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sábado, 7 de março de 2009

"Who watches the Watchmen?" I did!


Sim, eu semprei pensei que a minissérie em quadrinhos "Watchmen", de Alan Moore e Dave Gibbons, era infilmável.

Sim, eu comemorei todas as vezes que o projeto foi engavetado ao longo dos anos, inclusive quando diretores bem mais conceituados tentaram levar os quadrinhos para as telas.

Sim, eu fui ver "Watchmen" no cinema louco para achar defeitos e falar mal.

Sim, eu me surpreendi. Quem diria, "Watchmen" ficou muito legal. Talvez não uma obra-prima como todo mundo esperava, mas bem longe de ser a bomba que muita gente (inclusive eu) também esperava.

Para quem não sabe, ou não viveu na Terra nos últimos 20 anos (especialmente nos dois últimos), os quadrinhos e o filme se passam num universo onde seres humanos comuns resolveram vestir-se como super-heróis para combater o crime. Homens como o Coruja (Patrick Wilson), o Comediante (Jeffrey Dean Morgan), Ozymandias (Matthew Goode), Rorschach (Jackie Earle Haley) e a Espectral (Malin Akerman) são pessoas normais, sem superpoderes, que combatem vilões idem, embora o maior inimigo seja a Guerra Fria.

A trama se passa numa década de 80 "alternativa", onde Richard Nixon é o presidente norte-americano reeleito pelo terceiro mandato, os Estados Unidos ganharam a Guerra do Vietnã e estão à beira de uma Terceira Guerra Mundial contra a União Soviética. E o único herói que realmente tem superpoderes é o Dr. Manhattan (Billy Crudup), transformado numa criatura capaz de modificar a matéria após um acidente de laboratório típico dos quadrinhos "normais" de super-heróis.

Nas páginas de "Watchmen", a história era contada sem pressa em 12 volumes, em que a narrativa principal é inúmeras vezes interrompida por devaneios de seus personagens, por incontáveis flashbacks, por intervenções de pessoas comuns afetadas pelas ações de heróis e vilões e até, acredite ou não, por uma história de piratas que um jovem jornaleiro aparece lendo em alguns momentos (sim, um gibi dentro do gibi!!!). É claro que não haveria como colocar tudo isso num filme com menos de três horas, como este que agora está nos cinemas.


Logo, continuo acreditando que "Watchmen" é infilmável como longa-metragem, pelo menos de uma forma ideal. Eu sempre sonhei com uma minissérie luxuosa para a TV, que pudesse cobrir literalmente todos os fatos apresentados nos 12 capítulos da graphic novel, quem sabe cada episódio da minissérie dirigido por um cineasta diferente.

Do jeito que ficou... Bem, pense no filme "O Nome da Rosa", do francês Jean-Jacques Annaud, que por sua vez é baseado no best-seller homônimo de Umberto Eco. Por mais que o filme (estrelado por Sean Connery) seja bom, ele abrange, sei lá, uns 20% do livro, no máximo. E uma das partes mais interessantes do romance, que é a discussão entre as ordens religiosas sobre a riqueza ou a pobreza de Jesus, ficou de fora para que o destaque recaísse sobre a trama de mistério.

A comparação não é gratuita. Como no caso de "O Nome da Rosa", o roteirista de "Watchmen", Alex Tse (David Hayter ganhou crédito como co-roteirista, mas na verdade foi autor de outro tratamento do roteiro, não-aproveitado por Snyder), espremeu bem a fruta, mas não aproveitou todo o suco. O foco do filme ficou mais na investigação sobre "quem está matando os mascarados?", deixando de fora muitos detalhes fascinantes dos quadrinhos, e abordando outros (como o verdadeiro pai da segunda Espectral) bem superficialmente. Isso sem contar que personagens como Ozymandias aparecem bem menos do que deveriam.

Enfim, isso que está na tela é um resumão de 163 minutos com o melhor da minissérie. E isso é ruim? Não. Ao contrário, por exemplo, de "O Código Da Vinci", de Ron Howard, este aqui é um resumão que funciona.

Como eu estava doido para falar mal, vou começar falando sobre o pior de "Watchmen - O Filme" (subtítulo nacional importantíssimo, para que ninguém pense que vai entrar no cinema e encontrar as revistas em quadrinhos para ler...).

Creio que um dos grandes problemas da adaptação é que o seu diretor, Zack Snyder, adora filmar cenas de ação estilizadas como estivesse dirigindo um videoclipe (e ele dirigiu vários no passado). Pior: quando faz isso, Snyder acha que está abafando. Este foi um dos motivos que me fez odiar "300", adaptação dos quadrinhos de Frank Miller que foi o trabalho anterior do diretor, e embora ele tenha conseguido se conter desta vez (até porque "Watchmen" é muito mais conversa do que ação), volta-e-meia insiste no mesmo erro.


Claro que estou me referindo àquela xaropice de câmera acelerada seguida de freeze-frame (quadro congelado), câmera lenta e então movimento acelerado novamente. Em "300", Snyder fazia isso o tempo todo até cansar - e teve gente que gostou. Em "Watchmen", a primeira cena do filme (o ataque do misterioso assassino ao Comediante) já é assim, mesmo nos momentos em que não haveria a menor necessidade da câmera lenta (como o take de um copo arremessado em câmera lenta). Fiquei com medo de que o filme todo fosse assim. Felizmente, estava enganado.

Para um texto original tão detalhado e intrincado, a narrativa do filme funciona bem demais. E as várias subtramas se encaixam perfeitamente, mesmo que perto do final o diretor dê uma acelerada no ritmo e o aspecto de "resumão" do roteiro fique mais evidente, com as informações se atropelando.

Talvez quem não conheça os quadrinhos vá ficar boiando um pouco na trama, mas nada que uma segunda assistida não corrija. Já a primeira parte do filme é muito bem narrada, seguindo a linha-mestra do mistério em torno do assassino dos mascarados e a partir daí, através de flashbacks, explicando mais sobre o passado de seus fascinantes personagens.

No enterro do Comediante, por exemplo, há uma sucessão de flashbacks onde cada personagem recorda cenas do passado - e estes momentos servem para mostrar que o Comediante, afinal, não era nada inocente. Mais adiante, o dr. Manhattan vai para Marte e parece dar um "pause" no filme quando começa a contar sua própria história (para dar uma idéia do impacto na narrativa, imagine aquele desenho animado que conta a origem de O-Ren Ishii e que interrompe a trama principal em "Kill Bill Volume 1"). Mas tudo indo num ritmo muito bom, sem cansar o espectador, muito pelo contrário.

O que mais surpreende é o respeito do diretor e dos roteiristas pelo material original. Talvez com medo da reação negativa dos fãs ("Watchmen" é uma das obras em quadrinhos mais importantes da história, como você pode ler em qualquer crítica "séria" sobre o filme, e portanto não vou repetir tudo aqui), Snyder chega a recriar seqüências inteiras quadro a quadro, usando até os mesmos ângulos dos desenhos dos quadrinhos. Já o roteiro de Hayter e Tse aproveita a maior parte dos diálogos escritos por Moore, sem tentar criar nada que fuja muito da proposta, apesar da dupla incluir alguns momentos de humor tipicamente cinematográfico.

Uma das principais invenções da adaptação é uma mudança drástica no final da história. Tudo bem, a alternativa utilizada pelos roteiristas ficou boa e perfeitamente aceitável dentro do universo da trama, mas eu ainda prefiro o final dos quadrinhos, (SPOILERS) que criava uma ameaça bem mais chocante à humanidade para exigir que os líderes mundiais esquecessem suas diferenças e se unissem. (FIM DOS SPOILERS) Estou curioso para saber a opinião dos leitores sobre esta mudança.


E embora o diretor Snyder tenha aumentado bastante a violência da trama, com closes em fraturas expostas, golpes de cutelo na cabeça e até braços decepados com serra circular, chegamos à pior coisa do filme: as cenas de luta. Felizmente são poucas, e isso não chega a estragar o filme como aconteceu com "300". Sim, o excesso de câmera lenta e ângulos estilosos do diretor incomoda, principalmente porque "Watchmen", a graphic novel, tratava de pessoas comuns combatendo o crime, e não lutadores invencíveis fazendo acrobacias sobrenaturais contra seus adversários.

Isso sem contar que as lutas do filme não empolgam: descontando um momento de forte humor negro em que o Coruja e a Espectral se sentem mais "vivos" quando voltam à ativa detonando de maneira sangrenta um grupo de marginais, os outros combates são bem fraquinhos, incluindo a luta final, onde o "vilão" atira os heróis contra paredes e pilares como se fosse o Hulk - e, embora sejam todos humanos comuns, sem superpoderes, ninguém quebra qualquer osso do corpo ou sequer se arranha no processo, o que seria impossível dada a violência dos golpes e "vôos".

Outra bola fora é que, na sua visão estilizada do universo dos quadrinhos, Snyder faz com que seus personagens não só lutem como o Jet Li após tomar um litro de Red Bull, mas também protagonizem movimentos impossíveis para os seres humanos normais que são. É o caso da Espectral pulando da nave do Coruja, atravessando o teto de um prédio em chamas e caindo de pé e sem arranhões no andar abaixo. Ou de Rorschach pulando de uma janela no 1º andar de um prédio e caindo de pé, como um gato, no térreo. É o tipo de exagero à la "Sin City" que não se encaixa bem na proposta aqui.

Tirando estes pequenos defeitos que não desmerecem o conjunto, "Watchmen" continua um filmaço. A parte boa dos quadrinhos está toda no filme, e fiquei bastante satisfeito porque tanto o diretor quanto os roteiristas entenderam a mensagem do texto de Moore: os heróis de "Watchmen" não passam de pessoas comuns, que têm rotinas de pessoas comuns e conversam como pessoas comuns - enfim, gente como a gente, imperfeitos, cheios de dúvidas, medos e angústias. Além disso, às vezes suas ações têm pouco de heróico e muito de fascista.

Nos quadrinhos normais de super-heróis, quando vemos Batman e Superman juntos, por exemplo, é sentando porrada nos bandidos e salvando o mundo, nunca jantando ou tomando uma cervejinha como os dois velhos amigos que são. Este é o diferencial de "Watchmen" para os quadrinhos "normais", e isso está também no filme: os mascarados são capazes de encontrar seus envelhecidos arquiinimigos para uma conversa informal, ou então relembrar fatos heróicos do passado entre cervejas. Um deles, Ozymandias, fica milionário ao revelar sua identidade secreta e viver de royalties sobre uma linha de produtos baseada em suas aventuras. E o Coruja confessa que o dinheiro para financiar seus uniformes e veículos personalizados veio da herança do pai, que não gostou quando ele disse que queria ser "super-herói" - diferente, por exemplo, do playboy Bruce Wayne, que sempre teve tudo de mão-beijada, e nos filmes consegue uniformes e equipamentos com a maior facilidade do mundo.


"Watchmen" também escapa da armadilha fácil de transformar o violento Rorschach em herói. Nos quadrinhos, fica claro que ele é um psicopata a ponto de explodir, como o Travis Bickle de "Taxi Driver". E como Rorschach é o narrador do filme, pensei que talvez o roteiro fosse transformá-lo numa figura mais simpática.

Claro, é comum que o espectador goste do personagem justamente pela sua postura mais valente e violenta (ele era o meu favorito também nos quadrinhos). Mas o roteiro não tenta aplacar a fúria e a periculosidade de Rorschach, inclusive trazendo uma cena de flashback onde ele, ainda garoto, arranca nacos do rosto de um coleguinha a dentadas. E só ajuda o fato de termos um ator "feioso" como Jackie Earle Haley no papel do personagem sem máscara, ao contrário de um galã bonitinho qualquer. Rorschach provavelmente também é o melhor personagem do filme!

A direção de arte é bastante inspirada, com uniformes, cenários e objetos idênticos às páginas dos quadrinhos também nas cores. Isso fica evidente nos créditos iniciais, que se desenrolam sobre cenas marcantes da vida dos vigilantes uniformizados, e parecem recriações perfeitas de quadros da graphic novel. Já a presença de personagens reais, como Andy Warhol, David Bowie, John Kennedy, Fidel Castro e Richard Nixon, torna tudo mais divertido. Só que, como a história se passa nos anos 80, senti falta de mais objetos que remetessem a esta época. Fora isso, tudo perfeito. Nenhum nerd xarope vai poder reclamar que os uniformes dos personagens não estão parecidos.

Agora, muitos críticos têm reclamado da trilha sonora do filme, que supostamente não se encaixaria nas cenas. Tirando o "Hallelujah" de Leonard Cohen durante uma cena de sexo (que realmente ficou muito ruim!), acho que Snyder foi bem nas escolhas, encaixando canções bastante conhecidas em momentos-chave da trama. Por exemplo, o Comediante é assassinado ao som de "Unforgetable", que dá uma força natural à cena, e seu funeral tem como trilha "The Sounds of Silence", de Paul Simon, o que cria um momento que chega às raias do humor negro.

E é ótimo você perceber que todos os detalhes mais interessantes (ou pelo menos os principais) foram aproveitados pelo diretor e pelo roteirista, tornando "Watchmen" um filme tão inteligente quanto a obra que adapta (mesmo que não seja uma adaptação completa), e certamente mais inteligente que 99% dos blockbusters que temos que engolir por ano.


Aproveitem, porque talvez vá demorar muito para aparecer outro "filme de super-heróis" onde seus personagens filosofem sobre a existência de Deus, ou sobre a necessidade de se sentirem heróicos para viverem satisfeitos - o que fica evidente na cena em que o Coruja "falha" na sua primeira transa com a Espectral, mas mete com vontade após arrebentar meia dúzia de marginais e salvar crianças de um incêndio!

Por tudo isso, não consigo entender porque a crítica "especializada" está criticando tanto o filme de Snyder. Será que acharam muito barulho por nada, considerando a enxurrada de marketing e informações sobre "Watchmen" de 2007 para cá? Será que não gostaram da conclusão tão otimista quanto pessimista? Será que deixaram-se levar pela tosquice das cenas de luta, que eu também não gostei, e usaram isso como bode expiatório para detonar o filme inteiro? Ou será que simplesmente são uns chatos procurado motivo para reclamar?

A única certeza que tenho é a de que me surpreendi, e positivamente, com esta adaptação. Claro, eu continuo sonhando com uma minissérie mais detalhada, continuo imaginando o que um diretor "de verdade" faria com o mesmo material - como Darren Aronofsky, um dos nomes cogitados para assumir esta adaptação em sua longa gestação. Mas, ora bolas, "Watchmen" ficou muito bom. E termina deixando a vontade de ver de novo. Quem sabe numa versão mais longa em DVD, preenchendo alguns buracos perceptíveis na narrativa.

A minha dúvida agora é a seguinte: como todo mundo usou a expressão "filme de super-herói para adultos" até a exaustão em todo e qualquer texto sobre "Batman - O Cavaleiro das Trevas" no ano passado, como é que iremos chamar agora este "Watchmen", que é muito mais "adulto" do que o supersucesso de Christopher Nolan (e bem melhor também, na minha humilde opinião)?

Ora, até agora nenhum filme de super-heróis da Marvel ou da DC, seja juvenil ou adulto, tinha trazido tanta violência explícita, mutilações sangrentas e cenas de sexo e nudez. Logo, é possível que o verdadeiro "filme de super-herói para adultos" seja esse aqui!

42 comentários:

Anônimo disse...

Infelizmente,não pude ver o filme pois a censura é 18 anos.O jeito é esperar o dvd chegar.E agora eu fiquei mais ansioso depois do senhor dizer que é melhor do que O CAVALEIRO DAS TREVAS.Puxa,então deve ser um filmaço mesmo!

Anônimo disse...

>Quem sabe numa versão mais longa em DVD, preenchendo alguns buracos perceptíveis na narrativa.

Pelo que andam dizendo a versão original do filme que Snyder queria teria 191 minutos.Talvez chegue em dvd numa "director cut".

artur disse...

nos surpriendemos com muitas coisas, mas vi que a trama foi fiel embora nunca tenha lido Watchmen,quanto a crítica, os caras são uns idiotas mesmo, como eu mesmo disse so sabem puxar saco de qualquer merda e de filmes barsileiros sobre seca no nordeste ou violência na favela, os caras não sabem nem crítcar direito, vou citar outra narrativa sua do texto de Rambo 4, realmente, o que os críticos esperavam deste simpples filme de ação? a gente tem que ter críticos de verdade e não idiotas que não sabem crítcar um filme.

Allan Verissimo disse...

Artur falou a verdade.Embora eu leio as criticas que o filme recebeu antes de assisti-lo,as vezes eu realmente penso que eles levaram o filme a sério demais.RAMBO 4 e INDIANA JONES E O REINO DA CAVEIRA DE CRISTAL eram apenas filmes pipocas para a gente se divertir durantes algumas horas e só e não um filme com mensagens psicologicas pesadas como ONDE OS FRACOS NÃO TÊM VEZ ou SANGUE NEGRO.

artur disse...

é isso ai allan, os caras não sabem encarar filmes como diversão e como o Felipe sempre descreve,são sempre crítcos bundões, nunca li crítcas do Rubens Wevald Filho, crítco que eu respeito sobre estas produções (alias não leio nenhuma, hehehehe) acho que os caras tem que ver um filme como diversão, mas os caras viajam muito.

Anônimo disse...

Será que o senhor Guerra se importaria em fazer um pequeno comentario sobre O CAVALEIRO DAS TREVAS?Sabemos que ele gostou muito do filme,mas não sabemos o que ele gostou e não gostou no filme.

Daniel Coelho disse...

Como foi dito aí em cima, a versão inicial do filme teria 191min, que a Warner queria reduzir para 100min (!!!). Felizmente, Zack Snyder bateu o pé e, pelo visto, encontraram um meio-termo. Agora é esperar o DVD para ver no que dá.

Quanto ao final, confesso que ficou muito bom no filme. Adoro o final original, mas, sei lá, ao analisar friamente, creio que ficaria meio ridículo na telona e seria complicado encaixar algumas informações de maneira orgânica, como o artista desaparecido etc.

No mais, concordo com tudo o que foi escrito. Também adorei WATCHMEN.

Anônimo disse...

100 minutos!Uma historia de 12 volumes em 100 minutos?Seria o mesmo que as 1200 paginas de O SENHOR DOS ANÉIS em um só filme de 3 horas e meia,que nem a Miramax queria.

Anônimo disse...

Eu assisti ao filme hoje no cinema e confesso que achei meio chato. Eu não conhecia nada da história e achei muita conversa e pouca ação. É claro qeu gostei de alguns personagens, ao contrário de você adorei a maneira como foram feitas as cenas de violência com a câmera lenta, o sangue e tudo. Aquela hora em que tocou Hallelluya durante a cena de sexo causou risada em muitos dos espectadores que estavam na sala em que eu estava.

Felipe M. Guerra disse...

Essa é outra das minhas dúvidas: como o filme vai funcionar para quem não conhece os quadrinhos, já que a história não é assim tão "acessível" quanto uma historinha normal de super-heróis?

Eu esqueci de comentar no texto, mas na sessão em que vi o filme, umas seis pessoas abandonaram a sala na metade da projeção...

Ronald Perrone disse...

O problema é que a molecada quer assistir de tudo sem saber o que é. Desconhecem que o filme é um drama sério, mas só porque há super-heróis, acham que é um filme de ação...

Eu achei o filme muito bom! Existem falhas, é normal, mas o Snyder conseguiu fazer algo muito bom. Surpreendeu.

Ah, e não tive problema algum com as cenas de luta. São bem simples, vc consegue enxergar o movimentos, e tal, diferente do filme do Batman. A camera lenta enche o saco, mas até que não incomodou taaanto dessa vez...

Anônimo disse...

Sinceramente,prefiro os herois imperfeitos,com duvidas morais,do que os herois perfeitos demais e por isso mesmo desinteressantes.

Anônimo disse...

>umas seis pessoas abandonaram a sala na metade da projeção...

Com certeza,devem ter achado que iam ver um filme no mesmo estilo inocente e até infantil de QUARTETO FANTÁSTICO!

Anônimo disse...

eu nunca li a história em quadrinhos, mas gostei muito do filme. Posso soar suspeita, mas mais interessante é o aspecto psicológico dos personagens. Pra mim o filme funcionou bem.

Parabéns pelo blog!

Abraço!

artur disse...

ralmente um filme desses não se ve todo o dia, um filme que enfoca mais no desenvolvimento dos personagens do que na ação, essas 6 pessoas devem ter achado que era um desses filmecos idiotas para adolescentes e como eu digo, hoje em dia so se faz filmes para o publico adolescentes, como se so eles assistissem e sendo que existe publico para o cinema mais adulto, realmente felipe, esse subititulo "O FILME" que eles colocam parece mesmo que vamos chegar na sala de cinema e ler os gibis ao inves de ver o filme.

artur disse...

ai felipe, vai passar um filme do ringo lan hoje na band: http://www.band.com.br/domingonocinema/conteudo.asp?ID=130183&CNL=5

João Pires disse...

Não li tudo, pois quero ver o filme. Mas vi que vc gostou. Agora vou botar um pouco de lenha na fogueira: vc tb gostou do Madrugada dos Mortos, odiou 300, gostou do Watchmen...bom 2 a 1. Melhorou sua opinião sobre o Zack? Não que ele seja visionário, mas...
Nunca li os quadrinhos, e como vc disse, não sei se pra mim o filme vai ser legal....

Felipe M. Guerra disse...

É, digamos que está 2 a 1 pro Snyder sim. Mas de visionário e revolucionário ele não tem'absolutamente nada! Aliás, quero ver quando é que ele vai dirigir algum material original seu, considerando que até agora só fez um remake (de um filme perfeito) e duas adaptações de quadrinhos praticamente quadro a quadro - ou seja, nem precisou inventar muito! ;-)

João Pires disse...

Aí concordo com vc. É que na discussão anterior achei que vcs rebaixaram demais o cara. Mas tá valendo.

Anônimo disse...

Eu não achei o trabalho do Snyder em 300 revolucionario nem visionario.Visionario mesmo foi o saudoso Stanley Kubrick e está aí 2001 e LARANJA MECÂNICA para provar que ele sim é que foi um cinesta revolucionario.

Eliseu Demari. disse...

Morria de medo do Snyder estragar a oportunidade que tinha em mãos, e fiquei aliviado ao gostar muito do resultado final. Assino embaixo de todas as ressalvas quanto à obra ser “infilmável”, mas penso que tudo foi executado dentro de um modus operandi aceitável. Gostaria de ter também a chance de assistir ao filme com os olhos de quem jamais leu a graphic novel, porque me parece que os maiores atropelos no roteiro podem, sim, atrapalhar um pouco os neófitos –e quase tudo acontecendo em sequência, na 2ª metade da fita: a discussão abrupta do Coruja com o Rorschach logo após a fuga da prisão, o diálogo em Marte e consequente flashback sobre quem é o pai de quem, e o também repentino encontro/briga/diálogo na fortaleza de Ozymandias. De fato, o Adrian Veidt me parece o personagem mal-trabalhado da trama, forçosamente atraindo para si uma “imagem ruim” desde o começo. Outra: sempre que leio os quadrinhos, imagino uma voz poderosa do Dr. Manhatan, não aquele lugar-comum que o nobre Billy Crudup nos apresenta. Falando nisso, a grande mudança final em relação aos quadrinhos me pareceu uma boa saída; claro que fiquei chocado, mas no bom sentido, sem afetação de indignação ou assemelhados. Achei as cenas da tentativa de estupro e do enfim consumado trololó entre Coruja e Espectral com informações demais quanto à violência e sexo, e com direito à trilha sonora constrangedora. E sobre a oportuna citação da relação com “Batman – O Cavaleiro da Trevas”, penso que o filme do Christopher Nolan meio que abriu portas para “Watchmen – O Filme”. Tenho uma grande convicção de que a repercussão dele deve ter deixado o público mais à vontade com a temática dos super-heróis dentro de um contexto adulto. E deixo a pergunta: se Watchmen tivesse estreado antes do BCT existir, se embrenharia da mesma forma dentre os que desconhecem a HQ de Moore/Gibbons e daqueles que acham que quadrinhos e super-heróis não são “produto adulto”? Hum?

Daniel Martins disse...

Quando li Watchmen, há alguns anos, fiquei com aquela sensação maravilhosa de que aquilo era uma das melhores coisas que já li na vida.

Quando vi o filme, ontem, fiquei com aquela impressão convencional: "Ah, um bom filme, sem dúvida, nada mais do que isso."

Sempre fui contra essa bobajada de "o livro é melhor que o filme" sei que Quadrinhos e Cinema são duas linguagens distintas e que a comparação entre o original e a adaptação é, por vezes, obsoleta. Ainda assim, NESSE CASO ESPECÍFICO, sou obrigado a concordar com Alan Moore: "Minhas obras foram feitas para serem lidas".

Infilmável.

João Pires disse...

Felipe,

Vi o filme hoje. Gostei bastante e acho que não boiei muito na trama, mesmo sem ter lido os quadrinhos. Obviamente é um filme muito melhor que o Batman, até porque o Batman não tinha história, só explosão e correria...
Me incomodou um pouco a CGI do Dr Manhatan, mas tudo bem. Tb acho os efeito das lutas usados com certo exagerado.A trilha sonora é legal, mas achei meio obvia. Acho mais legal musicas desconhecidas, dão um ar de novidade quando vc tá vendo o filme.
(SPOILER)

Não ficou muito claro uma coisa pra mim: o diário que o jornalista acha no final tem toda a tramóia nele? Pq na teoria o mascarado foi morto pelo Dr. Manhatan no final, então não poderia estar tudo escrito ali.

Acho que quando sair a versão completa em DVD vai ser mais legal ainda....

Anônimo disse...

Não posso culpar Alan Moore de não querer ver o filme depois do que fizeram com aquele horroroso A LIGA EXTRAORDINARIA.

Anônimo disse...

WATCHMEN tá disponivel para baixar na internet,mas a versão é em inglês sem legendas.Eu vou conseguir entender o filme mesmo sem legendas?

João Pires disse...

Com certeza já deve ter legendas agora. Mas cópia de cinema é fogo, não vale a pena não....

Anônimo disse...

Ué, se você sabe inglês é claro que vai entender. :P

Marcos disse...

Olá Felipe,

Sou leitor do FILMES PARA DOIDOS e sou cinéfilo de carteirinha. Eu estou mandando esse email porque estou trabalhando numa empresa que desenvolveu um portal sobre cinema - o Cinema Total (www.cinematotal.com). Um dos atrativos do site é que você cria uma página dentro do site, podendo escrever textos de blog e críticas de filmes. Então, gostaria de sugerir que você também passasse a publicar seus textos no Cinema Total - assim você também atinge o público que acessa o Cinema Total e não conhece o FILMES PARA DOIDOS.

Se você gostar do site, também peço que coloque um link para ele na seção "Outros crimes famosos" do FILMES PARA DOIDOS.

Se você quiser, me mande um email quando criar sua conta que eu verifico se está tudo ok.

Um abraço,
Marcos

Luke Z disse...

Concordo com tudo o que você disse,foi bem essa a minha opinião,não é um puta filme,mas é fiel e é uma boa diversão

Anônimo disse...

Assista MARTYRS

Unknown disse...

Olá a todos!

Falando como uma pessoa que já leu a história, e umas três vezes, eu não gostei muito do filme. O maior mérito que Zack Snyder teve em 300, que é o visual do filme, as cores, a plasticidade e a grande semelhança estética com os quadrinhos, não aconteceu em Watchmen. A gente fica o tempo todo buscando o universo de Watchmen, as cores, a Nova York de Watchmen, mas não encontra. Acho que isso aconteceu porque o visual do filme ficou muito realista, o que, na minha opinião, é ruim em uma adaptação de quadrinho pra tela. Além disso, o cinema conta com tantos recursos para dar emoção, e o filme não chega nem aos pés da emoção dos quadrinho, em que a medida que a história encaminha vai se construindo uma tensão que só vai acabar nas últimas páginas. Fui com muita espectativa e me decepcionei, saí só com vontade de ler de novo. Mesmo assim, não desmereço o filme, é muito bom e vou assistir outras vezes, com certeza, até para ter uma opinião melhor sobre o filme, pois vendo uma vez só a gente perde muita coisa.

Ah, sobre o final, achei uma ótima solução. (SPOILER) Com o Dr. Manhattan vigiando a Terra, a paz se manteria muito tempo... o que é mais interessante no quadrinho, que não rola no filme por causa dessa adaptação, é que as pessoas iam sonhar com ataques extra-terrestres, iam ficar recebendo mensagens sobre-naturais, ou seja, ia haver um medo subjacente, que se tornaria um paradigma e todo o mundo ia mudar seu modo de vida. Legal isso.

Um abraço!

Anônimo disse...

Caro, Felipe vc disse que a marvel nunca fez um filme tão violento com cenas de sexo etc, engano seu nos anos 80 foi lançado o filme Conan o Bárbaro com tudo isso, e ainda nos agracia com uma cena de orgia. O filme realmente é muito bom e tem um final na minha visão mais cabivel ao filme do que a da HQ, mas em relação a mensagens filosóficas,pessimistas ou otimistas, acho que existem filmes muito superiores a nos mostrar isso, diga um que esta em cartaz no cinema "Gran Torino" sem duvida um filme com um orçamento infimo comparado a watchmen, e que sem caras usando roupas da parada gay, a digamos anos luz a frente, e olha que Gran Torino mesmo protagonizado pelo velho mais insuperavel Clint Eastwood arrasou nas bilheterias ao contrário de watchmen, ou seja, watchmen é um ótimo filme em relação a Hq, junto ele ao Cavaleiro das Trevas, que na minha modesta opinião é um pouco superior. Bem que para mim, Conan ainda é insuperável principalmente pelo personagem que, diferente de todos os outors personagens de quadrinhos só que saber de dinheiro, bebidas e mulheres,e não usa colante no corpo e como ele mesmo diz: " A melhor coisa da vida é " Esmagar seus inimigos, vê-los caidos diante de seus olhos e ouvir o lamento de suas mulheres" e outro frase "onfie apenas em você mesmo" isso sim é filosófico.

Lady Sabbath disse...

Quis custodiet ipsos custodes?

clary disse...

é, no momento [faz pouco q acabei de ler, ainda nao vi o filme] tbm estou sonhando com uma versão em minisserie...

clary disse...

pronto, vi o filme ontem. gostei, achei bastante fiel. acho q a parte em q o dr.manhattan lembra da janey e etc. devia ter sido menos 'linear', como nos quadrinhos.

e no fim das contas, o rorshasch é otimo, mas meu favorito continua sendo o comedian =]

Pintim disse...

Putz, descolei a "Ultimate Cut" ha mais de um ano e soh fui ver ontem...rsrsrs (longa historia).

Sao tres horas e meia de filme e posso dizer que tah tudo lah (com excessao das partes relacionadas ao monstro alienigena e a origem do Rorscharch como eh mostrada na hq). Melhorou algo que jah era muito bom. Tem ateh o "Tales of the Black Freighter" inserido dentro do longa.

Mas divagando aqui, sem tah pegando no peh do filme, soh divagando... Nao entendo porque certas coisas que na hq achava com um puta potencial cinematografico nao fora absorvido devidamente no filme - como a parte em que o Comediante visita Moloch, e tem aquela luz do neon piscando bem fortemente em laranja, que no filme ficou uma luz quase imperceptivel... Nada de mais, claro, mas sei lah, acho que ficaria legal se fosse aboradado da mesma forma que na GN.

Com relacao a "Halleluiah", uma musica que iria ficar perfeita naquela cena, na minha opiniao, era "The Great Gig in the Sky" do Pink Floyd...

E realmente aquelas cenas de luta pegaram mal... E o que custava o Veidt dizer "Nunca achei que isso funcionaria" apos pegar a bala com a mao, como diz na hq? Aquilo da um tchan de "cagao fodao" no sujeito que releva o absurdo daquela acao, ao contrario do que acontece no filme em que ele faz aquilo como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Luiz Zamboni disse...

Acho que vc está implicando demais com as tomadas.
Os quadros dos quadrinhos foram muito bem escolhidos, porque isso é uma das tarefas que um desenhista deve saber fazer, escolher os melhores ângulos para representar a cena,as poses dos golpes(isso é muito arte visual) pra que contestar isso como diretor do filme, só pra ser "diferente" ??dã, que mérito.
Outra coisa que vc implica é com as cameras lentas, cenas estilosas e as lutas .Vc usa a terceira pessoa, com se isso realmente incomodasse a todos, sendo que vc é a primeira pessoa que desgosta desse estilo que eu conheço...rs
As cameras lentas são muito bem vindas em adaptações de quadrinhos pois elas dão destaque a momentos impactantes que nos quadrinhos seriam destacados de outra maneira(outro meio).
Eu não li os quadrinhos, e pra mim o filme funciona muito bem como obra independente, talvez não funcione para quem o leu e creou espectativa. Mas eu acho que um filme deve ser julgado como obra FECHADA e independente. Não se tem que recorrer a livros ou outras obras que o filme se baseou para julga-lo.

Anônimo disse...

Achei o filme UM LIXO.

Ele é fiel na história... não nos argumentos (narrativa).

A narrativa da HQ é INFINITAMENTE superior.

Na HQ eu não conseguia desgrudar meus olhos de nenhuma página.

O filme.... me deu sono VÁRIAS VEZES.

Eu estou com Alan Moore: "Watchmen é, em sua essência, infilmável".

Por que a crítica por de trás da história não está lá no filme.

Watchmen critica justamente o governo de DIREITA dos EUA. Hollywood é DIREITA TOTAL.

O filme é praticamente um INSULTO praqueles que pegaram o espírito da coisa lendo a HQ.

Watchmen funciona como filme de super-herói, mas não funciona como Watchmen de Alan Moore. O filme em si é levado a sério demais. Nem mesmo Alan Moore leva a sério os chamados "super-heróis". Tanto é que ele mesmo chamou seus personagens (os de Watchmen) de "um bando de adultos em roupas ridículas tentando impor suas ambições ao mundo".

Isso é o retrato perfeito dos políticos imperialistas americanos.

Essa é a crítica dele ao escrever a HQ.

Mas Hollywood transformou a HQ numa produção de entretenimento, onde a crítica por si só desaparece levando em conta que Hollywood é o cinema politicamente correto. (Embora tenha filmes bons, mas neste caso foi um tiro no pé dos fãs da Graphic Novel).

Anônimo disse...

Ah, esqueci de dizer uma coisa:

Ser melhor que "O Cavaleiro Das Trevas"(2008) não é difícil.

Qualquer tranqueira feita pelo Bruno Mattei é melhor.

E isso não é deboche e nem piada. Estou falando SÉRIO.

Tem que ser muito fanboy do homem morcego pra achar que esse segundo filme da trilogia do Nolan é essa "obra-prima" que todos falam!

Aliás, filme de super-herói pra adulto o The Dark Knight não tem absolutamente NADA. O Homem-Aranha que o James Cameron pretendia fazer era MUITO mais adulto do que esse Batman (tinha até cena de sexo no roteiro).

The Dark Knight recebeu classificação PG-13 nos EUA. Ou seja, é filme de pré-adolescente MESMO.

Volto a repetir, nos EUA o orgão responsável pelas classificações etárias de filmes é a MPAA. Só que nos EUA as leis que protegem os menores de idade são bem SEVERAS. Nem mesmo Hollywood escapa de um FBI se violar essas leis.

Se eles botassem uma classificação PG-13 num filme que tivesse cenas chocantes ou inadequadas para crianças e/ou adolescentes na intenção de ter o público grande nas salas de cinema, isso iria dar um bololô do cão não só pra MPAA, como pra Warner que todo mundo sabe que faz suborno na MPAA na classificação de algumas de suas produções.

Até hoje eu não vi o "adulto" em termos de filme em The Dark Knight. Ele é tão boboca e "teenager" quanto qualquer filme recente da Marvel (só que alguns filmes da Marvel os diretores não levam a coisa a sério, como o Nolan faz na sua trilogia).

Anônimo disse...

Watchmen revolucionou os quadrinhos. Watchmen-o Filme não terá nem uma nota de rodapé na história do cinema.

Snyder é um presepeiro de marca maior. Várias vezes tive a sensação de que assistia o filme do Demolidor.

Com Dr. Manhattan não rolou. Boa sorte para o azulão mais famoso.

Filme adulto baseado em quadrinhos não existe e se o Aranha do Cameron iria ser só porque tinha uma cena de sexo, eu indico Batman XXX que tem várias.

Maycon

Leonardo Peixoto disse...

Realmente as obras de Alan Moore seriam melhor adaptadas para o formato de minissérie , como A Liga Extraordinária deveria ter sido .
Soube que pretendiam adaptar a história de Watchmen para os dias atuais . Se isso tivesse acontecido , imagino que o inimigo teria sido a Guerra ao Terror e Richard Nixon teria sido substituído por George W Bush .

Adriano disse...

10 anos depois, eu quero muito ler uma resenha sua da série Watchmen depois do fim da atual temporada.