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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

NO CORAÇÃO DO PERIGO (1986)


Depois de duas resenhas de filmes mais amenos, chegou a hora de voltar ao que interessa, amiguinhos. Ou seja: filmes de ação casca-grossa, daqueles com tanto tiro e explosão que, depois de ver, dá vontade de pegar uma metralhadora e sair pelas ruas declarando guerra contra o mundo inteiro. Um belo exemplar desse estilo é o visceral NO CORAÇÃO DO PERIGO (1986), mistura explosiva de ação e guerra feita por John Woo antes de ir para Hollywood e virar florzinha.

Originalmente chamado "Ying Xiong Wu Lei", e nos EUA "Heroes Shed No Tears" (Os Heróis Não Derramam Lágrimas), NO CORAÇÃO DO PERIGO representou uma mudança radical no "estilo Woo" de cinema. Até então, ele era conhecido como diretor "pau-pra-toda-obra" da Golden Harvest, contratado para dirigir filmes de artes marciais (dois bons saíram no Brasil como "A Jugular Blindada" e "A Lâmina Fatal") e até comédias de horror ("A Farra do Demônio", de 1981).

Finalmente, entre 84 e 85, o cineasta foi para a Tailândia rodar este que é seu primeiro grande filme de ação, com sangrentos e exagerados tiroteios, cenas estilizadas de ação em câmera lenta e muito sangue jorrando, lançando uma forma toda pessoal e barulhenta de fazer filmes que atingiria a perfeição nos clássicos "Fervura Máxima" e "The Killer", ambos dos anos 90.


Mas, como todo diretor à frente do seu tempo, Woo teve que enfrentar a cabeça fechada dos seus patrões da Golden Harvest, que não gostaram do festival de tiros e explosões sem propósito de NO CORAÇÃO DO PERIGO e deixaram o filme mofando na gaveta, sem lançamento comercial. Ele só chegou aos cinemas em 1986, quando o diretor alcançou fama internacional justamente através de um filme com tiroteios violentos e estilizados, o ótimo "Alvo Duplo" (A Better Tomorrow/Ying Hung Boon Sik), com Chow Yun-Fat, que saiu naquele ano. Com Woo transformado em "nome quente" dos filmes de ação, finalmente seu épico de guerra viu a luz do dia.

O mais interessante de NO CORAÇÃO DO PERIGO é que ele já traz todos os elementos que o diretor aperfeiçoaria nos filmes seguintes (a relação amizade-honra, onde vale a pena se sacrificar por amigos ou pela "coisa certa"; os vilões obcecados e movidos pela fúria cega; os amigos que tombam pelo caminho em cenas dramáticas em câmera lenta; atiradores usando uma arma em cada mão; um herói enfrentando um exército, etc etc etc...).

Mas tudo isso, aqui, ainda é feito de maneira crua, caótica, barulhenta, sem aquelas acrobacias e coreografias perfeitas que apareceriam nos filmes seguintes. Justamente por isso, talvez este seja o trabalho mais furioso do diretor, antes de virar moda e começar a enfeitar as obras posteriores - e sem astros de Hollywood, como Tom Cruise e Ben Affleck, ou a MPAA para encher o saco.

Eu vi o filme pela primeira vez nos anos 90. Woo estava em alta e era "moderninho" conhecer seu cinema, já que a nossa imprensa, sempre atrasada (considerando que o cara já fazia filmes há duas décadas), começou uma babação de ovo descarada à "coreografia da matança" do cinema do diretor - com muitos pseudo-críticos e pseudo-jornalistas esquecendo que Sam Peckinpah e Enzo G. Castellari já faziam mais ou menos a mesma coisa bem antes de John Woo. Mas enfim, o homem era febre, só se falava nele e era praticamente obrigatório conhecer seus filmes para não ficar por fora.


Existem duas versões circulando. A original tem 93 minutos, mas o corte internacional mal chega a 80 minutos. Foi esta versão, dublada em inglês ainda por cima, que chegou às videolocadoras brasileiras pela Penta Vídeo. E eu só conhecia esta versão reduzida, mas ficava pensando o que haveria nos 13 minutos cortados, considerando que o filme, do jeito que está, já é um massacre. Felizmente, agora fui descobrir que os cortes são apenas de cenas "expositivas", que aprofundam a relação entre os personagens - e estas cenas cortadas não fazem qualquer diferença.

Do jeito que está, NO CORAÇÃO DO PERIGO é nitroglicerina pura: começa com um prólogo vapt-vupt explicando sobre o "Triângulo Dourado" que controla o tráfico de drogas entre Mianmar, Laos e Tailândia, e que seria responsável por 75% da distribuição de entorpecentes no mundo todo. Em seguida, ficamos sabendo que o governo tailandês contratou um grupo de destemidos mercenários para explodir o quartel-general dos traficantes e levar à justiça o principal cabeça da organização, o general Sampton. No momento seguinte, sem qualquer outra cena expositiva ou apresentação dos personagens, o filme corta diretamente para a ação, com o tal grupo de mercenários invadindo a base de Sampton e detonando uns 100 soldados inimigos - tudo isso só nos primeiros dez minutos!!!

O chefão do tráfico é levado pelos soldados, liderados pelo típico herói durão Chan Chung (Eddy Ko, visto recentemente em "Mad Detective", de Johnny To). Ele aceitou liderar a missão para poder mudar-se com o filho Sang para os Estados Unidos. O problema é que se a prisão de Sampton foi fácil, levá-lo até a fronteira do país para entregá-lo às autoridades não será tão simples: perseguidos pelos intermináveis homens do traficante, eles cruzam o país enfrentando inúmeros perigos e batalhas violentas.

A coisa piora quando, na fronteira com o Vietnã, eles compram uma briga que nem era deles ao resgatar uma jornalista francesa (Cécile Le Bailly) do estupro coletivo pelos homens liderados por um sádico e anônimo comandante (Ching-Ying Lam, ótimo). Durante o resgate, Chung acaba cegando o vilão, que então empreende uma caçada obsessiva aos mercenários, usando todo o exército do país e mais os reforços de uma tribo local, "convencida" à força a participar da perseguição. Some-se a eles os homens do traficante e dá para ter uma idéia da quantidade de problemas (e de inimigos) que os nossos heróis terão que enfrentar ao longo do resto do filme - principalmente porque o filho de Chung e sua cunhada passam a fazer parte da caravana fugitiva!


NO CORAÇÃO DO PERIGO praticamente não tem história, ainda mais nesta versão reduzida. É ação, ação e ação: um tiroteio leva ao outro, centenas de figurantes perdem a vida (imagine 15 tiroteios finais de "Comando Para Matar", e você terá uma idéia do massacre absurdo perpetrado neste filme...), e os comandados de Chung aos poucos vão perecendo pelo caminho, sempre da forma mais horrível e violenta, normalmente crivados por inúmeras rajadas de metralhadoras, embora uma das cenas mais violentas envolva um soldado atravessado por diversas lanças inimigas - o que me lembrou morte semelhante no espetacular "Conquista Sangrenta", de Paul Verhoeven.

Lá pela metade, há algumas tentativas de fazer humor que arrastam um pouco a narrativa (e soam deslocadas), principalmente uma envolvendo um mercenário viciado em jogos de azar. Claro que fica meio forçado imaginar que, com meio país atrás deles, o cara iria perder tanto tempo jogando dados! Mais adiante, o grupo chega à casa de um amigo de Chung dos tempos do Vietnã, um soldado norte-americano desertor (interpretado por Philippe Loffredo) que vive chapado (!!!), ransando com duas garotas (!!!) e permanentemente com um cinturão de explosivos amarrado ao tórax (!!!), para poder explodir seus inimigos a qualquer momento!!!

E é aí que se inicia uma das maiores matanças da história do cinema de ação... É tanto tiro e tanta morte que o espectador até começa a aceitar com naturalidade o fato de meia dúzia de caras conseguir exterminar centenas de inimigos sem muita dificuldade. Praticamente não há trilha sonora: rajadas de metralhadora e explosões são a única música ao longo dos 80 minutos de genocídio!

Numa história movida pela ação, escrita pelo próprio John Woo, os personagens quase nem têm nomes. É o caso do anônimo vilão que Chung cega com um tiro disparado através da mira telescópica da arma do sujeito (cena que seria "reaproveitada" por Spielberg em "O Resgate do Soldado Ryan"). Sem um olho e cego (literalmente) de fúria, o oficial passa o restante da história querendo o couro do herói, movido à morfina para amenizar as dores do ferimento.


E no meio deste inferno de balas e mortes, Woo ainda consegue espaço para mostrar a dramática relação entre o herói e seu filho pequeno, num toque que lembra o mangá "Lobo Solitário".

NO CORAÇÃO DO PERIGO é ação barulhenta, absurda e exagerada. Um filme de guerra feio, sujo e malvado que, se fosse filmado hoje, seria "Rambo 4". Um filme de macho onde as mulheres não têm vez nem voz, e só aparecem para serem estupradas ou servirem de alvo. Um filme onde morrem 100, 200, 300 inimigos, e aí você pára de contar porque ainda tem muito tempo pela frente. Um filme em que tiros de escopeta e de metralhadora de grosso calibre lançam os dublês vários metros longe, em que sangrentos buracos de bala explodem na roupa das vítimas, em que você quase sente a dor dos tiros, tal o realismo da coreografia da matança.

Um filme que encerra com uma luta brutal e de mãos limpas entre Chung e o comandante caolho, então já reduzidos a verdadeiras feras selvagens. Os dois trocam porradas entre escombros em chamas, de maneira tão convincente que os atores (e seus dublês) devem ter terminado a filmagem da cena repletos de hematomas da cabeça aos pés. Enfim, um filme que você jamais vai poder assistir com a sua namorada!


E se o próprio cineasta posteriormente filmaria uma história de guerra superior ("Bala na Cabeça", de 1990), é até bom ver esta para comparar com as produçõezinhas fru-frus que o homem dirige hoje nos Estados Unidos!

A verdade é que Woo nasceu para fazer estes filmes exagerados, repletos de tiros e explosões, com 300 mortes on-screen, e não coisas tipo "Missão Impossível 2" e "O Pagamento". Quando foi importado para os EUA, ele não soube se reciclar, e seus filmes da "fase Hollywoodiana", além de não trazerem nada de novo (sempre descambam para os tradicionais duelos em câmera lenta com duas pistolas nas mãos e pombas voando, o que acabou até se tornando uma piada), têm muito enfeite e pouquíssimo conteúdo.

Por isso, façam coro comigo: "Volta pra Hong-Kong, Woo!!!".

****************************************************************
Heroes Shed No Tears/Ying Xiong Wu Lei
(1986, Hong-Kong)

Direção: John Woo
Elenco: Eddy Ko, Ching-Ying Lam, Cécile Le
Bailly, Philippe Loffredo, Kuo Sheng, Chau
Sang Lau, Ho Kon Kim.

29 comentários:

Anônimo disse...

Eu só vi um filme de John Woo,CODIGOS DE GUERRA,que eu achei um lixo.

Ronald Perrone disse...

"Volta pra Hong-Kong, Woo!!!"

Esse NO CORAÇÃO DO PERIGO eu não conhecia. Mas HARD BOILED é um dos meus filmes de ação preferidos e virei fã dessa fase do Woo.

Anônimo disse...

HARD BOILED é um filme que deveria ser padrão pra todos que forem filmar um policial! hahaha

Outro dia finalmente vi O MATADOR! Achei demais, mas meu preferido ainda é A BETTER TOMORROW 2, esse aí eu nunca vi, mas lembro das fitonas gigantes da Penta Video na locadora. Na época eu não aluguei pois tinha preconceito contra filme de guerra.

Anônimo disse...

Imperdoavelmente ainda não vi HEROES SHED NO TEARS, mas vou consertar essa situação em breve. Do John Woo, o meu favorito é o BALA NA CABEÇA.

Me lembro muito bem como era moda conhecer John Woo nos anos 90, mas não era só a imprensa brasileira que estava atrasada. Quem estava atrasada mesmo era a imprensa americana, a brasileira só seguiu a onda.

Em Hollywood John Woo praticamente só repetiu com orçamento milionário o que ele já tinha feito em Hong Kong. Tem várias cenas do A OUTRA FACE e A ÚLTIMA AMEAÇA que são recicladas de BALA NA CABEÇA e RAJADA DE FOGO. Hoje em dia acho que a carreira de John Woo só se sustenta pela reputação que ele conquistou com obras-primas do passado.

Contrariando a quase totalidade das resenhas que vi na internet, nem mesmo sua volta ao oriente com RED CLIFF me agradou muito. Achei um bom filme, mas pela quantidade de críticas positivas que li, esperava mais. Pesa também o fato do filme acabar quando a estória parecia que ia esquentar. Vamos ver agora a parte 2 que será lançada ano que vem.

A propósito, Felipe, além de JUGULAR BLINDADA e A LÂMINA FATAL, teve mais um filme de kung fu de John Woo lançado no Brasil, O DOMADOR DE DRAGÕES (DRAGON TAMERS), que inclusive parece que saiu até em DVD no Brasil.

Abraço

Felipe M. Guerra disse...

Grande Takeo, sempre postando toneladas de informações para complementar meus textos frouxos! Sobre os filmes do Woo lançados no Brasil, eu citei os dois que assisti e achei legais, A LÂMINA FATAL e A JUGULAR BLINDADA. Sei que teve outros, mas não cheguei a ver ou não gostei. Este O DOMADOR DE DRAGÕES eu não conhecia, mas sei que também saiu aqui, em VHS/DVD, CHACINA EM PEQUIM (Tie han rou qing/The young dragons, 1974), que não agüentei ver até o fim, e a comédia RESGATE ALUCINADO (Hua ji shi dai/Laughing Times, 1981), que nunca me interessei em ver.

Anônimo disse...

COIDGOS DE GUERRA tem boas cenas de ação,mas é melodramatico demais.E os japoneses são mostrados de uma forma muito caricatural.

Anônimo disse...

É verdade, Felipe, me esqueci do CHACINA EM PEQUIM, que é um filme que ainda não consegui assistir, apesar de já ter uma cópia aqui. LAUGHING TIMES saiu em DVD no Brasil? Bom saber.

artur disse...

tai um prova do cinema inpoliticamente correto, filme punk esse, tambem concordo que woo volte pra hong kong, embora eu não me lembre de ter assitido algum filme dele, não sei porque hoje em dia o cinema tem que ser politicamente correto.

Felipe M. Guerra disse...

Takeo, o CHACINA EM PEQUIM eu tenho certeza que saiu num daqueles DVDs caríssimos (e desleixados) da Continental. Já o RESGATE ALUCINADO, segundo acabei de confirmar, saiu apenas em VHS pela Penta Vídeo, a mesma distribuidora que colocou no mercado NO CORAÇÃO DO PERIGO, A LÂMINA FATAL, A FARRA DO DEMÔNIO e A JUGULAR BLINDADA. Bons tempos das pequenas distribuidoras de VHS...

Anônimo disse...

MISSÃO IMPOSSIVEL 2 também vi e gostei do filme.A trama é fraca mas a perseguição de moto(apesar de absurda)salvou o filme.3 estrelas.Por que os senhores não gostaram?

Felipe M. Guerra disse...

Analisando o filme em si, até é divertidinho. Mas ele desaparece em comparação a qualquer coisa que o Woo tenha feito em Hong-Kong, por isso é decepcionante. Os melhores filmes ocidentais do diretor foram O ALVO e A OUTRA FACE, mas em ambos ele repete (com menos violência) o que já fazia lá em Hong-Kong.

Anônimo disse...

Dos filmes americanos dele, só gosto de A OUTRA FACE (nunca a canastrice de Cage e Travolta foi melhor utilizada) e CÓDIGOS DE GUERRA, filme de guerra a moda antiga (inclusive com todo o esteriótipo típico e cenas de arquivo militar enchertadas na ação), com toques de Peckinpah e Don Siegel. Eu tento gostar de O ALVO, mas não dá. Filmeco passável e olha lá.

Anônimo disse...

Eu também não gosto d'O ALVO. Tem algumas boas cenas de ação, mas fora isso o resto é muito chato. Agora eu queria conferir o lendário DIRECTOR'S CUT que, segundo reza a lenda, rolou entre colecionadores europeus em VHS pirata na época, já que é notório que John Woo teve pouquíssimo controle sobre sua primeira obra hollywoodiana. Li uma vez que esse filme teve mais de 3 cortes diferentes, cada uma com menos violência do que a outra, até que a versão definitiva teve até participação do próprio Van Damme na sala de edição. Tenho curiosidade de ver se a versão original pelo menos é menos chata do que a lançada no mundo todo.

Felipe M. Guerra disse...

Leandro e Takeo, eu tenho a director's cut de O ALVO, e o que tem nela é mais sangue e violência nas cenas de ação - cada bandido leva uns 12 tiros antes de cair no chão -, e o destino do vilão é menos "engraçadinho" que no corte que foi aos cinemas (o lance de tentar desativar a granada e tal). No mais, é o mesmo filme, com tentativas de ser um pouquinho mais filosófico na idéia das caçadas humanas (tem uma cena em que o Lance Henriksen assiste a vídeos reais de caçadas de grandes animais na África). Eu gosto do filme, a história não é lá muito original desde "The Most Dangerous Game" (que é da década de 30!), mas as cenas de ação em câmera lenta são ótimas, e o Van Damme está muito bem como herói.

Anônimo disse...

É que é difícil de acreditar que o mesmo cara que fez FERVURA MÁXIMA um ano antes, tenha assinado O ALVO. Van Damme, Henricksen e Vosloo estão bem, mas o resto dos atores (e seus personagens) mais atrapalham que ajuda. O excesso de plasticidade nas cenas de ação aqui prejudica. Na maioria das vezes não são fluidas como na fase de Hong Kong, e no lugar disso acabam sendo, desculpem usar essa palavra ao falar de John Woo, pura firula e perfumaria. Coisa que ele repetiria em MISSÃO IMPOSSÍVEL 2. A ÚLTIMA AMEAÇA, O PAGAMENTO, BLACKJACK e o remake de ONCE A THIEF são tão medíocres que nada precisa ser dito.

Volta para Hong Kong, Woo. Ou melhor, nem volta porque lá quem manda agora é o Johnnie To !

Anônimo disse...

Ninguém ai viu ou não quer opinar sobre o péssimo CODIGOS DE GUERRA?

Felipe M. Guerra disse...

Leandro, você tem que dar um desconto porque sabe como é um diretor de olhinho puxado chegando em Hollywood: o cara trabalhou com um roteiro que não era dele, sob pressão do estúdio e ainda com a encheção de saco da MPAA em relação à violência. As cenas de ação realmente são puro fricote, parece mais dança de ballet clássico do que pancadaria e tiroteio, mas eu vejo graça nessa balbúrdia - os executivos do estúdio devem ter dito: "Faz assim e quanto mais exagerado melhor". E lembre que os "debuts hollywoodiano" do Tsui Hark e do Ringo Lam foram ainda piores, parece que os americanos adoram estragar o potencial dos caras (agora fizeram isso com o Andy Lau também naquele filme besta com o Richard Gere que mais parece telefilme). Que o Johnny To continue em Hong-Kong!!!

Anônimo disse...

Nesses casos eu não costumo dar desconto algum. Dezenas de diretores foram fazer filme nos EUA e se deram bem. Quem acabou fazendo merda pelo menos enchou os bolsos de grana. O Van Damme deve ter passado algum tipo de virose mórbida para Woo, Lam e Hark. Porque nenhum deles foi mais o mesmo depois de se meter com o nanico belga. Mesmo assim, eu prefiro os filmes que Lam e Hark fizeram com ele. RISCO MÁXIMO é um bom exemplo de "filmeco B" dos anos 90. Histórinha chimfrim, mas com boas cenas de ação. Tudo bem que A COLÔNIA temnha bem mais momentos ruins do que bons, mas GOLPE FULMINANTE é um dos meus favoritos do baixinho. Ainda não vi o THE FLOCK, embora já esteja convencido de que o Andrew Lau é um diretor que fica entre o satisfatório e o medíocre. E o John Woo, em vez de pagar mico deveria estar fazendo filmes como O ÚLTIMO MATADOR do Waler Hill e o remake de LE DEUXIEME SOUFLLE feito pelo Alain Corneau. Aquilo lá é uma mistura de Jean-Pierre Melville, John Woo e um SIN CITY colorido e bem feito.

Anônimo disse...

Eu me recuso a acreditar que aquele "Blackjack" seja do Woo. Aquilo foi filme feito direto pra video? Que bosta, qualquer um poderia ter dirigido aquilo.

Os únicos que gosto da fase americana são "A Outra Face" e "A Última Ameaça". "Codigos de Guerra" tenho aqui em DVD, mas não vi ainda.

Anônimo disse...

Olha só, eu também gosto mais de RISCO MÁXIMO do que O ALVO, he, he, he. Mas pode ser que eu tenha gostado desse filme por ter assistido há mais de 10 anos atrás, antes de conhecer outras obras de Ringo Lam. Talvez se eu reassistisse agora já não ache tão bom assim, mas lembro que pelo menos como filme de ação era bem mais empolgante do que O ALVO.

Já o ÚLTIMA AMEAÇA eu não acho tão medíocre como o Leandro falou. Ele é sim bem irregular, e demora um bom tempo antes da estória começar a engatar, mas a metade final achei digno do Woo.

Felipe M. Guerra disse...

No caso do BROKEN ARROW, eu acho muuuuuuuuuuuito difícil engolir o Christian Slater como "típico herói do Woo", não me convenceu. Dos filmes americanos do Ringo Lam e Tsui Hark, eu também gostei de GOLPE FULMINANTE, mas só pelo exagero das cenas de ação (infelizmente tem aquele Rob Schneider pra avacalhar geral). Já A COLÔNIA é horrível, só vale mesmo pela curiosidade de ver o Van Damme batendo no Mickey Rourke! hahahaha. Dos filmes do Lam com o belga, não gostei de nenhum.

Anônimo disse...

>Dos filmes do Lam com o belga, não gostei de nenhum.

Me espanta o tanto de gente que gosta de REPLICANTE e HELL. Mas que filminhos meia-boca, hein ?

>eu também gostei de GOLPE FULMINANTE, mas só pelo exagero das cenas de ação

Elas fazem valer o filme todo. São tão boas quanto as de THE BLADE e O TEMPO E A MARÉ.

>No caso do BROKEN ARROW, eu acho muuuuuuuuuuuito difícil engolir o Christian Slater como "típico herói do Woo",

Eu também. E assim como o Takeo, eu acho as cenas de ação da parte final as melhores coisas do filme.

Anônimo disse...

"Replicante" foi decepcionante. Eu esperava um filmão ainda mais porque o cara ainda veio aqui promovê-lo. Pelo menos a participação dele no Domingo Legal (e ficando de pau duro com o rabo da Gretchen) foi engraçada e valeu mais que o filme! hahahaha

Anônimo disse...

Replicante,além de um roteiro absurdo,é muito fraco em termos de ação.

Rerivaldo de Assis Silva disse...

Galera e Dono do blog, eu estou doido pra Baixar esse Filme, onde posso encontrar, já procurei em muitos lugares e não encontro, mande um link aí pessoal.
Meu e-mail é cavalcantealan@bol.com.br

sitedecinema disse...

GOLPE FULMINANTE á atroz...a fotografia muda de plano para plano, com diferentes filmstocks (uns mais amarelados, outras cenas mais granuladas0, sem a mínima continuidade.
Acho a cena de luta entre Van Damme e um exímio lutador asiático careca-perdão, não lembro o nome do ator- em A COLONIA interessante e não muito mais.
MISSãO IMPOSSíVEL 2 é filme para estrelar o Gary Daniels e em nada superior a muita coisa feita pelos competewntes cineastas B Richard Pepin e Joe Merhi.
Considero todo o tom de WINDWALKERS chatíssmo, muito reverencial e pseudopoético.
Já HARD-BOILED é uma obra-prima.

Felipe M. Guerra disse...

Mas "Golpe Fulminante" e "A Colônia" não são do John Woo, e sim do Tsui Hark - outro competentíssimo cineasta oriental que foi importado para os States apenas para fazer filmes burocráticos.

sitedecinema disse...

Eu sei, Felipe.
Esses filmes com o belga foram citados aqui, antes do meu post e eu aproveitei para dar o meu parecer também.
O assunto nessa ´seção de cartaz´começou com Woo e partiu para ´cineastas chineses exportados para os EUA´.

sitedecinema disse...

Correção: CARTAS (o Z fica bem próximo do S no teclado)