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segunda-feira, 2 de abril de 2012

PÂNICO NA MULTIDÃO (1976)


Em fevereiro de 1989, um exemplar da saudosa revista Chiclete com Banana trazia o depoimento de um sniper que teria abatido 65 pessoas a tiros, disparados do topo de um edifício em Daytona, Texas. O título do texto era "O Esporte Solitário" (reproduzido aqui), e dois trechos do depoimento do criminoso sempre me deixaram a refletir. Segue:

"Ah, por quê? Porque é um meio a mais que se inventou para matar. E neste século de anonimato coletivo, ele tem o grande mérito de devolver ao indivíduo sua condição de herói e caçador isolado, coisa perdida há muito tempo. O método tem ainda a vantagem de exercitar na pessoa o sentimento esportivo, outro atributo humano hoje também negligenciado. E o esporte que cada um só pode jogar uma vez - já imaginou que emoção?"

"E antes de você desligar essa merda eu quero deixar aqui registrado que este vai ser o esporte por excelência no futuro, vocês vão ver só. Daqui a pouco vai ser mais difícil controlar."



O "depoimento" provavelmente é uma obra de ficção, já que não é possível encontrar nenhum registro na internet do atirador chamado "Alvin Agnew", muito menos de um massacre realizado em Daytona, Texas. Ainda assim, o texto é visionário: de 1989 para cá, o que teve de sniper atirando em pessoas inocentes pelo mundo inteiro, do Massacre de Columbine ao Atirador de Washignton... E isso me levou a pensar na expressão usada pelo (falso?) sniper no depoimento da Chiclete com Banana: "O esporte por excelência do futuro".

O melhor filme sobre a ameaça de um sniper já produzido chama-se "Targets" ("Na Mira da Morte", no Brasil), um suspense dirigido por Peter Bogdanovich em 1968. Mas por esses dias eu vi uma obra surpreendente que, até então, nem sabia que existia. Chama-se PÂNICO NA MULTIDÃO, e é uma produção meio obscura de 1976.


Fugindo de uma mera cópia do bem superior "Targets", PÂNICO NA MULTIDÃO bebe da fonte daquele cinema-catástrofe tão popular na década de 70, e representado por produções tão díspares quanto "Aeroporto", "Terremoto", "Inferno na Torre" e "O Enxame".

Nas últimas décadas, o cinema-catástrofe ganhou um revival graças às superproduções sobre o fim do mundo, como "O Dia Depois de Amanhã", "2012" e "Armageddon", mas eliminando uma característica marcante daquelas produções dos anos 70: a presença de incontáveis astros em papéis secundários, o que tornava as "catástrofes" mais interessante. Nos filmes recentes, eles foram substituídos por efeitos especiais incríveis, que mostram a destruição do planeta por todos os ângulos e das formas mais variadas.


Voltemos a PÂNICO NA MULTIDÃO. A trama se passa durante uma disputadíssima partida de futebol americano de um campeonato fictício, entre UCLA e USC, no Los Angeles Memorial Coliseum. Mais de 100 mil pessoas estão no estádio, e o evento é tão aguardado que até o presidente dos Estados Unidos deve fazer uma visita ao local para acompanhar a partida.

É a desculpa perfeita para um sniper anônimo e psicótico invadir o local, posicionar-se logo acima do placar eletrônico e esperar pelo melhor momento para fazer de alvo aquelas 100 mil pessoas, numa ironia absurda: enquanto todos curtem o "esporte coletivo", o atirador se prepara para o seu "esporte solitário", lembrando sempre o termo usado naquela velha reportagem da Chiclete com Banana.


Só que um dirigível com câmera, que faz tomadas aéreas do estádio para transmissão pela TV, capta uma imagem do psicopata com seu rifle, e a equipe de televisão resolve alertar as autoridades. Os homens da lei organizam uma operação para tentar deter o sniper com um mínimo de tumulto - afinal, imagine o estrago caso 100 mil pessoas tentassem fugir para fora do estádio ao mesmo tempo!

Os responsáveis por tentar evitar uma tragédia são o administrador do estádio, Sam McKeever (o veterano Martin Balsam); o capitão de polícia Peter Holly (Charlton Heston) e o sargento da SWAT Chris Button (o também cineasta John Cassavetes). Button faz o tipo "Capitão Nascimento" e quer sentar o ferro no sniper desde o começo; já Holly tem uma atitude mais ponderada e prefere antes deixar a situação sob controle, para poder agir rapidamente no momento em que o homem com o rifle demonstrar-se uma ameaça em potencial.


PÂNICO NA MULTIDÃO segue fielmente o livrinho de regras do cinema-catástrofe, criando uma situação potencialmente perigosa (nesse caso, o tumulto que pode ser provocado pelo sniper no estádio lotado) e, paralelamente a isso, desenvolvendo os "dramas pessoais" de diversos personagens, todos interpretados por atores famosos e/ou conhecidos.

Além dos já citados Balsam, Heston e Cassavetes, que interpretam os "mocinhos" tentando resolver a situação com um mínimo possível de baixas, o roteiro de Edward Hume também vai intercalando "flashs" com alguns dos torcedores que acompanham a partida, como o casal de meia-idade Steve e Janet (David Janssen, do seriado "O Fugitivo", e Gena Rowlands), que vive brigando; o viciado em jogo Stu Sandman (Jack Klugman), que apostou uma fortuna no resultado da partida e será morto por mafiosos caso seu time não ganhe; um padre (Mitchell Ryan) que é amigo do principal jogador de um dos times e reza por ele; um jovem casal (Beau Bridges e Pamela Bellwood) e seus filhos pequenos; um batedor de carteiras (Walter Pidgeon) que aproveita a multidão para ensinar o ofício a uma jovem aprendiz (Julie Bridges); e o triângulo amoroso formado pelo médico Al (David Groh), a universitária Lucy (Marilyn Hassett) e seu namoradinho (Jon Korkes), que parece mais interessado no jogo do que na garota.


E como era comum nos exemplares clássicos do cinema-catástrofe, vários desses dramas pessoais serão resolvidos pelo próprio sniper, quando ele começar a usar alguns dos personagens citados como alvos para seus disparos certeiros. Porque você não achava que a polícia iria REALMENTE conseguir deter o atirador antes que ele provocasse o "pânico na multidão" anunciado pelo título brasileiro, não é?

Mas diferente de várias produções do filão, que davam mais destaque aos efeitos especiais que simulavam o desastre do título do que à trama (como acontecia, por exemplo, em "Terremoto" e "Inferno na Torre"), PÂNICO NA MULTIDÃO consegue prender a atenção do espectador justamente pela maneira eficiente com que cria a tensão.


Acompanhe: o filme tem quase duas horas de duração, mas o sniper só começa a abater seus alvos humanos quando a partida entra no "two-minute warning" (o finalzinho do jogo, quando o time que está perdendo tem seus últimos dois minutos para reagir).

Portanto, seus disparos e o consequente caos provocado no estádio lotado só acontecem nos últimos 20 minutos do filme! Mas, mesmo assim, o roiteirista Hume e o diretor Larry Peerce fizeram um trabalho tão decente que a tensão da situação - e o início inevitável de uma tragédia em potencial - mantém o espectador vidrado na narrativa até o último minuto.


Ainda que alguns dos "conflitos humanos" entre os personagens secundários sejam bem descartáveis (o triângulo amoroso quase cômico entre os dois rapazes e a jovem parece saído de alguma comédia do Adam Sandler), e alguns personagens secundários sejam eles próprios praticamente descartáveis (como o batedor de carteiras e sua pupila, que pouco aparecem), o desenvolvimento da trama faz com que você se importe com o que acontece a eles. Confesso que me peguei torcendo pelo apostador compulsivo, que num momento de desespero pede para o padre rezar para que o seu time ganhe.

PÂNICO NA MULTIDÃO também tem um aspecto bem curioso: os astros Heston e Cassavetes representam a lei e a ordem, mas, ironicamente, aparecem bem pouco no filme e fazem bem pouco até o "two-minute warning" no final. Acredito que tenha sido uma opção do diretor e do roteirista para intensificarem o suspense. Afinal, sempre que os dois "heróis" estão em cena, você fica mais tranquilo e esperando que a situação possa terminar sob controle; como suas aparições são esporádicas, a tensão vai aumentando até o desfecho explosivo.


O roteirista Hume adaptou um romance de George LaFountaine, mas já tinha uma experiência pregressa com o cine-catástrofe, tendo dramatizado a história real dos atentados das Olimpíadas de Munique no interessante "Pânico em Munique" (1976). Por coincidência ou não, as imagens do sniper captadas pela câmera de TV em PÂNICO NA MULTIDÃO lembram aquela clássica e assustadora imagem real do terrorista mascarado aparecendo na sacada nas fatídicas olimpíadas alemãs. Anos depois, Hume seria o responsável por aterrorizar toda uma geração com o roteiro de "The Day After - O Dia Seguinte" (1983).

Já o diretor Peerce não tem créditos muito expressivos, sendo um conhecido diretor de seriados de TV ("Besouro Verde", o "Batman" de Adam West). Seu trabalho aqui é muito eficiente, manipulando direitinho o suspense, e até impactante, sem poupar o espectador do estrago provocado pelos disparos certeiros do sniper (com direito ao disparo que atravessa a mira telescópica de um atirador da SWAT, em cena imitada posteriormente em filmes como "No Coração do Perigo" e "O Resgate do Soldado Ryan) e do consequente tumulto que se forma durante a evacuação forçada do estádio.


Tanto Hume quanto Peerce optam por não explicar muito sobre a ameaça quase anômina do atirador (interpretado por Warren Miller, de "Celas em Chamas"). Seu nome e seu rosto são revelados apenas no final, mas nunca ficamos sabendo os seus motivos - o que dá um ar quase sobrenatural àquela ameaça desconhecida, à la Michael Myers no "Halloween" de Carpenter.

Para tornar o vilão ainda mais ameaçador e "onipresente", a cena de abertura coloca o próprio espectador no ponto de vista do sniper, quando ele faz uma vítima aleatória da janela do seu quarto de hotel apenas para "testar o equipamento". Neste momento, da saída do hotel até sua chegada ao estádio, a câmera dá sempre a visão em primeira pessoa do atirador, como se a câmera (e consequentemente o espectador) estivesse enxergando pelos olhos do matador - de certa forma antecipando a cena inicial do já citado "Halloween", que viria dois anos DEPOIS, em 1978!


Também em 1978, a emissora NBC adquiriu os direitos de exibição de PÂNICO NA MULTIDÃO na TV norte-americana. Mas julgou que o conteúdo era muito violento e pesado para a televisão: os executivos da emissora não só ficaram chocados com a morte de vários personagens simpáticos, mas também pelo fato de os motivos do atirador nunca serem justificados.

Por isso, eles negociaram com o estúdio responsável pela produção (Universal) uma reedição completa, eliminando muitas cenas e incluindo outras que justificariam a ação do sniper: ele havia sido contratado pelos assaltantes de uma joalheria para desviar a atenção do crime, já que planejavam roubar diamantes pertencentes à Máfia! A famosa atriz inglesa Joanna Pettet participou de trechos gravados especialmente para a TV.


Francesca Turner foi a responsável pela remontagem, tirando 45 minutos do filme original e acrescentando meia hora de novas cenas, numa versão condenada pelo diretor Peerce (que usou o pseudônimo "Gene Palmer" nessa reedição). Alguns anos depois, a mesma Francesca Turner foi responsável pelos remendos e pela remontagem da versão para a TV de "Duna", de David Lynch, bem mais longa que o original e também condenada pelo seu diretor.

A versão televisiva pelo menos justifica melhor o motivo para o sniper só começar a atirar no final da partida, pois é o momento em que os diamantes chegarão à joalheria. Porém os cortes realizados por Francesca alteram o destino de alguns dos personagens, que simplesmente somem da narrativa ao invés de serem mortos, como acontecia na versão original.


Enfim, uma bela surpresa esse PÂNICO NA MULTIDÃO. Embora seja praticamente desconhecido do grande público, o filme chegou a concorrer ao Oscar de Melhor Edição em 1977, ao lado de "Todos os Homens do Presidente", "Esta Terra é Minha", "Rede de Intrigas" e "Rocky - Um Lutador" (a estatueta ficou com este último).

O DVD nacional, lançado pela NBO Editora, traz o filme em widescreen e com imagem cristalina, mas sem nenhum extra (como se isso fosse novidade em nosso mercado), e com legendas vergonhosas (o jogo é futebol americano, mas a tradução adotada para "football" foi "rugby", esporte parecido visualmente, mas com regras diferentes!!!). Pelo menos, é um disco que pode ser encontrado a cinco pilas nas baciadas de ofertas dos supermercados.


No final, além de todo o aspecto do "Esporte Solitário" que me remeteu à reportagem da Chiclete com Banana, um outro aspecto do filme me deixou incomodado. É a última cena, que mostra o administrador do estádio (Martin Balsam, lembra?) sentando-se numa das arquibancadas e observando o cenário pós-tragédia, com um olhar triste e perdido.

Juro que me peguei refletindo: estará ele pensando em como a beleza do esporte foi maculada pela ação do sniper, ou lamentando que as coisas nunca mais serão as mesmas? Pois é só você lembrar das inúmeras tragédias envolvendo esporte nos últimos anos, principalmente futebol, para entender o olhar entristecido de Balsam.


Estou me referindo a isso aqui, mas principalmente a todas as vergonhosas matanças e pancadarias provocadas em partidas aqui no Brasil, por marginais sanguinários disfarçados de torcidas organizadas, que substituem a alegria e a competitividade do esporte pelo ódio cego e pelo derramamento de sangue.

O sniper de PÂNICO NA MULTIDÃO, no fim, é a menor das ameaças.

PS: Além de todos os nomes famosos já nominados, olho vivo para detectar atores "de segundo escalão" fazendo figuração. Entre eles, Carmen Argenziano (que fez vários filmes com o filipino Cirio H. Santiago, como "O Samurai Negro") interpretando um soldado da SWAT, Robert Ginty (o "Exterminador" em pessoa!) como um vendedor de bandeirinhas e o cineasta sacana Andy Sidaris (!!!) como diretor da equipe de TV que transmite o jogo.

Trailer de PÂNICO NA MULTIDÃO



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Two-Minute Warning (1976, EUA)
Direção: Larry Peerce
Elenco: Charlton Heston, Martin Balsam, John Cassavetes,
Beau Bridges, Marilyn Hassett, David Janssen, Gena Rowlands,
Jack Klugman, Brock Peters e Walter Pidgeon.

15 comentários:

Ramone disse...

Muito interessante, de fato.
Esse trailer aí tá estranho ou é impressão minha? Parece que a narração não condiz com os personagens mexendo a boca, isso foi erro de quem postou no YouTube ou o trailer é assim mesmo?

Felipe M. Guerra disse...

RAMONE, áudio e vídeo estão fora de sincronia, e foi cagada de quem ripou e postou no YouTube. Mas como só tinha esse, resolvi usá-lo assim mesmo.

Gonny Rhea disse...

Porra, vi esse dvd nas Americanas, mas não conhecia e deixei passar!

Houve um caso de sniper no Texas, nos anos 60: Charles Whitman, ex-fuzileiro, matou 14 pessoas do alto da torre de uma universidade.

Outro caso chocante nos anos 80 foi o massacre do McDonald's na Califórnia cometido por James Huberty, que matou 21 pessoas. Eu era moleque quando vi essa porra no noticiário. Esportezinho macabro esse...

Anônimo disse...

Já no fim da carreira, Charlton Heston participou de um filme muito bom do John Carpenter: "À beira da loucura" e um muito ruim com Van Damme: "A Irmandade".

Paulo Geovani

Felipe M. Guerra disse...

GONNY, a matança feita pelo Charles Whitman é famosa, mas foi em Austin, não em Daytona. Por isso acho que o "depoimento" publicado pela revista era uma peça de ficção, quem sabe inspirada nos crimes de Whitman.

Melissa disse...

Oi, Felipe,

Sei que vou falar besteira, mas a trama me lembrou "Morte Súbita" com o Van Damme. Só que aqui a filhinha dele era feita refém durante um jogo de hóquei por terroristas, algo assim. Não sei por que, mas achei semelhante.

Abs.

Anônimo disse...

A cena da evacuação do público realmente impressiona.

Paulo Geovani

Anônimo disse...

Felipe, não sei se você vai gostar da idéia, mas que tal fazer posts temáticos?
Tipo a Páscoa. Você posta um filme que tenha tema a páscoa ou natal, finados. Que tal?

Paulo Geovani

Ramone disse...

A quem possa interessar, achei esse filme pra vender na Videolar a um preço inacreditável (4 reais, e tá com um desconto de 50% ainda por cima!), o site é confiável apesar de ser meio lerdo.

http://www.videolar.com/ch/prod/6250/1/0/panico-na-multidao.aspx

D Evil disse...

Gentem, esse filme é um babado de bacanérrimo! Tenso de roer as unhas, bem construído, enfim pauleira dura, oh uai! ]:>D

Agora... o pinto, digo ponto alto mesmo é a dupla penetrante CHARUTÃO Heston & John CASSETETE, gostossérrimos de fazer chorar!
PQPariu, eu faria um belo sanduba e me incluiria como recheio, é óbvio. Eu seria uma coxinha feliz pro resto da vida, bitchessss!

Mas cumé que me lançam esse filme totalmente na surdina, me diz? Uai?! Uai?!
Uma tora no fiofó desses putos... e aliás, no meu também, que santa é só a semana mesmo... }:>O

Bons chocolates a todos e licença que vou ver Willy Wonka e abrir meu ovão com recheio de licor branco, hihihi! U-te-rê-rê!!!
(°) @====3

Tonino disse...

Nas Lojas Americanas, aqui da minha cidade, chegou uma nova edição desse filme com o encarte branco. O outro era azul. Vou ver se é Wide. Se for, eu compro.

Anônimo disse...

Tonino, eu comprei o dvd desse filme, com o encarte azul mesmo.

Paulo Geovani

Augusto Cezar Lima Queiroz disse...

Fiquei surpreso com esse texto sobre o filme "Pãnico na Multidão". Sabia que tinha algo de estranho no filme quando ao assisti-lo em um dvd que comprei em uma loja: era a edição. O filme que assisti na televisão quando criança era um, e esse do dvd (que passou no cinema, na época) é outro, completamente diferente!...

Llivramento disse...

O filme original era muito bom, dando destino apropriado ao atirador maluco- o inicio e final sao marcados por imagens do estadio vazio com forte musica de fundo, quando passou na tv foi um desastre, alteracoes que mutilaram o desenrrolar da trama
Eu assixti esse filme nos anos 70 num cinema que nao existe mais, o Penharama no bairro da Penha em Sao PAulo
V

Leonardo Peixoto disse...

É incrível o que encontramos quando vasculhamos o passado :)