festas & Feliz 2014 .
Um Abraço de Spektro72

spektro72 disse...

REATA..( Sem ofender o conhecimento de Nosso Mestre Felipe ): a cena que o Didi destroi um soldado com um golpe de karate e o parte no meio e cenarios mencionados por Dede Santana e tem ate uma foto no blog que aparecem no filme " OS SALTIMANCOS TRAPALHOES " não são de " GUERRA NAS ESTRELAS e sim da Serie de TV " GALACTICA-BATTLESTAR (1978)- GALACTICA - ASTRONAVE DE COMBATE serie exibida pela REDE GLOBO,TV RECORD & REDE MANCHETE quando serie ja havia sido cancelada.
Mesmo assim excelente entrevista.
Um Abraço Spektro72

Anônimo disse...

Entrevista excelente e pena que acabou de forma tão abrupta, pois pelas transcrições das respostas dá para sentir que o Dedé estava bem a vontade e certamente sairia muito mais coisa legal se tivessem continuado. Naquela época o Didi parecia o mais engraçado de todos,e os outros eram só escada para ele, mas revendo os filmes e alguns quadros do programa deles hoje em dia ( Deus salve o Youtube ! ) percebemos que era justamente o contrário, o Didi que era a escada e os três as verdadeiras estrelas do espetáculo. O tempo fez justiça à esses grandes talentos !

Unknown disse...

Excelente entrevista com esse lado pouco conhecido do Dedé (para mim o 3º que mais gostava dos trapalhões, antes o eterno Mussum e depois o Zacarias).

Paulo disse...

Ótimo post!

massega disse...

fantástica entrevista!

laurindo Junior disse...

Amigo Felipe, só agora pude ler, esta sua entrevista, com o ótimo "ESCADA", Dedé Santana. Detalhes e curiosidades foram expostos, fazendo da mesma, uma chance de conhecer este artista, tão desprezado, porém tão importante, na comédia nacional.

Em Tempo: Ótima foto sua de seu Irmão e do mítico Dedé.

Giácomo Corleone disse...

Parabéns Felipe! Vc não imagina o serviço que fez para a memória deste país ao fazer essa entrevista com o Dedé Santana citando filmes que não foram lançados em DVD, ao contrário dos filmes com o Didi.

Fiz questão de linkar tua entrevista no meu texto sobre os filmes desconhecidos dos Trapalhões http://opoderosochofer.blogspot.com.br/2013/11/comida-para-peixes-os-filmes_19.html

BOND disse...

Felipe, será que um dia teremos uma maratona dos filmes dos Trapalhões ?

Bússola do Terror disse...

Apesar dos Trapalhões parecerem ultrapassados à 1ª vista,até hoje muita coisa ainda faz a gente rir quando é reprisada, né?
Na época dos falecidos Mussum e Zacarias acho que eles chegaram ao ponto mais alto da carreira deles.
Era um humor meio diferente do que a gente vê hoje no Zorra total, na Praça É Nossa e tal.

laurindo Junior disse...

Amigo Felipe, antes de mais nada Feliz 2014, para você e família. Agora uma pergunta: Quando teremos novas postagens? Acredito que como eu, tantos outros também estão ansiosos, com o que vem por ai...Um forte abraço, Laurindo (Big Boss) Junior.

Cani disse...

dede como comediante é incrivel..pena que nunca recebeu o merecido reconhecimento ! Gostava muito daquele seu porgrama no SBT..Parabéns pela entrevista ! Uma parte da historia de todos nos que vivemos aquela geraçao anos 70 e 80..

Anônimo disse...

Obrigado por essa entrevista. Realizou meu sonho de infância de ficar cara a cara com um dos Trapalhões. Não sabia deste currículo de diretor do Dedé, pesquisarei mais sobre os seus filmes. Você pode lançar um livro com esses bastidores de filmagens que sempre são melhores dos que os próprios filmes.

Abraços

Unknown disse...

Muito bom! Sempre foi um grande fã do Dedé e inclusive acho que o pessoal em geral o subestima muito. Muita gente acha o Dedé o trapalhão mais sem graça.

Enfim, excelente entrevista.

Fabio disse...

Parabéns pela entrevista. Muito boa mesmo. Grande Dedê!

Fabio disse...

Parabéns pela entrevista. Muito boa mesmo. Grande Dedê!

Anônimo disse...

Muita gente não sabia e nem sabe até que o simpático Dedé Santana era o cerébro dos trapalhões!

doggma disse...

Felipe, parabéns pela iniciativa, persistência e, principalmente, pelo resultado final desse fantástico artigo. Muito obrigado mesmo. Torço para que você possa dar continuidade à "Operação Dedé" num futuro próximo!

Norimaro disse...

Excelente entrevista!

Espero ansiosamente a parte 2.

Oficial de Ciências disse...

Muito bacana a entrevista! Parabéns pela realização dela! É sempre bom ler estas coisas, a palavra do entrevistado fora da tal "grande mídia" e seus repórteres "fast news".

Tomara que possa acontecer a segunda entrevista algum dia!

Bruno disse...

Cara, que entrevista fenomenal! Verdadeiro serviço para a história do cinema brasileiro!

Anônimo disse...

Curto pra caramba este blog. Mas, pelo jeito está à deriva de novo...

Anônimo disse...

Parabéns, muito boa a entrevista.
Estou ansioso pela(s)sequência(s)!
Abraços,
Charles Chaplin Jr.

laurindo Junior disse...

Amigo Felipe, gostaria de saber quando você voltara a postar, velhos novos filmes, com a sua, já conhecida critica, que nos faz além de viajar em um tempo tão bom, de um cinema tão simples e sem frescuras,como também nos faz rir e se interessar cada vez mais por este cinema B, as vezes tão obscuro, mas tão ingenuamente inteligente em muitas vezes. Torço, como muitos que te acompanham, para o seu mais breve retorno. Forte abraço...Laurindo Junior.

laurindo Junior disse...

Ao amigo Spktro 72, além de um abraço, fica a pergunta: Quando o nosso amigo Felipe vai voltar? Esperamos que em breve!!!

spektro72 disse...

Ao Laurindo Jr.,Esta uma das daquelas perguntas dificies de serem respondidas mas esperamos com grande ansiedade pela a volta de nosso Mestre Felipe com as suas analises precisas de filmes obscuros ou simplesmente esquecido pelo o grande publico... aguardamos uma nova e futura postagem aqui no...... FILMES PARA DOIDOS !!!
Um Abraço de Spektro 72

laurindo Junior disse...

Amigo Spektro 72, acredito que o nosso amigo Felipe tenha entrado no TUNEL DO TEMPO(Fantástica série) e viajado ao passado em busca de raridades deste obscuro mas fascinante CINEMA B. Portanto só nos resta aguardar e torcer para que ele, não fique naquele vai e volta, que aquele Túnel fazia com seus protagonistas, Doug e o outro que no momento não me lembro. Um abraço e continuaremos em contato!

spektro 72 disse...

Ao Laurindo Jr , bem lembrado desta fantástica serie " TUNEL DO TEMPO " com : James Darren como:Dr.Tony Newman & Robert Colbert como :Dr. Doug Phillips.. ótima lembrança á sua boas serie que marcaram a nossa infância ou adolescência . Deixando a serie de lado tem certeza que em breve ele voltara a não ser que ele tenha caído novamente em fluxo do tempo como os protagonistas deste serie mencionado por você... vamos ficar aqui no aguardando um novo post quem sabe em breve ,pois so tempo dirá !!!
Um Abraço de Spektro 72

Franklin disse...

Ele voltou a fazer resenhas la no site www.bocadoinferno.com.br capaz de vocês encontrarem novos textos dele lá.

Abraços.

spektro72 disse...

Xiii! Voces viram o remake do filme "ROBOCOP " do Diretor Jose Padilha fracassou na bilheteria Americana ,e imprensa daqui exaustava o cara como o diretor dos diretores por causa do " TROPA DE ELITE " dirigir um filme Nacional é uma coisa dirigir um filme estrangeiro é outra,Alias! o Trailler deste filme "ROBOCOP " achei fraco só de ve-lô não gostei achei fraco, isso por que so vi este Trailler imagine se tive-se que assistir o filme coisa que não o farei, Hollywood não aprende quer refilmar filmes antigos façam direito não qualquer merda para nos enganar em encher vossos bolsos de dinheiro,cinema virou a arte de dinheiro facil para um publico limitado que não pensa, só assisti e esquece facil do que assistiu.uma pena triste fim da setima arte !
Um Abraço de Spektro 72
P.S - Ao Laurindo Jr. os protagonista do " TUNEL DO TEMPO "eram os Atores: James Darren como o Dr.Anthony "Tony" Newman & Robert Colbert como Dr.Douglas " Doug "Philips .

laurindo Junior disse...

Ao amigo Franklin, agradeço a informação, mas continuo com a dúvida, e quanto ao FILMES PARA DOIDOS??? O que será???, Vai continuar???

Abraços, Laurindo Junior.

laurindo Junior disse...

Ao amigo Spktro 72, obrigado pela lembrança do TUNEL DO TEMPO e de seus atores(só depois me lembrei). Quanto a ROBOCOP...Um verdadeiro FIASCO. Abraços Laurindo Junior.

Iceberg disse...

Na verdade os textos que foram postados no Boca do Inferno são antigos. É uma pena que esse maravilhoso site não progrida.

João Ferreira disse...

VOLTA, FELIPE!

Anônimo disse...

Parabéns. A leitura estava tão prazerosa que quando o texto acabou, e acabou no melhor, fui ler os comentários postando. Conheci um lado artístico do Dedé que precisa ser mais divulgado.

Dud's - SP disse...

amo dedé santana....um artista humilde, dedicado e fiél aos companheiros.

Unknown disse...

Brilhante entrevista ,com o genial e simpático Dedé Santana ,sempre gostei dele ,das suas lutas nos filmes . Foi um grande prazer descobrir detalhes da vida e da carreira dessa talentosa figura da televisão e do cinema brasileiro , um astro brilhante no talento e na humildade . Ele merece muito sucesso sempre !

O Circo Mix ,esteve em minha cidade ano passado e infelizmente não pude assistir a esse grande ídolo da minha infância e da de muitos adultos de hoje que são seus nostálgicos fãs ,estou aguardando uma nova oportunidade para velo ,dar-lhe um abraço e receber um autógrafo o que deixará muito feliz .